O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

sábado, 29 de dezembro de 2012

BANDIDOS ASSALTAM ALBERGUE. CFTV ESTAVA DESLIGADO


Quatro homens armados assaltam albergue em Copacabana. Bandidos renderam dois hóspedes que estavam no portão. Sistema de câmeras de monitoramento do imóvel está desligado

EDIANE MEROLA
RAFAEL GALDO
O GLOBO 29/12/12 - 11h36


A fachada do albergue Rio Rockers Hostel, na Rua Toneleiros Cezar Loureiro / Agência O Globo


RIO — Pelo menos quatro homens armados, um deles com uma pistola, assaltaram o albergue Rio Rockers Hostel, em Copacabana, no início da madrugada deste sábado. Os bandidos aproveitaram que dois hóspedes estavam no portão para entrar no imóvel e render o recepcionista e mais quatro pessoas, que foram trancadas no banheiro do primeiro andar. Eles usaram uma ferramenta tipo tesoura para arrombar os cadeados de sete armários e levar mochilas, tênis e câmeras fotográficas, entre outros objetos, além de dinheiro dos turistas. Do caixa do albergue roubaram R$ 2.400. Foram rendidos brasileiros, chilenos, argentinos e ingleses. Um vietnamita que passou a noite na Lapa só soube que ficou sem seus pertences pela manhã. O imóvel tem sistema de monitoramento por câmeras, mas segundo a gerência os equipamentos estão sendo trocados e serão reinstalados nos próximos dias.

O albergue funciona na Rua Tonelero, próximo à Rua Lacerda Coutinho, há seis anos. O local, que tem capacidade para 30 hóspedes e está com todas as vagas reservadas para o réveillon, está com 24 acomodações ocupadas. Segundo o gerente Rodrigo Freitas, esta é a primeira vez que o estabelecimento é alvo de bandidos:

— Nunca passamos por nada parecido. A rua é bem tranquila e nessa época do ano o policiamento fica reforçado por causa das festas de fim de ano — diz Rodrigo.

Os hóspedes assaltados passaram a madrugada prestando depoimento na Delegacia Especial de Apoio ao Turista (Deat). Rodrigo contou que não chegou a conversar com todos os turistas, pois eles voltaram para o albergue e alguns foram dormir. Mas ele não acredita que o susto vá atrapalhar as férias dos visitantes.

Sócio do Rio Rockers Hostel, Renato Freitas disse que a ação durou cerca de 15 minutos e os bandidos não chegaram a entrar nos quartos. Ele lamentou o ocorrido:

— É um processo longo para melhorar a imagem da cidade e acontece um fato desse. Ficamos constrangidos. Tratamos nossos como nossa família, roubaram nossa família.

Renato disse que já está entrando em contato com consulados para resolver a situação de turistas que ficaram sem o passaporte. Morador de Curitiba, o técnico em manutenção George Santos está hospedado no albergue, mas no momento do assalto estava na Lapa, onde teve o celular roubado nesta madrugada. Esta é a segunda vez que ele vem ao Rio:

— A sensação é de revolta. Tanto pelo prejuízo do albergue quanto pela situação dos hóspedes. Já tinha passado o último réveillon aqui e voltei este ano. Cheguei após o assalto e foi esse susto.

O assalto também preocupou moradores e outros comerciantes da região. O vigia de outro albergue, que também funciona na Tonelero, viu o turista sendo rendido e chamou a polícia. Ele contou que uma pessoa que estava na rua foi abordada pelo bando e, em seguida, o grupo entrou no Rio Rockers. Quatro policiais fizeram buscas na região e acabaram assustando funcionários do Bamboo Rio Hostel, ao entrarem armados no local procurando bandidos e perguntando se havia reféns no local.

Em nota enviada pela Polícia Civil, o delegado Rodrigo Brand, assistente da Deat, informou que cinco pessoas já foram ouvidas, entre elas o dono do albergue, que não estava no local no momento do crime. Ainda segundo o delegado, as câmeras do circuito interno de segurança do estabelecimento estavam realmente desligadas, há cerca de uma semana, para manutenção. Já foi realizada perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), e neste momento peritos do Instituto de Identificação Félix Pacheco (IIFP) estão no local em busca de impressões digitais.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

MORRE PM DA UPP BALEADO EM CONFRONTO NO ALEMÃO


Morre policial militar baleado em confronto no Complexo do Alemão. Crime aconteceu na quarta quando o agente fazia patrulhamento na Fazendinha

TAÍS MENDES
O GLOBO :6/12/12 - 12h21



Policial de UPP é baleado durante confronto com bandidos na Fazendinha, no Complexo do Alemão. Ele foi transferido do Getúlio Vargas para o Hospital da Polícia MilitarFernando Quevedo / O Globo


RIO — O cabo da Polícia Militar Fábio Barbosa, de 36 anos, que foi baleado durante uma troca de tiros com criminosos, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, morreu na madrugada desta quinta-feira. Ele estava internado no Hospital Central da Polícia Militar, no Estácio. O crime aconteceu no início da madrugada desta quarta-feira quando o agente fazia patrulhamento de rotina na localidade conhecida como Areal, na Fazendinha. O corpo está no Instituto Médico-Legal (IML), aguardando liberação. O cabo deve ser enterrado no Cemitério de Sulacap nesta sexta-feira.

Segundo a polícia, Fábio estava na companhia de outros seis PMs, quando foi surpreendido por bandidos armados, que atiraram contra o grupo. Ele foi levado em estado grave para a UPA do Alemão, depois transferido para o Hospital Getúlio Vargas. Como não havia neurocirurgião de plantão, o PM foi levado para o Hospital Central da Polícia Militar, onde passou por cirurgia que durou cerca de duas horas, para a retirada de uma bala 9mm que estava alojada próximo à nuca do policial.

A falta de luz na favela da Fazendinha pode ter prejudicado a visibilidade do cabo, que atuava na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Complexo do Alemão. A afirmação foi feita pelo comandante da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), coronel Rogério Seabra, que disse ainda que são constantes os problemas de falta de energia na região, uma das áreas que ainda enfrentam resistência por parte de traficantes, mesmo depois da ocupação do Alemão ter completado dois anos.

Segundo a Rioluz, a falta de luz na comunidade tem sido provocada pelo número crescente de ligações clandestinas no novo sistema de iluminação implantado pela Light exatamente para legalizar o abastecimento de energia no local. O excesso de gatos vem causando sobrecarga no sistema e provocando apagões. A Light informou que interrupções de fornecimento de energia em áreas de risco ocorrem, sobretudo, por conta das ligações clandestinas e sobrecarga. Segundo a empresa, no trecho da ocorrência , houve interrupção no fornecimento por cerca de 1 hora e meia, tempo necessário para que os técnicos pudessem trabalhar no restabelecimento do fornecimento de energia.

O cabo Fábio Barbosa foi o segundo policial militar a ser morto em confronto com bandidos no Complexo do Alemão, depois da pacificação.Em julho, a policial militar Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, foi morta por um tiro de fuzil durante um ataque de 12 traficantes à sede da UPP na Favela Nova Brasília. Casos de violência acontecem com certa frequência na comunidade, mesmo com a presença da polícia. No dia 16 daquele mês, uma troca de tiros entre bandidos e policiais da UPP da Fazendinha assustou moradores duas vezes em menos de 24 horas. Os conflitos aconteceram poucos dias depois da saída do Exército e a implantação de quatro UPPs do Alemão.

sábado, 8 de dezembro de 2012

BANDIDOS MATAM MAIS UM POLICIAL DA UPP DO ALEMÃO


Foi o segundo agente morto em menos de 48 horas na comunidade

FÁBIO VASCONCELOS
O GLOBO :8/12/12



Local onde PM da UPP do Alemão foi assassinado na madrugada deste sábado

FERNANDO QUEVEDO / O GLOBO


RIO - O policial militar da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) das favelas da Fé e Sereno, no Complexo da Penha, Alexandre Antônio Barbosa foi morto por bandidos na Rua Santa Mariana, em Higienópolis, na noite desta sexta-feira. Há informações de que ele teria dado apoio aos PMs que trocaram tiros com bandidos horas antes na Favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão. No confronto, dois supostos bandidos foram mortos.

Antônio Barbosa foi assassinado ao parar com o seu Meriva branco numa padaria na Rua Santa Mariana, acompanhado da sua namorada. Ele ainda estava dentro do carro quando bandidos pararam ao lado do veículo e fizeram pelo menos quatro disparos. O policial chegou a ser levado para o Hospital Federal de Bonsucesso, mas não resistiu aos ferimentos. Sua namorada não foi atingida.

Foi o segundo agente da UPP do Alemão morto em 48 horas, e o caso será investigado pela Divisão de Homicídios. A polícia quer saber se a morte do PM foi uma tentativa de roubo de carro ou em represália ao tiroteio da Favela Nova Brasília.

Na madrugada de quarta-feira outro PM da UPP foi morto, desta vez na Favela Nova Brasília. Fábio Barbosa da Silva, de 36 anos, foi baleado quando o agente fazia patrulhamento de rotina na localidade conhecida como Areal, na Fazendinha. Ele foi atingido na cabeça. Ele chegou a ser levado para o hospital, mas morreu no dia seguinte.

Segundo a polícia, Fábio estava na companhia de outros seis PMs, quando foi surpreendido por bandidos armados, que atiraram contra o grupo. Ele foi levado em estado grave para a UPA do Alemão, depois transferido para o Hospital Getúlio Vargas. Como não havia neurocirurgião de plantão, o PM foi levado para o Hospital Central da Polícia Militar, onde passou por cirurgia que durou cerca de duas horas, para a retirada de uma bala 9mm que estava alojada próximo à nuca do policial.

A falta de luz na favela da Fazendinha pode ter prejudicado a visibilidade do cabo. A afirmação foi feita pelo comandante da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), coronel Rogério Seabra, que disse ainda que são constantes os problemas de falta de energia na região, uma das áreas que ainda enfrentam resistência por parte de traficantes, mesmo depois da ocupação do Alemão ter completado dois anos.

Antônio Barbosa foi o terceiro policial militar a ser morto no Complexo do Alemão depois da pacificação. Em julho, a policial militar Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, foi morta por um tiro de fuzil durante um ataque de 12 traficantes à sede da UPP na Favela Nova Brasília. Casos de violência acontecem com certa frequência na comunidade, mesmo com a presença da polícia. No dia 16 daquele mês, uma troca de tiros entre bandidos e policiais da UPP da Fazendinha assustou moradores duas vezes em menos de 24 horas. Os conflitos aconteceram poucos dias depois da saída do Exército e a implantação de quatro UPPs do Alemão.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

BANDIDOS ATACAM UPP E BALEIAM PM NA CABEÇA


Policia reforça patrulhamento no Alemão após PM ser baleado. Policial foi atingido na cabeça durante tiroteio com bandidos na Fazendinha

FÁBIO VASCONCELLOS
O GLOBO 5/12/12 - 9h33




Policial de UPP é baleado durante confronto com bandidos na Fazendinha, no Complexo do Alemão. Ele foi transferido do Getúlio Vargas para o Hospital da Polícia Militar

FERNANDO QUEVEDO / O GLOBO


RIO - A Polícia Militar reforçou o patrulhamento no Complexo do Alemão depois que o cabo da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Complexo do Alemão Fábio Barbosa, de 26 anos, foi baleado na cabeça e em um dos pés no início da madrugada desta quarta-feira. Segundo policiais, Fábio fazia patrulhamento na localidade de Areal, na Fazendinha, na companhia de outros seis PMs, quando foi surpreendido por bandidos armados, que atiraram contra o grupo.

Fábio foi levado em estado grave para a UPA do Alemão, depois transferido para o Hospital Getúlio Vargas. Como não havia neurocirurgião de plantão, o PM foi levado para o Hospital Central da Polícia Militar, onda passa por cirurgia na manhã desta quarta-feira.

Na semana passada, o clima de insegurança voltou a assustar moradores dos complexos da Penha e do Alemão. Somente na tarde do dia 28 de novembro, ocorreram três confrontos entre policiais e bandidos, além de boatos de ataques às sedes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Lojas chegaram a ser fechadas, supostamente por ordem do tráfico, e ruas ficaram vazias na região. A ocupação do Alemão por forças de segurança completou dois anos no mesmo dia.

A situação na região começou a ficar tensa um dia antes, na tarde de terça, quando a abordagem de dois suspeitos por PMs terminou com um suspeito morto e um policial ferido. Logo em seguida, o serviço de inteligência das UPPs fez um alerta sobre possíveis atentados em represália à morte do suspeito.

Na ocasião, apesar de moradores e até alguns policiais terem confirmado os ataques, onde ninguém foi ferido, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), em nota, negou ter havido algum atentado contra os PMs.

Apesar de os complexos do Alemão e da Penha estarem ocupados há dois anos, o processo de pacificação da região só foi concluído em agosto passado, com a inauguração de sua oitava UPP.

Pacificação enfrenta resistência

Casos de violência em comunidades com Unidades de Política Pacificadora (UPP) têm ocorrido com certa frequência. Em julho, a policial militar Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, foi morta por um tiro de fuzil durante um ataque de 12 traficantes à sede da UPP na Favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão. No dia 16 do mesmo mês, uma troca de tiros entre bandidos e policiais da UPP da Fazendinha assustou moradores duas vezes em menos de 24 horas. Os conflitos aconteceram poucos dias depois da saída do Exército e a implantação de quatro UPPs do Alemão.

No Centro, em junho, uma menina de 10 anos foi baleada quando policiais da UPP Coroa/Fallet/Fogueteiro tentavam cumprir um mandado de prisão contra um traficante foragido da Justiça. Dois meses depois, outro PM foi morto numa área considerada pacificada. O sargento Paulo Cesar de Lima Junior, do Batalhão de Choque (BPChq), morreu após ser baleado num confronto com bandidos traficantes do Morro da Coroa, no Catumbi. Junior tinha sido deslocado para a favela para reforçar o policiamento na comunidade, depois que dois policiais da UPP da Coroa foram baleados numa troca de tiros com criminosos. Também em setembro, outro PM foi morto, desta vez na Rocinha. Diego Bruno Barbosa Henriques, que trabalhava na UPP da Rocinha foi baleado por um rapaz de apenas 18 anos que teria envolvimento com o tráfico. O mês de setembro registrou mais violência em área de UPP. Um comerciante e um amigo dele foram mortos no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, por ordem de traficantes. Este mês, novamente na Rocinha, um homem de 41 anos foi morto, na localidade da Roupa Suja.