O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

sábado, 29 de dezembro de 2012

BANDIDOS ASSALTAM ALBERGUE. CFTV ESTAVA DESLIGADO


Quatro homens armados assaltam albergue em Copacabana. Bandidos renderam dois hóspedes que estavam no portão. Sistema de câmeras de monitoramento do imóvel está desligado

EDIANE MEROLA
RAFAEL GALDO
O GLOBO 29/12/12 - 11h36


A fachada do albergue Rio Rockers Hostel, na Rua Toneleiros Cezar Loureiro / Agência O Globo


RIO — Pelo menos quatro homens armados, um deles com uma pistola, assaltaram o albergue Rio Rockers Hostel, em Copacabana, no início da madrugada deste sábado. Os bandidos aproveitaram que dois hóspedes estavam no portão para entrar no imóvel e render o recepcionista e mais quatro pessoas, que foram trancadas no banheiro do primeiro andar. Eles usaram uma ferramenta tipo tesoura para arrombar os cadeados de sete armários e levar mochilas, tênis e câmeras fotográficas, entre outros objetos, além de dinheiro dos turistas. Do caixa do albergue roubaram R$ 2.400. Foram rendidos brasileiros, chilenos, argentinos e ingleses. Um vietnamita que passou a noite na Lapa só soube que ficou sem seus pertences pela manhã. O imóvel tem sistema de monitoramento por câmeras, mas segundo a gerência os equipamentos estão sendo trocados e serão reinstalados nos próximos dias.

O albergue funciona na Rua Tonelero, próximo à Rua Lacerda Coutinho, há seis anos. O local, que tem capacidade para 30 hóspedes e está com todas as vagas reservadas para o réveillon, está com 24 acomodações ocupadas. Segundo o gerente Rodrigo Freitas, esta é a primeira vez que o estabelecimento é alvo de bandidos:

— Nunca passamos por nada parecido. A rua é bem tranquila e nessa época do ano o policiamento fica reforçado por causa das festas de fim de ano — diz Rodrigo.

Os hóspedes assaltados passaram a madrugada prestando depoimento na Delegacia Especial de Apoio ao Turista (Deat). Rodrigo contou que não chegou a conversar com todos os turistas, pois eles voltaram para o albergue e alguns foram dormir. Mas ele não acredita que o susto vá atrapalhar as férias dos visitantes.

Sócio do Rio Rockers Hostel, Renato Freitas disse que a ação durou cerca de 15 minutos e os bandidos não chegaram a entrar nos quartos. Ele lamentou o ocorrido:

— É um processo longo para melhorar a imagem da cidade e acontece um fato desse. Ficamos constrangidos. Tratamos nossos como nossa família, roubaram nossa família.

Renato disse que já está entrando em contato com consulados para resolver a situação de turistas que ficaram sem o passaporte. Morador de Curitiba, o técnico em manutenção George Santos está hospedado no albergue, mas no momento do assalto estava na Lapa, onde teve o celular roubado nesta madrugada. Esta é a segunda vez que ele vem ao Rio:

— A sensação é de revolta. Tanto pelo prejuízo do albergue quanto pela situação dos hóspedes. Já tinha passado o último réveillon aqui e voltei este ano. Cheguei após o assalto e foi esse susto.

O assalto também preocupou moradores e outros comerciantes da região. O vigia de outro albergue, que também funciona na Tonelero, viu o turista sendo rendido e chamou a polícia. Ele contou que uma pessoa que estava na rua foi abordada pelo bando e, em seguida, o grupo entrou no Rio Rockers. Quatro policiais fizeram buscas na região e acabaram assustando funcionários do Bamboo Rio Hostel, ao entrarem armados no local procurando bandidos e perguntando se havia reféns no local.

Em nota enviada pela Polícia Civil, o delegado Rodrigo Brand, assistente da Deat, informou que cinco pessoas já foram ouvidas, entre elas o dono do albergue, que não estava no local no momento do crime. Ainda segundo o delegado, as câmeras do circuito interno de segurança do estabelecimento estavam realmente desligadas, há cerca de uma semana, para manutenção. Já foi realizada perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), e neste momento peritos do Instituto de Identificação Félix Pacheco (IIFP) estão no local em busca de impressões digitais.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

MORRE PM DA UPP BALEADO EM CONFRONTO NO ALEMÃO


Morre policial militar baleado em confronto no Complexo do Alemão. Crime aconteceu na quarta quando o agente fazia patrulhamento na Fazendinha

TAÍS MENDES
O GLOBO :6/12/12 - 12h21



Policial de UPP é baleado durante confronto com bandidos na Fazendinha, no Complexo do Alemão. Ele foi transferido do Getúlio Vargas para o Hospital da Polícia MilitarFernando Quevedo / O Globo


RIO — O cabo da Polícia Militar Fábio Barbosa, de 36 anos, que foi baleado durante uma troca de tiros com criminosos, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, morreu na madrugada desta quinta-feira. Ele estava internado no Hospital Central da Polícia Militar, no Estácio. O crime aconteceu no início da madrugada desta quarta-feira quando o agente fazia patrulhamento de rotina na localidade conhecida como Areal, na Fazendinha. O corpo está no Instituto Médico-Legal (IML), aguardando liberação. O cabo deve ser enterrado no Cemitério de Sulacap nesta sexta-feira.

Segundo a polícia, Fábio estava na companhia de outros seis PMs, quando foi surpreendido por bandidos armados, que atiraram contra o grupo. Ele foi levado em estado grave para a UPA do Alemão, depois transferido para o Hospital Getúlio Vargas. Como não havia neurocirurgião de plantão, o PM foi levado para o Hospital Central da Polícia Militar, onde passou por cirurgia que durou cerca de duas horas, para a retirada de uma bala 9mm que estava alojada próximo à nuca do policial.

A falta de luz na favela da Fazendinha pode ter prejudicado a visibilidade do cabo, que atuava na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Complexo do Alemão. A afirmação foi feita pelo comandante da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), coronel Rogério Seabra, que disse ainda que são constantes os problemas de falta de energia na região, uma das áreas que ainda enfrentam resistência por parte de traficantes, mesmo depois da ocupação do Alemão ter completado dois anos.

Segundo a Rioluz, a falta de luz na comunidade tem sido provocada pelo número crescente de ligações clandestinas no novo sistema de iluminação implantado pela Light exatamente para legalizar o abastecimento de energia no local. O excesso de gatos vem causando sobrecarga no sistema e provocando apagões. A Light informou que interrupções de fornecimento de energia em áreas de risco ocorrem, sobretudo, por conta das ligações clandestinas e sobrecarga. Segundo a empresa, no trecho da ocorrência , houve interrupção no fornecimento por cerca de 1 hora e meia, tempo necessário para que os técnicos pudessem trabalhar no restabelecimento do fornecimento de energia.

O cabo Fábio Barbosa foi o segundo policial militar a ser morto em confronto com bandidos no Complexo do Alemão, depois da pacificação.Em julho, a policial militar Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, foi morta por um tiro de fuzil durante um ataque de 12 traficantes à sede da UPP na Favela Nova Brasília. Casos de violência acontecem com certa frequência na comunidade, mesmo com a presença da polícia. No dia 16 daquele mês, uma troca de tiros entre bandidos e policiais da UPP da Fazendinha assustou moradores duas vezes em menos de 24 horas. Os conflitos aconteceram poucos dias depois da saída do Exército e a implantação de quatro UPPs do Alemão.

sábado, 8 de dezembro de 2012

BANDIDOS MATAM MAIS UM POLICIAL DA UPP DO ALEMÃO


Foi o segundo agente morto em menos de 48 horas na comunidade

FÁBIO VASCONCELOS
O GLOBO :8/12/12



Local onde PM da UPP do Alemão foi assassinado na madrugada deste sábado

FERNANDO QUEVEDO / O GLOBO


RIO - O policial militar da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) das favelas da Fé e Sereno, no Complexo da Penha, Alexandre Antônio Barbosa foi morto por bandidos na Rua Santa Mariana, em Higienópolis, na noite desta sexta-feira. Há informações de que ele teria dado apoio aos PMs que trocaram tiros com bandidos horas antes na Favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão. No confronto, dois supostos bandidos foram mortos.

Antônio Barbosa foi assassinado ao parar com o seu Meriva branco numa padaria na Rua Santa Mariana, acompanhado da sua namorada. Ele ainda estava dentro do carro quando bandidos pararam ao lado do veículo e fizeram pelo menos quatro disparos. O policial chegou a ser levado para o Hospital Federal de Bonsucesso, mas não resistiu aos ferimentos. Sua namorada não foi atingida.

Foi o segundo agente da UPP do Alemão morto em 48 horas, e o caso será investigado pela Divisão de Homicídios. A polícia quer saber se a morte do PM foi uma tentativa de roubo de carro ou em represália ao tiroteio da Favela Nova Brasília.

Na madrugada de quarta-feira outro PM da UPP foi morto, desta vez na Favela Nova Brasília. Fábio Barbosa da Silva, de 36 anos, foi baleado quando o agente fazia patrulhamento de rotina na localidade conhecida como Areal, na Fazendinha. Ele foi atingido na cabeça. Ele chegou a ser levado para o hospital, mas morreu no dia seguinte.

Segundo a polícia, Fábio estava na companhia de outros seis PMs, quando foi surpreendido por bandidos armados, que atiraram contra o grupo. Ele foi levado em estado grave para a UPA do Alemão, depois transferido para o Hospital Getúlio Vargas. Como não havia neurocirurgião de plantão, o PM foi levado para o Hospital Central da Polícia Militar, onde passou por cirurgia que durou cerca de duas horas, para a retirada de uma bala 9mm que estava alojada próximo à nuca do policial.

A falta de luz na favela da Fazendinha pode ter prejudicado a visibilidade do cabo. A afirmação foi feita pelo comandante da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), coronel Rogério Seabra, que disse ainda que são constantes os problemas de falta de energia na região, uma das áreas que ainda enfrentam resistência por parte de traficantes, mesmo depois da ocupação do Alemão ter completado dois anos.

Antônio Barbosa foi o terceiro policial militar a ser morto no Complexo do Alemão depois da pacificação. Em julho, a policial militar Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, foi morta por um tiro de fuzil durante um ataque de 12 traficantes à sede da UPP na Favela Nova Brasília. Casos de violência acontecem com certa frequência na comunidade, mesmo com a presença da polícia. No dia 16 daquele mês, uma troca de tiros entre bandidos e policiais da UPP da Fazendinha assustou moradores duas vezes em menos de 24 horas. Os conflitos aconteceram poucos dias depois da saída do Exército e a implantação de quatro UPPs do Alemão.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

BANDIDOS ATACAM UPP E BALEIAM PM NA CABEÇA


Policia reforça patrulhamento no Alemão após PM ser baleado. Policial foi atingido na cabeça durante tiroteio com bandidos na Fazendinha

FÁBIO VASCONCELLOS
O GLOBO 5/12/12 - 9h33




Policial de UPP é baleado durante confronto com bandidos na Fazendinha, no Complexo do Alemão. Ele foi transferido do Getúlio Vargas para o Hospital da Polícia Militar

FERNANDO QUEVEDO / O GLOBO


RIO - A Polícia Militar reforçou o patrulhamento no Complexo do Alemão depois que o cabo da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Complexo do Alemão Fábio Barbosa, de 26 anos, foi baleado na cabeça e em um dos pés no início da madrugada desta quarta-feira. Segundo policiais, Fábio fazia patrulhamento na localidade de Areal, na Fazendinha, na companhia de outros seis PMs, quando foi surpreendido por bandidos armados, que atiraram contra o grupo.

Fábio foi levado em estado grave para a UPA do Alemão, depois transferido para o Hospital Getúlio Vargas. Como não havia neurocirurgião de plantão, o PM foi levado para o Hospital Central da Polícia Militar, onda passa por cirurgia na manhã desta quarta-feira.

Na semana passada, o clima de insegurança voltou a assustar moradores dos complexos da Penha e do Alemão. Somente na tarde do dia 28 de novembro, ocorreram três confrontos entre policiais e bandidos, além de boatos de ataques às sedes da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Lojas chegaram a ser fechadas, supostamente por ordem do tráfico, e ruas ficaram vazias na região. A ocupação do Alemão por forças de segurança completou dois anos no mesmo dia.

A situação na região começou a ficar tensa um dia antes, na tarde de terça, quando a abordagem de dois suspeitos por PMs terminou com um suspeito morto e um policial ferido. Logo em seguida, o serviço de inteligência das UPPs fez um alerta sobre possíveis atentados em represália à morte do suspeito.

Na ocasião, apesar de moradores e até alguns policiais terem confirmado os ataques, onde ninguém foi ferido, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), em nota, negou ter havido algum atentado contra os PMs.

Apesar de os complexos do Alemão e da Penha estarem ocupados há dois anos, o processo de pacificação da região só foi concluído em agosto passado, com a inauguração de sua oitava UPP.

Pacificação enfrenta resistência

Casos de violência em comunidades com Unidades de Política Pacificadora (UPP) têm ocorrido com certa frequência. Em julho, a policial militar Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, foi morta por um tiro de fuzil durante um ataque de 12 traficantes à sede da UPP na Favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão. No dia 16 do mesmo mês, uma troca de tiros entre bandidos e policiais da UPP da Fazendinha assustou moradores duas vezes em menos de 24 horas. Os conflitos aconteceram poucos dias depois da saída do Exército e a implantação de quatro UPPs do Alemão.

No Centro, em junho, uma menina de 10 anos foi baleada quando policiais da UPP Coroa/Fallet/Fogueteiro tentavam cumprir um mandado de prisão contra um traficante foragido da Justiça. Dois meses depois, outro PM foi morto numa área considerada pacificada. O sargento Paulo Cesar de Lima Junior, do Batalhão de Choque (BPChq), morreu após ser baleado num confronto com bandidos traficantes do Morro da Coroa, no Catumbi. Junior tinha sido deslocado para a favela para reforçar o policiamento na comunidade, depois que dois policiais da UPP da Coroa foram baleados numa troca de tiros com criminosos. Também em setembro, outro PM foi morto, desta vez na Rocinha. Diego Bruno Barbosa Henriques, que trabalhava na UPP da Rocinha foi baleado por um rapaz de apenas 18 anos que teria envolvimento com o tráfico. O mês de setembro registrou mais violência em área de UPP. Um comerciante e um amigo dele foram mortos no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, por ordem de traficantes. Este mês, novamente na Rocinha, um homem de 41 anos foi morto, na localidade da Roupa Suja.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

OPERAÇÕES SISTEMÁTICAS


PM faz ações sistemáticas em cerca de 15 favelas próximas ao Jacarezinho. Operações buscam prender traficantes; complexo será ocupado nesta terça-feira pelo Bope


Ana Cláudia Costa
Thamine Leta
Antônio Werneck
Ana Cláudia Costa
Luiz Ernesto Magalhães
O GLOBO
Publicado: 15/10/12 - 23h03
Atualizado: 16/10/12 - 0h31


Degradação. Usuários de crack se reúnem num acesso da Ilha do Governador, em frente à nova sede do Batalhão de Operações Especiais Urbano Erbiste / Extra/O Globo


RIO — Além de ocupar a Favela do Jacarezinho nesta terça-feira, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) fará operações sistemáticas em pelo menos 15 favelas da região, segundo o major Ivan Blaz, porta-voz do batalhão. Blaz afirmou que as operações foram traçadas pelo comando da PM e do Bope. Na relação estão as favelas do Arará, em Benfica; todo o Complexo da Maré; a Barreira do Vasco e as favelas do Lins. O major confirmou que os principais chefes do tráfico de Manguinhos, Jacarezinho, Mandela e Varginha teriam fugido. Parte teria ido para o Parque União, na Maré.

— Iremos aproveitar a base de operações instalada na ocupação para irradiar operações em comunidades vizinhas, em busca de criminosos que fugiram durante a ocupação no domingo — afirma o major.

A decisão de ocupar o Jacarezinho foi tomada na manhã de segunda-feira quando o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, se reuniu com oficiais do Centro de Operações Especiais da PM (COE) e a cúpula da segurança pública. Para entrar no Jacarezinho, os policiais vão usar apenas os carros blindados do próprio Bope. Não será necessário o emprego de carros blindados da Marinha porque a comunidade já está ocupada pela Polícia Civil. Mesmo assim helicópteros do Grupamento Aeromarítimo (GAM) vão dar apoio à ação policial.

O anúncio de que a Favela do Jacarezinho — conhecida por abrigar a maior cracolândia da cidade — vai ser ocupada nesta terça-feira pelo Bope foi feito na segunda-feira pelo secretário de Segurança, que visitou as comunidades de Manguinhos e almoçou na base do Bope na favela. Segundo Beltrame, com a entrada nesta terça-feira de PMs no Jacarezinho, policiais civis, que desde domingo estão na favela, deixam a comunidade. A chegada do Bope, que não estava prevista, é mais um passo para a implantação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), que deve ser inaugurada em janeiro.

— Teremos UPP em Manguinhos e no Jacarezinho. É um esforço do Bope que se fez necessário — disse Beltrame.

“Precisamos tirá-los da miséria”

Durante sua visita a Manguinhos, Beltrame elogiou a atuação da Comlurb e da Rioluz, que passaram a segunda-feira na favela prestando serviços aos moradores. No lixão, que fica próximo à Praça do Meio, a retroescavadeira do Bope ajudou equipes da Comlurb a remover lixo e entulhos. Carcaças de carros foram levadas para um terreno. Uma piscina e um churrasqueira, que seriam de traficantes do Jacarezinho, foram localizadas pela polícia ontem.

— Tiramos essa população da mira dos fuzis, mas agora precisamos tirá-los da linha de extrema miséria. Parabenizo os órgãos públicos que aqui estiveram e agora ficamos aguardando os muitos outros serviços que devem chegar — cobrou Beltrame.

Desafio para a prefeitura, a limpeza nas favelas ganhou reforço na segunda-feira. Um mutirão retirou da linha férrea, que corta as comunidades, muito lixo e entulho. Desde domingo, a Comlurb já recolheu 220 toneladas de resíduos. Cerca de cem garis participaram da limpeza. A Coordenadoria de Operações Especiais (Core) também removeu 35 obstáculos e barreiras físicas instalados pelos traficantes para dificultar a circulação em vias públicas. A Secretaria de Conservação também começou a recuperação das ruas e a Rioluz ficou responsável pela manutenção da iluminação, trocando cerca de 300 lâmpadas. O trabalho da prefeitura continuará a ser feito hoje, a partir das 7h.

Usuários de crack acham novo endereço

Afastados pela polícia das favelas de Manguinhos e do Jacarezinho, usuários de crack encontraram um novo espaço: uma praça na entrada da Ilha do Governador, perto da Avenida Brasil e em frente à nova sede do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), em Ramos. Na segunda-feira, ao meio-dia, mais de 50 viciados — alguns deles, menores de idade e uma grávida — consumiam crack alheios ao movimento intenso de veículos. Em volta do grupo, muito lixo e barracas improvisadas.

— O que tem que acontecer é que essas pessoas têm que ser curadas e tratadas. Se elas não forem curadas, vão partir para outras favelas. Para o Jacarezinho e Manguinhos não vão voltar, porque estão ocupadas — disse o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.

A PM fez uma operação à tarde na praça, mas minutos depois os usuários estavam de volta. No Jacarezinho e em Manguinhos, a Secretaria municipal de Assistência Social recolheu 197 adultos e 16 menores na segunda e no domingo. O vice-prefeito eleito, Adilson Pires, que comandará a área social da prefeitura, pretende ampliar a rede de atendimento própria e firmar parcerias com entidades privadas para cuidar dos usuários. As medidas fazem parte da estratégia de usar vários projetos municipais em comunidades carentes para reforçar a autoestima dos moradores e evitar o consumo de drogas. As mudanças devem começar nas favelas pacificadas.

domingo, 14 de outubro de 2012

PRESO TRAFICANTE ENVOLVIDO EM MORTE DE MODELO


Polícia prende um dos chefes do tráfico da Rocinha. Rodrigo Belo Ferreira, o ‘Rodrigão’, foi detido por soldados da UPP da comunidade

O Globo
13/10/12 - 19h57


O Disque Denúncia oferecia uma recompensa de R$ 2 mil por informações que levassem a prisão de Rodrigão Disque Denúncia/Divulgação


RIO - Policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha prenderam na tarde deste sábado um dos chefes do tráfico de drogas da comunidade. Rodrigo Belo Ferreira, de 30 anos, vulgo Rodrigão, foi detido em uma casa na localidade conhecida como Roupa Suja. Contra ele, que é acusado pela polícia de comandar a venda de drogas na parte baixa da comunidade, havia um mandado de prisão por tráfico.

Ferreira não resistiu a prisão. Com ele foi apreendida uma pistola 9 milímetros e um carregador. Um homem identificado como Rafael dos Santos Martins de Souza, de 23 anos, que estava com Rodrigão no momento da chegada da polícia, também foi preso. Segundo a polícia, desde a prisão do traficante Nem, Rodrigão vinha assumindo o comando na venda de drogas da parte baixa da favela. Ele está sendo levado para a 14ª DP (Ipanema) onde será registrada a ocorrência policial.

Preso é acusado de envolvimento em morte de modelo, e teria participado de invasão do Intercontinental

Segundo o Disque Denúncia, Rodrigão seria parte do grupo de bandidos cujos integrantes invadiram o Hotel Intercontinental, em São Conrado, em 2010, para fugir da polícia. A invasão ao hotel ocorreu após o grupo trocar tiros com a polícia na Rua Aquarela do Brasil, no mesmo bairro. Uma mulher morreu e quatro policiais militares ficaram feridos durante o tiroteio.

Rodrigão também é acusado de estar envolvido na morte da modelo Luana Rodrigues de Sousa, desaparecida desde 9 de maio do ano passado. A jovem saiu de casa, na Estrada das Canoas, em São Conrado, Zona Sul do Rio, em direção à Rocinha, dizendo que iria resolver um problema. As investigações da Delegacia de Homicídios (DH/Capital) apontaram que Luana era usada no transporte de drogas da favela para outras comunidades do Rio.

Luana teria sido executada depois de Nem, antigo chefe do tráfico da comunidade e hoje preso, ter descoberto que ela mantinha um relacionamento amoroso com um militar lotado no 23 BPM (Leblon). Ao dar a ordem, o traficante Nem, apontaram investigações da polícia, acreditava que a modelo estaria repassando informações de sua quadrilha para os policiais.

Luana foi assassinada no alto da Favela da Rocinha, mas não morreu sozinha: uma amiga e um rapaz foram mortos na mesma ocasião. O bandido não queria testemunhas. Os três tiveram os corpos destroçados e enterrados na mata. Uma investigação da Divisão de Homicídios (DH) chegou aos autores, entre eles Nem. Além dele e de Rodrigão, dois outros homens são acusado de envolvimento no caso: Ronaldo Patrício da Silva, de 36 anos, que se entregou à polícia em novembro de 2011, quando a Rocinha foi ocupada pela PM; e Thiago de Sousa Cherú, o Dorey, que ainda está foragido.

PACIFICAÇÃO: POLICIAIS E FUZILEIROS OCUPAM MANGUINHOS E JACAREZINHO


Após ocupação, Cabral confirma UPPs em Manguinhos e Jacarezinho. Mais de 2 mil homens, entre policiais e fuzileiros navais, participaram da operação

Ana Claudia Costa
Athos Moura
Sérgio Ramalho
 O GLOBO 14/10/12 - 4h39



Bandeiras do Brasil e do governo do estado são hasteadas em Manguinhos Fabiano Rocha / Extra / O Globo


RIO — Cinco horas depois do início da ocupação do Complexo de Manguinhos e da Favela do Jacarezinho, o governador Sérgio Cabral disse que a primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP)da região será instalada até dezembro e irá beneficiar os moradores de Manguinhos, Varginha e Mandela. Já a Favela do Jacarezinho receberá UPP em janeiro. Enquanto isso, segundo o governador, a polícia continuará ocupando a região.

— Não é uma ação temporária, é uma ação de pacificação, que encurrala os criminosos e diminui a força do poder paralelo. A presença das forças de segurança em Manguinhos e no Jacarezinho é definitiva — afirmou.

Acompanhado do vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, Cabral anunciou ainda uma série de medidas que serão colocadas em prática a partir da ocupação das comunidades. Segundo ele, a região irá receber investimentos para a construção de 9 mil imóveis do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Além disso, o governador anunciou a desapropriação da Refinaria de Manguinhos, que irá passar por um processo de descontaminação do solo, para que a região seja utilizada para a população que mora nas comunidades. O investimento previsto é pode chegar a R$ 200 milhões.

— No passado, a região de Manguinhos era rica economicamente, porque concentrava muitas indústrias. Mas por causa da insegurança, muitas delas saíram de lá. Essa região, que é fantástica em termos de logística, vai renascer com a pacificação — disse Cabral, acrescentando que as favelas vão receber ainda esta semana um mutirão de serviços públicos da prefeitura do Rio.

Ainda de acordo com o governador, o governo já conseguiu um empréstimo de R$ 100 milhões do Banco do Brasil e esse recurso será utilizado para a melhoria da infraestrutura e desapropriações da região. Após a ocupação, o governo, com o apoio da Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop), vai investigar denúncias de que, dos quase 2 mil apartamentos entregues aos moradores das regiões, até 90 teriam sido ocupados por traficantes.

O Complexo de Manguinhos e a Favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, foram retomados pelas forças de segurança na manhã deste domingo. De acordo com a Secretaria de Segurança, as duas comunidades foram totalmente ocupadas em 20 minutos. A operação começou por volta de 5h. Seis blindados da Marinha e cinco da Polícia Militar auxiliaram os policiais na ocupação de Manguinhos. Equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) entraram na comunidade dentro de tanques e foram seguidas por outros carros da polícia. Na chegada dos militares, alguns fogos de artifício foram lançados, mas não houve confronto. As equipes contam com retroescavadeiras para retirar barreiras colocadas por traficantes nos acessos da comunidade. Um blindado da Marinha chegou a passar por cima de uma delas, feita de concreto. Na Favela do Jacarezinho, ocupada pela Polícia Civil, cerca de seis tiros foram disparados na chegada dos agentes. Uma pessoa ficou ferida por estilhaços. O rapaz, ainda não identificado, foi atendido pela ambulância da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Segundo a polícia, ele colocava fogo em uma barricada em um dos acessos à comunidade. Ainda não há informações sobre o estado de saúde do suspeito. Os traficantes colocaram barreiras para impedir a entrada dos comboios.

Em Manguinhos, policiais do Bope tiveram que usar explosivos para destruir uma barreira na Rua Gil Gaffré. Há cerca de um mês, uma outra barreira já havia sido retirada do local pelos agentes. Desta vez, a estrutura foi colocada junto a uma residência. O Bope usa uma retroescavadeira para não prejudicar a casa. As forças das polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal continuam nos dois complexos em operações de buscas de criminosos e apreensões de armas, drogas, objetos roubados. Até o momento, segundo o comandante do Bope, coronel René Alonso, já foram apreendidos 10 kg de maconha perto de torres de transmissão de energia em Manguinhos. Policiais do Bope também apreenderam uma submetralhadora e 12 carregadores na comunidade. Policiais do Batalhão de Choque ainda encontraram, em um barraco abandonando, equipamentos hospitalares, como material cirúrgico, bombas de oxigênio e equipamentos para tratar feridos. Segundo os policiais, o local funcionava como uma enfermaria do tráfico. No Jacarezinho, a polícia apreendeu cerca de 10 kg de pasta base de cocaína.

Representantes de todas as forças de segurança que participaram da ocupação hastearam as bandeiras do governo do estado e do Brasil na localidade conhecida como Praça do Meio, em Manguinhos.O hasteamento das bandeiras simboliza a chegada da pacificação na região. Contêineres que servirão de base para a polícia já chegaram ao local.

Os policiais do Bope e fuzileiros navais deixaram, por volta de 4h50m, o Centro de Farmácia da Marinha, em Benfica, onde estavam concentrados, e seguiram para as favelas. A polícia ocupa as comunidades para dar início ao processo de pacificação da região. A Secretaria de Segurança informou que mais de 2 mil homens, entre policiais militares, civis e federais, além de fuzileiros navais, estão mobilizados na operação.

A PM informou que cerca de 1.300 homens foram deslocados: 900 policiais do Bope, do Batalhão de Choque (BPChq), do Batalhão de Ação com Cães (BAC) e do Grupamento Aéreo-Marítimo (GAM) estão em Manguinhos, enquanto 400 policiais atuam na Baixada Fluminense e nas zonas Norte e Oeste, no cerco e busca de armas, drogas e criminosos em várias ruas e comunidades.

Segundo a Secretaria de Segurança, a PM atua na incursão das favelas de Manguinhos, Mandela, Varginha, enquanto 165 agentes da Polícia Civil dão apoio na comunidade do Jacarezinho, vizinha ao Complexo de Manguinhos. Os policiais são da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de várias delegacias distritais e especializadas. Ele contam com o apoio de dois helicópteros. Outros 300 policiais civis também estão mobilizados na operação. Além da Core, as delegacias envolvidas na operação são: 18ª DP (Praça da Bandeira), 19ª DP (Tijuca), 21ª DP (Bonsucesso), 22ª DP (Penha), 23ª DP (Méier), 24ª DP (Piedade), 25ª DP (Engenho Novo), 26ª DP (Todos os Santos), 28ª DP (Campinho), 29ª DP (Madureira), 37ª DP (Ilha do Governador), 41ª DP (Tanque) e 44ª DP (Inhaúma), DDSD, DPCA, DELFAZ, DRF, DHBF, DPMA, DRFA, DAS, DCOD, DRCPIM, DDEF, DCAV, DPCA/Niterói e Polinter. Os presos e o material apreendido serão levados para a 21ª DP (Bonsucesso) e a 25ª DP (Engenho Novo).

Cerca de 100 agentes e um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal também participam da operação de no Complexo de Manguinhos e Jacarezinho. Agentes da Polícia Federal também apoiam a operação, com foco nas ações de inteligência. Há ainda a presença de ambulâncias do Corpo de Bombeiros, no atendimento pré-hospitalar.

Ao todo, 13 tanques da Marinha, de três modelos diferentes, e participam da operação. A Polícia Militar conta com 11 veículos blindados. De acordo com os fuzileiros navais, 177 militares estão no entorno das comunidades com os tanques. Eles dão apoio logístico aos policiais que participam da ação. Além dos veículos blindados, três helicópteros da PM são utilizados. O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, chegou à base da Marinha por volta de 4h, para acompanhar o trabalho dos militares, mas não falou com os jornalistas. O secretário deve dar uma entrevista coletiva às 11h.

Ruas vazias e clima de tranquilidade

Poucas horas antes da ocupação das comunidades de Jacarezinho e Manguinhos, na Zona Norte, o clima no interior das favelas era de tranquilidade, apesar da apreensão e ansiedade em torno da operação policial. De acordo com moradores ouvidos pelo GLOBO, no início da madrugada deste domingo, as ruas estavam vazias e silenciosas, mas, com a ocupação das forças de segurança, as pessoas foram retomando sua rotina. Antes da entrada dos policiais, as cracolândias que funcionavam no interior e nos arredores das áreas que serão ocupadas pelas forças de segurança estavam sem nem um usuário sequer, e as bocas de fumo foram abandonadas. No entanto, durante a operação, a Secretaria municipal de Assistência Social recolheu, 104 usuários de crack no entorno das comunidades do Complexo de Manguinhos e da Favela do Jacarezinho. Entre os retirados das ruas, 15 são menores.

O Centro de Operações da prefeitura do Rio divulgou, na madrugada deste domingo, as ruas que ficarão interditadas para o trabalho dos militares. São elas: Av. Dom Helder Câmara, na altura da Av. Ademar Bebiano e, na altura da Av. Leopoldo Bulhões; Av. Leopoldo Bulhões, na altura da Linha Amarela; Largo de Benfica; Estrada Velha da Pavuna, na altura da Rua Francisco Medeiros; e Rua Danke de Matos, na altura da Rua Manoel Fontenele.

A operação para pacificar o Complexo de Manguinhos foi confirmada neste sábado pela Secretaria de Segurança. As ações fazem parte da preparação para a instalação da futura Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de Manguinhos, a 29ª do estado. Nas 28 UPPs do Rio, moram cerca de 400 mil pessoas. Segundo a secretaria, o Jacarezinho será apenas ocupado para apoiar o trabalho da PM em Manguinhos, e ainda não irá receber uma UPP.

A secretaria pede a colaboração dos moradores das comunidades, que devem apresentar seus documentos de identidade sempre que pedido, e afirma que é importante que a população ajude a polícia a localizar criminosos e esconderijos de drogas, armas e objetos roubados, ligando para o Disque Denúncia (2253-1177).

Região é uma das mais perigosas da cidade

A região é considerada um dos mais importantes redutos da maior facção criminosa do Rio. Foi dali que partiram os bandidos que, em 3 de julho deste ano, resgataram de dentro da 25ª DP (Engenho Novo) o traficante Diogo de Souza Feitosa, o DG. O criminoso é um dos chefes da venda de drogas na área. De acordo com o último Censo do IBGE, as duas comunidades têm cerca de 71 mil moradores: 36 mil em Manguinhos e 37 mil no Jacarezinho. A região fica perto de três importantes vias expressas da cidade: a Avenida Brasil e das linhas Vermelha e Amarela. Manguinhos também é conhecido por abrigar a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), um dos mais importantes polos científicos do país, e uma refinaria de petróleo.

Em 2007, a Favela do Jacarezinho ficou marcada pelo ataque a um trem onde estava uma comitiva com integrantes do governo federal e estadual. Dois ministros e um secretário estadual faziam o trajeto de inauguração das obras de revitalização do acesso ferroviário ao Porto do Rio, no Caju, Zona Norte, foram surpreendidos por tiros disparados por criminosos da comunidade. Os disparos levaram pânico aos passageiros. No trem estavam jornalistas e outros convidados, além dos ministros Pedro Brito, dos Portos, e Márcio Fortes, das Cidades. O secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, também participava da viagem. O governador Sérgio Cabral participou da inauguração, mas não fez a viagem de trem.

O entorno das favelas do Complexo de Manguinhos e do Jacarezinho amanheceu já nesta sexta-feira tomado por policiais dos batalhões de Choque e de Operações Especiais. A ronda se limitou ao entorno das favelas. Motoristas, pedestres e veículos foram revistados, mas não houve prisões ou confronto. Foram apreendidas 13 máquinas caça-níqueis.

Segundo o serviço de inteligência das polícias, com a ocupação de Manguinhos e do Jacarezinho, o Parque União, na Maré, e as favelas do Lins de Vasconcelos devem se tornar refúgios dos traficantes da maior facção do Rio, que já tinha perdido o Complexo do Alemão.

Como estratégia para a ocupação das favelas do Jacarezinho e do Complexo de Manguinhos, região considerada um dos mais importantes redutos da maior facção criminosa do Rio, as polícias Militar e Civil realizaram, na semana passada, operações em diferentes comunidades – como Juramento, Chapadão e Antares – para inviabilizar possíveis rotas e locais de fuga dos traficantes da mesma facção que dominava os Complexos de Manguinhos e Jacarezinho. Ao todo, 40 pessoas foram presas.

Somente a Polícia Militar prendeu 33 suspeitos. Uma grande quantidade de armas foi apreendida, sendo três fuzis, 14 pistolas, dois revólveres, uma metralhadora, uma escopeta e cinco granadas. A polícia ainda apreendeu 2.545 pedras e 1.174 gramas de crack; 86 frascos de cheirinho da loló; 9.373 pedras, 720 sacolés, 7.866 cápsulas e 40 kg de cocaína; e 10.954 trouxinhas, 51 tabletes e 4 kg de maconha.

Já a Polícia Civil, em duas operações da DCOD no Jacarezinho, apreendeu 1 mil cápsulas e 30 kg de cocaína, além de 230 munições de 9 mm. Um suspeito foi detido e um menor apreendido. Também foram apreendidos 21 veículos e outros três recuperados.

Na Nova Holanda, os policiais civis também prenderam dois suspeitos e apreenderam quatro máquinas caça-níqueis, 27 placas de computador, 32 noteiros, uma pistola e carregadores. Outro suspeito foi preso em Cabo Frio e mais três no Rio, um deles o traficante conhecido como “Big Big”, irmão do DG.

Bope mata cinco em operação no Juramento

Uma operação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) terminou com cinco suspeitos mortos no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, na Zona Norte do Rio. A ação é parte da estratégia para evitar a fuga de bandidos do Complexo de Manguinhos e do Jacarezinho para favelas dominadas pela mesma facção criminosa.

Segundo a polícia, os suspeitos foram baleados em dois confrontos. Eles chegaram a ser levados para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiram aos ferimentos. A operação foi iniciada por volta das 5h e fez a apreensão de armas e drogas, que foram levadas à central de flagrantes, na 38ª DP (Irajá).

De acordo com o 38º BPM (Irajá), foram apreendidas 659 trouxinhas de maconha, 359 papelotes de cocaína e 407 de crack. Na ação, foram recolhidas também uma submetralhadora, três pistolas e três granadas de uso exclusivo das Forças Armadas.


PACIFICAÇÃO: FORÇAS DE SEGURANÇA OCUPAM MANGUINHOS E JACAREZINHO

14 de outubro de 2012 | 5h 31

Policiais ocupam as comunidades de Manguinhos e Jacarezinho no Rio. Operação ocorre em cinco favelas com o objetivo de inaugurar uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na região; foram ouvidas explosões, mas não há registros de confrontos


Marcelo Gomes - O Estado de S.Paulo - atualizado as 10h09 para acréscimo de informação

RIO - Dez minutos após o início da operação realizada no fim da madrugada deste domingo, 14, as forças de segurança já haviam ocupado completamente as cinco favelas do complexo de Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro. Neste momento, os agentes estão vasculhando as favelas à procura de traficantes, drogas e armas. Não há registros de confrontos até o momento.



Marcos de Paula/AE
Seis veículos blindados foram usados na operação

Os veículos blindados da Marinha abriam caminho derrubando barreiras de concreto colocadas por traficantes nas principais vias de acesso às favelas de Manguinhos, do Jacarezinho, Mandela 1 e 2 e Varginha. Em seguida, os policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) ocuparam essas comunidades.

A Polícia Civil ocupou a favela do Jacarezinho. Por volta das 5h, traficantes do Jacarezinho atearam fogo a sofás, pedaços de pau e pneus na entrada da favela para tentar impedir a entrada da polícia. Eles também soltaram um lança rojão, que explodiu e assustou policiais e repórteres que acompanhavam a ocupação.

Enquanto cerca de 160 policiais civis davam início à ocupação na favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio, agentes da Secretaria de Assistência Social da Prefeitura começaram a recolher dezenas de usuários de crack que se aglomeravam nas imediações da comunidade, que abriga uma das maiores cracolândias da cidade. Os assistentes sociais tiveram apoio de policiais civis da Delegacia de Combate às Drogas e de policiais militares do 3º Batalhão (Méier). Até às 9h deste domingo, foram recolhidos 79 adultos e 15 menores usuários de crack. Todos foram encaminhados a unidades de triagem da Prefeitura.

Na rua Gil Gafrée, um dos acessos à favela de Manguinhos, policiais militares do Bope explodiram uma barricada de concreto fincada na rua pelos traficantes. Após a explosão, uma retroescavadeira recolheu os destroços que foram colocados em um caminhão com caçamba da Polícia Militar.

Cerimônia. Está prevista para 10h a cerimônia de hasteamento da bandeira do Brasil em uma praça localizada no interior da favela de Manguinhos. O hasteamento simboliza a retomada do controle dos territórios dessas comunidades para as forças do Estado.

As principais vias da região, como as avenidas dos Democráticos, Dom Hélder Câmara e Leopoldo Bulhões permanecem interditadas ao tráfego de veículos por motivos de segurança. Apenas viaturas policiais e veículos de imprensa são autorizados a circular por essas vias. A previsão da Secretaria da Segurança do Estado do Rio é de que a UPP seja implantada até o fim deste ano. O governo promete inaugurar 40 UPPs no Rio e na Região Metropolitana até 2014.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

BOPE USA QUADRICICLO EM OPERAÇÃO


Policiais do Bope fazem operação com quadriciclo em Manguinhos . Durante a ação, três suspeitos foram detidos e barricadas destruídas com explosivos

Ana Cláudia Costa
O GLOBO 21/09/12 - 14h28


Novo quadriciclo do Bope é usado em operação policial na Favela de Manguinhos Thiago Lontra / Extra


RIO - Pela primeira vez, policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) utilizam um quadriciclo durante uma operação em uma favela. Os agentes estão, desde o início da manhã, na Favela de Manguinhos, na Zona Norte do Rio, em busca de traficantes, drogas e armas.




Barricadas montadas por traficantes nas entradas da comunidade foram destruídas em oito vielas. Além de retroescavadeiras, os agentes utilizaram explosivos para desobstruir os acessos à favela, já que algumas das barreiras eram feitas de concreto. Uma das barricadas, erguida próximo à Escola municipal Albino de Souza,utilizava um portão para impedir a entrada de policiais.

Na ação, foram apreenderam pedras de crack, tabletes e trouxinhas de maconha, trouxinhas de haxixe, cápsulas de cocaína, pó branco, rádio transmissor, munições de calibre 556, anéis e cordões, material para embalar drogas, 10 motos, um veiculo, uma pistola 9 milímetros, carregadores de 9 milímetros, farta quantidade de material para endolar drogas. O material foi levado para a 21ª DP (Bonsucesso). Três suspeitos também foram detidos. Policiais do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar (COE) coordenam a operação, que ainda conta com agentes do Batalhão de Ações com Cães (BAC) e do Batalhão de Choque. Segundo a PM, a ação, que começou às 6h, não tem previsão para terminar.

Munidas de informações do serviço de inteligência da PM, as equipes buscam prender traficantes e apreender armas e drogas na região. Carros blindados e um helicóptero também auxiliam as equipes.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O LADO OBSCURO DO RIO

em 24/02/2012


Um documentário feito no Rio de Janeiro em repreensão ao tráfico com a policia mais bem preparada pra combate em favela do mundo, o BOPE. Mostra como é a vida dos moradores das favelas e mostra também todo potencial e preparo do BOPE para reprimir a ação de bandidos.

Esse documentário mostra como o Batalhão de Operações Especiais do Rio de Janeiro está virando sinônimo de polêmica e audiência. Dessa vez, um grupo de portugueses resolveram fazer um documentário sobre as operações do Bope e mostraram cenas inéditas da tropa de elite da PM invadindo as favelas. As cenas e os depoimentos são impressionantes:

"O Rio de Janeiro, sem sombra de dúvida, não é mais maravilhoso."

Essas palavras são de um carioca que não quis se identificar.


Explicação:

A vida nas favelas é regida pela pobreza, pelas drogas e pela violência! Com o seu típico Carnaval, e a convivência dos seus milhões de habitantes, o Rio de Janeiro é uma cidade que leva as pessoas a sonhar. Durante o Carnaval vêm pessoas de todo o mundo para assistir aos sambistas brasileiros que meneiam as ancas nos desfiles de carros. Contudo, por trás deste lado idílico existe outra realidade! No Rio de Janeiro, um de cada cinco habitantes vive nas favelas. A vida nas favelas é regida pela pobreza, pelas drogas e uma enorme violência. Com uma média diária de 107 pessoas mortas a tiro, o Brasil detém o recorde de vítimas abatidas por armas de fogo.

O BOPE é uma tropa da elite da polícia militar brasileira criada especialmente para limpar as favelas das drogas e dos tráfegos. E pela primeira vez, o BOPE foi seguido por uma equipede televisão durante uma das suas operações!

NOTA: matéria apontada por Jorge peixoto, membro do Grupo face "Ordem, Justiça e Liberdade"

FONTE: http://www.youtube.com/watch?v=eLItsRj2sJs&feature=share&noredirect=1
 URL: http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=eLItsRj2sJs


terça-feira, 18 de setembro de 2012

COLEGAS DE MÉDICA ASSASSINADA PEDEM MAIS SEGURANÇA

Colegas de pediatra morta cobram mais segurança no entorno do Hospital Getúlio Vargas. Segundo eles, mesmo com a pacificação dos complexos da Penha e do Alemão, violência continua na região

Rafael Galdo
17/09/12 - 21h59


Parentes acompanham o sepultamento do corpo da pediatra Sônia Maria Stender, no Cemitério São João Batista, em Botafogo Márcia Foletto / O Globo


RIO - Colegas de profissão da pediatra Sônia Maria Sant’Anna Stender, de 61 anos, morta com dois tiros na manhã de domingo, contaram que, com a pacificação dos complexos da Penha e do Alemão diminuiu um pouco, mas a violência continua no entorno do Hospital Getúlio Vargas. Eles cobraram mais segurança na unidade e em seu entorno:

— Com as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadoras) diminuiu um pouco mas continua a violência na região. Já vi bandidos armados circulando dentro do hospital — disse uma funcionária que preferiu não se identificar, e que afirmou acreditar que Sônia possa ter sido vítima de algum tipo de vingança — Nunca ouvi que ela tenha sido ameaçada, mas isso já aconteceu no hospital, que precisa ter a segurança reforçada.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) lamentou a morte da pediatra e a falta de segurança na unidade. O conselho afirma ainda que em maio deste ano já havia solicitado à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Seseg) a instalação de câmeras de segurança nos hospitais e postos de atendimento.

"Outra sugestão importante seria a extensão do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis), que determinou a presença policiais de plantão nas escolas públicas, às emergências 24 horas. As solicitações foram entregues ao secretário José Mariano Beltrame em reunião após o registro de agressões e assaltos em unidades de saúde", diz trecho da nota.

Em resposta, a Seseg confirmou por meio de nota que recebeu ofícios do conselho em maio com sugestões de câmeras de segurança em unidades hospitalares. Informou que também recebeu documentos do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SinMed), em março. De acordo com a secretaria, as solicitações foram encaminhadas para a Polícia Militar, que, segundo a mensagem, tomou as providências para reforçar o policiamento ostensivo nas adjacências das unidades citadas pelas duas entidades. A secretaria informou, ainda, que a segurança dentro das unidades, bem como a colocação de circuitos internos de câmeras de vigilância compete aos órgãos responsáveis pelas unidades.

O corpo da médica foi enterrado na tarde desta segunda-feira no Cemitério São João Batista, em Botafogo. Dezenas de funcionários do hospital, amigos e familiares acompanharam o sepultamento.

Sônia Maria foi abordada por homens que ocupavam um Meriva Branco quando passava de carro pela esquina das ruas Conde de Agrolongo e Nicaraguá, próxima ao hospital. Segundo amigos, esse trajeto é rotineiramente usado por quem sai da unidade em direção a Tijuca e a Zona Sul.

— Os assaltos aconteciam frequentemente, mas a retomada do território das mãos de traficantes aumentou a segurança na região — disse Antônio de Oliveira e Silva, cirurgião dentista do HGV, durante o velório do corpo da médica no Cemitério São João Batista.

Sônia Maria foi abordada por criminosos quando deixava o plantão no hospital, por volta das 7h. Os tiros atingiram o lado direito do pescoço dela. A vítima foi abordada por homens armados quando dirigia um Space Fox na esquina das ruas Conde de Agrolongo e Nicarágua, ainda perto do hospital. Policiais da Divisão de Homicídios (DH) trabalham com a possibilidade de Sônia ter reagido a um assalto e acreditam que pelo menos três bandidos participaram do crime.

O Meriva branco ocupado pelos bandidos tinha sido roubado na madrugada de domingo em Vigário Geral. O veículo foi abandonado logo depois do crime num dos acessos à Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Segundo laudo do Instituto Médico-Legal (IML), uma bala acertou a coluna da médica e a outra alojou-se no pulmão. Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) vasculharam o carro da vítima e o veículo usado pelos criminosos em busca de digitais. Agentes também procuraram imagens do crime em câmeras de segurança instaladas no entorno do local da morte.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

BALA PERDIDA EM TIROTEIO MATA MENINA DE 10 ANOS

FOLHA.COM. 05/07/2012 - 16h34

Menina é vítima de bala perdida em tiroteio entre ladrões e PMs


 
ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Um tiroteio entre três ladrões de carro e dois policiais militares terminou com uma menina, de dez anos, vítima de bala perdida na noite de quarta-feira (4), no Jabaquara (zona sul de São Paulo).

A garota brincava no quintal da casa de um amigo de seu pai, na rua Magdeburgo, quando um Corsa que havia acabado de ser roubado de uma analista foi encurralado por dois PMs do 3ë Batalhão.

Ao perceber que não tinham mais como escapar do cerco dos policiais, os três ladrões começaram a atirar contra os policiais militares, segundo o que eles narraram à Polícia Civil e à Corregedoria da PM.
Os PMs também disparam, mas nenhum dos ladrões foi ferido. Os três criminosos fugiram a pé e o Corsa foi recuperado.

Logo após o fim do tiroteio, os moradores da rua Magdeburgo começaram a suspeitar que a bala que atingiu a menina no abdome partiu da arma de um dos dois policiais militares. Uma pistola.40 do soldado Eric de Almeida foi apreendida pela Polícia Civil para perícia. O soldado não foi localizado pela reportagem até o momento.

A menina está internada no Hospital Municipal Arthur Ribeiro de Saboya, onde foi operada. Seu estado é considerado grave.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

CRACOLÂNDIA E ARRASTÕES NA LAPA

Além de roubos, frequentadores da Lapa convivem com tráfico e uso de drogas a céu aberto . Semana passada, o grupo teatral Tá na Rua, do ator Amir Haddad, teve sua sede na Mem de Sá invadida e seu equipamento de som roubado

Thiago Jansen
O GLOBO 3/07/12 - 22h45



Movimento intenso numa rua da Lapa no fim de semana: a venda e o consumo de drogas acontecem a céu aberto, sem repressão da PM ou da Guarda Municipal Pedro Kirilos / O Globo


RIO - Eram cerca de 22h30m da última sexta-feira quando aproximadamente dez mil pessoas se reuniam na Praça Cardeal Câmara, em frente aos Arcos da Lapa, para acompanhar o show gratuito da cantora Daniela Mercury, seguido de um espetáculo de projeções sobre o símbolo maior da região. Próximo dali, jovens de diversas idades começavam a lotar a Travessa do Mosqueira, uma entre as tantas ruas do local com depósitos de bebida e bares. “Vai pó, vai maconha?”, perguntou um garoto, menor de idade, sem qualquer inibição, quando o repórter do GLOBO chegou à esquina da Rua Joaquim Silva, a um quarteirão de distância dos policiais militares e dos guardas municipais que patrulhavam a Avenida Mem de Sá.

A situação, corriqueira, de acordo com testemunhas, ilustra o atual estado da Lapa, berço da boemia e da malandragem cariocas, local de grande circulação de turistas e onde assaltos, venda e consumo de drogas ainda são frequentes, apesar do policiamento e das obras de revitalização na região, transformada oficialmente em bairro há quase dois meses.

Arrastões são outra preocupação

Semana passada, como noticiou a coluna de Ancelmo Gois no GLOBO, o grupo teatral Tá na Rua, do ator Amir Haddad, teve sua sede na Mem de Sá invadida e seu equipamento de som roubado. Foi a segunda vez em menos de dois meses — a aparelhagem tinha sido doada pela atriz Fernanda Montenegro, sensibilizada pelo primeiro roubo, em maio. “Esses dois assaltos nos deixaram estarrecidos, nos jogaram na realidade. Lamentamos viver assim”, disse Haddad, pouco depois do segundo caso, traduzindo a insatisfação de muitos que se estabeleceram na região.

— A segurança no bairro não tem melhorado em nada. Apesar de a Mem de Sá agora estar sendo fechada à noite durante os fins de semana, muitos pivetes se misturam às pessoas e praticam assaltos. Arrastões também são frequentes. Durante o dia, é comum ver turistas sendo roubados — afirma Patrícia Santos, gerente da Pizzaria Guanabara da região.

De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), a 5ª DP (Gomes Freire), delegacia da região, registrou 140 roubos e 479 furtos em maio deste ano. Em abril, os números foram semelhantes: 131 e 466, respectivamente. Se comparados com os dados do ano passado, não há grandes mudanças nos índices: 149 roubos e 427 furtos em maio, contra 187 e 512 em abril. No entanto, o número de casos pode ser ainda maior, já que muitos ainda preferem não registrar ocorrência por acharem “natural” a situação.

— A Lapa tem um problema que é a naturalização da violência. Ou seja, boa parte das pessoas que são assaltadas não presta queixa e aquelas que assaltam não se intimidam — afirma o gerente de um bar próximo aos Arcos que preferiu não ser identificado. — A Lapa está longe de ser uma área segura. Já tive clientes assaltados após sair daqui e, num caso mais grave, uma menina foi estuprada, em outubro do ano passado.

Donos de estabelecimentos comerciais da área dizem acreditar que a situação do quarteirão da Rua Joaquim Silva é uma das mais problemáticas da região. De acordo com uma das sócias da casa de shows Semente, que também preferiu não se identificar, a atual estrutura de policiamento só chega a determinadas áreas do bairro:

— Todo esse quarteirão da Joaquim Silva, subindo a ladeirazinha, é terra de ninguém. Tem um povo muito estranho por aqui, um lugar que é ponto turístico, subida para Santa Teresa e que leva à escadaria da Lapa. Existe um comércio de drogas 24 horas por aqui. Às vezes, às 15h vem gente oferecer cocaína se você estiver passando. Já fui assaltada na esquina do Semente e, há uns três sábados, houve dois arrastões aqui em frente.

Responsável pela Fundição Progresso, Perfeito Fortuna afirma que o lado oposto ao da Ladeira Santa Teresa também anda perigoso, já que, com o fechamento do tráfego por ali, próximo à Praça Monsenhor Francisco Pinto, muitos moradores de rua e assaltantes estão vivendo na área, debaixo dos Arcos.

— Na passagem dos Arcos dos Lapa, o policiamento está ótimo, mas o pequeno morro próximo à Avenida Chile está sendo feito de moradia por muitos assaltantes. Está bastante perigoso — afirma Perfeito.

Na noite da última sexta-feira, um grupo com cerca de 30 menores moradores de rua estava no início da Ladeira Santa Teresa, embaixo dos Arcos, a menos de 500 metros de uma patrulha da Guarda Municipal, de um posto da Secretaria da Ordem Pública e de alguns veículos da Secretaria de Assistência Social. Ao virar a esquina da ladeira com a Joaquim Silva, era possível encontrar menores consumindo drogas e bebidas alcoólicas a céu aberto. Na escadaria da Lapa, o consumo de drogas era ainda maior. Não havia policiamento fixo na área e, ainda que uma patrulha da PM tenha passado ao menos uma vez pelo local, nenhuma ação foi tomada para coibir o tráfico.

Mesmo na Mem de Sá, onde o policiamento era ostensivo, assaltos ocorriam, como o que sofreu Euclydes Magalhães, de 25 anos. Frequentador assíduo da região nos fins de semana, ele estava com um grupo de amigos embaixo dos Arcos, por volta das 23h30m de sexta-feira, quando teve o cordão puxado de seu pescoço por dois jovens, que fugiram. Meia hora depois, quando estava mostrando o local do roubo a um amigo, presenciou uma tentativa de assalto e, junto com outras pessoas, conseguiu imobilizar o ladrão e levá-lo até PMs.

— A região está mais complicada de uns tempos para cá, porque os ladrões, que antes se concentravam em locais específicos, agora ficam espalhados pela região — afirmou Euclydes. — Agora só volto na Lapa daqui a um mês, porque acho que posso ter ficado marcado pelos meus assaltantes.

A Polícia Civil informou que sabe da venda e do consumo de drogas na área, acrescentando que tem feito operações para reprimir o tráfico. A PM, por sua vez, disse que atua na região com quatro viaturas de dia e 12 à noite, além do policiamento montado e de 20 policiais no patrulhamento a pé — nos fins de semana, ele é reforçado. Após saber, pela equipe de reportagem, da venda de drogas na Joaquim Silva, a corporação disse que passará a deixar uma patrulha na rua.

A Secretaria municipal de Assistência Social admitiu que há uma concentração de adultos e menores de rua na Lapa que fazem uso de drogas. O órgão informou que equipes atuam diariamente na abordagem dessa população, mas que muitas pessoas levadas aos centros de tratamento os deixam por causa do vício em álcool ou drogas.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

MÉDICO DE 71 ANOS É EXECUTADO COM DIVERSOS TIROS EM ASSALTO

Médico é baleado ao reagir a tentativa de assalto na Zona Norte . Criminosos atiraram mais de dez vezes contra o carro do cardiologista de 71 anos


Paolla Serra
O GLOBO 29/06/12 - 9h59



RIO — O cardiologista Alberto Antonio Azizi, de 71 anos, e a mulher dele, de 58, foram alvos de bandidos, na manhã desta sexta-feira, no Trevo das Margaridas, no Jardim América, na Zona Norte do Rio. Os criminosos atiraram mais de dez vezes contra o Passat em que o casal estava. O médico foi baleado de raspão na cabeça. Uma das balas atingiu o banco onde estava a mulher dele, mas ela não se feriu.

Por volta das 5h40m, o casal seguia de Cordovil, na Zona Norte, para Bangu, na Zona Oeste, onde buscariam o neto para passar o dia com eles. O Passat foi interceptado por um Palio, onde havia quatro homens. O cardiologista não parou e seguiu em direção à Avenida Brasil. Os bandidos, então, atiraram.

Mesmo ferido, o médico dirigiu até o posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) da Rodovia Presidente Dutra. Ele foi levado para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Depois de medicado seguiu para a 38ª DP (Brás de Pina), onde o caso foi registrado como tentativa de assalto e tentativa de homicídio.

Segundo agentes da delegacia, os bandidos integrariam uma facção da Favela Fuquim Mendes, no Jardim América. Equipes da Polícia Militar tentam localizar os suspeitos. Policiais da 38ª DP (Brás de Pina) investigam o caso.

Dados do ISP mostram queda em índices de violência

O caso acontece três dias depois de Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgar dados otimistas sobre a violência no estado. Roubos de rua tiveram redução de 11,8% nos primeiros cinco meses de 2012, quando comparado com o mesmo período de 2011. Todos os crimes que compõem o indicador apresentaram quedas: roubo a transeunte (queda de 9%), roubo de aparelho celular (menos 23,7%) e roubo em coletivo (menos 24,2%). Comparando o acumulado de janeiro a maio desse ano com o mesmo período de 2011, houve queda de 3.490 ocorrências: 26.074 registros em 2012 contra 29.564 em 2011. Segundo o ISP, o número de registros de homicídios dolosos nos cinco primeiros meses do ano é o menor desde o início da série histórica, em 1991.

No domingo, a empresária Teresa Fontaine, uma das sócias da rede de lanchonetes Casa do Alemão, de 47 anos, foi assassinada após ser surpreendida por bandidos em Duque de Caixas, na Baixada Fluminense, quando voltava de Petrópolis. Logo após o automóvel deixar um posto de gasolina, foi interceptado por dois veículos, e um dos criminosos fez os disparos. Nesta quarta-feira, policiais da 59ª DP (Duque de Caxias) encontraram uma cápsula de munição no local onde o veículo foi interceptado, na Rodovia Washington Luís.

domingo, 24 de junho de 2012

TIROTEIO EM RUA DO LEBLON

Bandidos capotaram com o EcoSport roubado. LUCIA NOVAES / O GLOBO 


Bandidos em fuga trocam tiros com a polícia em rua do Leblon. Assaltantes, que levavam uma granada, roubaram um carro, perderam o controle e capotaram na Rua Dias Ferreira. Uma mulher ficou ferida

ISABEL DE ARAÚJOLUCIA NOVAESCAROLINA OLIVEIRA CASTRORÔMULO PEREIRA. O GLOBO, 23/06/12 - 14h38 

RIO - Bandidos em fuga roubaram um carro de um casal no Leblon e trocaram tiros com a polícia em diferentes pontos na tarde deste sábado. Por volta das 14h, dois PMs em duas motocicletas tentaram abordar três homens, que também estavam em duas motos, na Rua Jardim Botânico. Os suspeitos não atenderam o chamado da polícia, atiraram na direção dos policiais e fugiram. A perseguição se estendeu por ruas do Jardim Botânico, da Gávea e do Leblon. Os três seguiram pela Rua Marquês de São Vicente, na Gávea, até a Rua do Cedro, próximo a entrada do Parque da Cidade. Lá, bateram de frente com um carro da PM.

Os bandidos deram meia volta e a perseguição se estendeu até a Rua Ministro Raul Machado, em frente ao clube do Flamengo. Ali, os três avançaram o sinal, uma das motos foi atingida por um carro e a outra escapou. A pé, dois dos suspeitos chegaram até a Rua Conde Bernadotte, no Leblon, e roubaram o carro do casal Igor Xaxa e Karla Mendes, ambos de 32 anos, que tinham acabado de sair do supermercado Pão de Açúcar.

Por fim, desgovernado, o carro atingiu uma viatura da PM e outros três veículos e capotou próximo a esquina da Rua Dias Ferreira com a General Artigas, também no Leblon. Em uma nova tentativa de fuga, eles mais uma vez trocaram tiros com a polícia, mas foram rendidos. A ação policial foi aplaudida pelas pessoas que presenciaram a cena.

Uma motorista foi levada para o Hospital Miguel Couto por causa do impacto da batida, mas sem ferimentos graves. Os dois bandidos foram levados para a 14ª DP (Leblon) e, em seguida, para o Hospital Miguel Couto. De acordo com a Polícia Civil, Marcos Simões Bengaly e Alecssandro de Santos são maiores e vão responder por roubo e tentativa de homicídio.

O caso está sendo investigado pela 14ª DP (Leblon). A dupla será autuada por roubo e tentativa de homicídio.

Segundo o estudante de Direito João Felipe Sartini, que estava no local no momento da confusão, as pessoas que presenciaram o incidente ficaram divididas entre aplausos e críticas à ação policial.

- O clima agora é de aparente tranquilidade, embora os moradores tenham ficado bastante assustados com a troca de tiros entre os policiais - disse.

No Twitter, muitas pessoas comentam o tiroteio. Há quem diga que até fuzis foram usados no conflito entre policiais e criminosos. O internauta Nando Ventura criticou a atuação da PM em seu perfil @nand0ventura: “tiroteio de fuzil agora no Leblon, na Dias Ferreira. Polícia sentou o tiro dentro do carro sem se preocupar com ninguém”, publicou, por volta das 14h30m.

Margarete D’Gutnik também comentou a confusão no microblog: “ perseguição, tiroteio, batida e capotagem na Dias Ferreira com a Gal. Artigas, no Leblon”, avisou também às 14h30m.

Em maio, assalto terminou em tiroteio em Ipanema

Um tiroteio no Edifício Galeria Boutique de Ipanema, na Rua Visconde de Pirajá, assustou clientes e comerciantes que estavam no local, no dia 29 de maio deste ano. Um assaltante que roubou uma imobiliária no terceiro andar trocou tiros com seguranças no primeiro pavimento do prédio. Os disparos atingiram portas de vidro de três lojas, uma geladeira com produtos expostos e um aquário. Ninguém ficou ferido.

Segundo o subsíndico do edifício, Edson Passos, um funcionário da imobiliária teria ido a uma agência do Banco do Brasil sacar dinheiro e foi seguido por um bandido até a empresa. Lá, foi anunciado o assalto. Ainda de acordo com Edson, o ladrão levou R$ 2.000.

Durante a fuga, outro funcionário gritou pedindo ajuda, e seguranças armados de uma casa de câmbio localizada no primeiro pavimento trocaram tiros com o bandido, que conseguiu fugir com outros três comparsas que o aguardavam em duas motos do lado de fora.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

CRIMINOSOS ATIRAM CONTRA A PM

Criminosos atiram contra PMs e policiamento é reforçado no Alemão - FOLHA.COM, 25/04/2012 - 10h01

O policiamento foi reforçado na manhã desta quarta-feira no Complexo do Alemão, zona norte do Rio, após policiais militares serem atacados a tiros por traficantes, durante a madrugada, no alto do morro do Adeus. Segundo a PM, ninguém ficou ferido.

Também não houve registro de presos ou apreensões. Policiais do 22º Batalhão de Bonsucesso disseram que, por volta das 3h, realizavam ronda de rotina em um carro da PM quando foram alvejados a tiros por um grupo armado na favela.

Os policiais afirmam que não reagiram e que os tiros duraram cerca de dez minutos.

O incidente aconteceu horas antes da primeira reunião entre os comandantes das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) no conjunto de favelas, marcada para hoje.

O morro do Adeus, apesar de não ter UPP, também recebe ronda de policiais da tropa de pacificação do Alemão, além do 22º Batalhão de Bonsucesso.

De acordo com policiais, teria ocorrido uma tentativa de invasão de criminosos de uma facção rival ao morro do Adeus. O setor de inteligência da polícia afirma que a favela ainda abriga traficantes do CV (Comando Vermelho).

TIROTEIO EM FAVELA COM UPP

Uma semana após a implantação das duas primeiras UPPs no Complexo do Alemão, uma intensa troca de tiros assustou moradores, na noite de segunda-feira, na favela Nova Brasília. Foi o primeiro confronto na comunidade após a passagem do controle para a PM.

O comandante da unidade, capitão Márcio Ferreira Rodrigues, disse que ninguém ficou ferido. Segundo ele, quatro policiais realizavam ronda de rotina quando receberam uma informação sobre um grupo armado vendendo drogas em um beco da favela.

"Os criminosos perceberam a ação [policial] e dois deles atiraram contra os policiais, que revidaram. Em seguida, a dupla conseguiu fugir", afirmou. Durante a fuga, os criminosos deixaram cair uma granada com os dizeres "morte UPP", munições de fuzis, além de nove sacolés de cocaína. Nenhum dos criminosos foi preso ou identificado.

OPERAÇÃO DEIXA QUASE CINCO MIL ALUNOS SEM AULA

Operação no Morro do Chapadão deixa 4.737 alunos sem aula. Nove unidades estão fechadas, sendo seis escolas e três creches - O Globo - 26/04/12 - 11h12

RIO - Pelo menos 4.737 alunos da Zona Norte do Rio estão sem aula na manhã desta quinta-feira, devido à uma operação da Polícia Civil no Morro do Chapadão, em Costa Barros. Segundo a Secretaria municipal de Educação, nove unidades estão fechadas, sendo seis escolas e três creches.

A ação da polícia teve início às 6h e conta com cerca de 60 agentes de delegacias da Capital e de especializadas. Policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) dão apoio à ação, que conta ainda com um helicóptero Águia e um blindado.

A operação tem como objetivo verificar informações sobre o tráfico de drogas na região, a partir de um inquérito instaurado pela 21ª DP (Bonsucesso). De acordo com a polícia, ainda não houve confronto na região.

A GUERRA DE NITERÓI

Acuados pelas UPPs no Rio, bandidos atravessam a ponte, aterrorizam a cidade vizinha e o governo arma ofensiva para enfrentá-los. Wilson Aquino - REVISTA ISTO É N° Edição: 2215, 22.Abr.12 - 11:51




Ligada à cidade do Rio de Janeiro por uma ponte de 13,29 quilômetros sobre o mar, Niterói sempre conseguiu combinar as vantagens das cidades pequenas com as facilidades de estar bem próxima a uma metrópole. Dona da maior renda per capita do País, R$ 2.031, com 30% dos moradores na classe A, também detém o terceiro melhor índice de qualidade de vida do Brasil, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

O cotidiano de seus 500 mil habitantes, porém, não é mais tranquilo como no passado. Somente na primeira quinzena do mês, cinco pessoas foram baleadas. Um médico, um universitário, uma dona de casa, um policial militar fora de serviço e um fiseoterapeuta. Os quatro primeiros morreram, o último corre o risco de ficar cego. A violência que se abate sobre os niteroienses tem a ver com a queda da criminalidade na cidade do Rio.

A instalação das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) em favelas cariocas expulsou os traficantes, que se refugiaram no município vizinho e, agora, atacam sua população. O governo estadual atentou para a situação e promete uma ofensiva à altura.



“Antes, a gente fechava o bar quando o último freguês pedia a conta. Atualmente, estamos pedindo para os clientes irem embora porque o medo nos obriga a fechar mais cedo”, lamenta Carlos Manhães, 50 anos, dono de um bar no Ingá, área nobre de Niterói, que, em 23 anos de funcionamento, nunca tinha sido assaltado. Em fevereiro, o estabelecimento sofreu dois assaltos por homens armados. De seis meses para cá, verificou-se o aumento na incidência de assaltos ao comércio, às residências e aos pedestres na cidade.

“A gente percebe que os bandidos são ‘estrangeiros’ por causa da forma gratuita com que as vítimas são machucadas, mesmo sem esboçar reação”, diz o teólogo Antonio Carlos Costa, coordenador da Organização Não Governamental Rio de Paz e morador de Niterói.

A polícia detectou que traficantes cariocas do Morro da Mangueira e da favela da Maré se instalaram em favelas do município. Na sexta-feira 13, PMs evitaram a invasão do Morro do Palácio, no Ingá, por parte de bandidos da comunidade Mandela, do Rio.



Para a antropóloga Ana Paula de Miranda, coordenadora do grupo de estudos da violência da Universidade Federal Fluminense (UFF), no entanto, a migração é apenas parte de um problema maior.

“Talvez explique o acirramento dos atos violentos, que são antigos. Não vejo policiamento em Niterói há muito tempo”, afirma. A antropóloga ressalta que a onda atual teve início justamente após o assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto do ano passado.

“Esse crime foi um marco e revelou toda a fragilidade da cidade”, afirma.

Alunos, professores e funcionários da UFF estão entre os primeiros a perceber essa vulnerabilidade. O grande número de assaltos que eles sofreram na rua General Andrade Neves, via de acesso à universidade, acabou por rebatizar o local como “Rua do Perdeu”.

É que, na gíria de marginais das favelas do Rio, essa é a senha do assalto.

“Eles apontam a arma para a vítima e dizem ‘perdeu, perdeu’”, explica uma aluna da universidade que prefere não ter o nome divulgado.

Para evitar que alunos e funcionários transitem pela perigosa rua, o reitor Roberto Salles comprou três ônibus para transportar o pessoal entre a instituição e um terminal de barcas.



Acuada, a população tem reagido por meio de manifestações públicas. Este ano já foram quatro, a última no sábado 21, na Praia de Icaraí, organizada por universitários que fundaram o movimento Niterói Quer Paz.

“Não somos contra a pacificação do Rio, mas queremos um plano de segurança para Niterói também”, explicou o estudante Raphael Costa, 17 anos.

“A população cresceu e o número de policiais diminuiu”, diz Costa, referindo-se ao fato de que na década de 80 havia 1,2 mil PMs na cidade e hoje são cerca de 700.

O secretário de Segurança Pública do Estado, José Mariano Beltrame, reconheceu que o município pode estar sendo invadido por criminosos cariocas e anunciou medidas de emergência para conter a violência.



A principal delas é a instalação de duas Companhias de Polícia, cada uma com 100 homens, em duas favelas de Niterói: Cavalão, na zona sul, e Estado, no centro. O policiamento motorizado também foi reforçado. Durante a inauguração de duas UPPs no Complexo do Alemão, na quarta-feira 18, o governador fluminense, Sérgio Cabral (PMDB), acenou com a hipótese de levar o projeto de pacificação para Niterói antes do previsto. “Se as medidas emergenciais não resolverem, nós vamos para a UPP (em Niterói)”, afirmou. É preciso agir para impedir que a escalada da violência manche os bons indicadores sociais e econômicos de Niterói.

BOPE INSTALA MAIS DUAS UPP NO ALEMÃO

Bope inicia instalação de mais duas UPPs no Alemão. Novas unidades devem ser inauguradas em um mês. Uma ficará no alto do complexo e a outra nos arredores dos morros do Adeus e da Baiana - Ana Claudia Costa, Athos Moura - EXTRA, O GLOBO, 26/04/12 - 11h46

RIO - Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) estão instalando na manhã desta quinta-feira o contêiner que servirá como base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no alto do Morro do Alemão. De acordo com o relações públicas da Polícia Militar, as ações do Bope nos morros do Alemão, da Baiana e do Adeus fazem parte da primeira fase para a implantação de mais duas UPPs na região. Uma ficará nas comunidade do Adeus e Baiana e a outra no alto do complexo de favelas. A previsão de inauguração dessas novas unidades é de um mês.

Enquanto o Bope ocupa as favelas do Alemão, a PM realiza operações em 14 favelas da região metropolitana, cuja os criminosos são da mesma facção do complexo de favelas da Zona Norte. Duas pessoas já foram presas na Favela de Antares, em Santa Cruz; e outras duas em Caxias, na Baixada Fluminense. As ações estão sendo realizadas em favelas das zonas Norte, Oeste, Baixada Fluminense, Niterói e São Gonçalo.

A substituição dos militares do Exército nos morros do Adeus e da Baiana, no Complexo do Alemão, comunidades que se preparam para receber as Unidades de Polícia Pacificadora, tiveram início por volta das 23h desta quarta-feira. Durante a madrugada eles contaram com o apoio do Batalhão de Choque (BPChoque), revistando suspeitos e patrulhando as entradas de ambos os morros. Na manhã desta quinta-feira, juntaram-se a eles policiais do Batalhão de Ações com Cães (BAC), do Batalhão de Campanha, do Grupamento Aero-Marítimo (GAM) e do 22º BPM (Maré). Agentes da Coordenadoria de Inteligência (CI) da PM vão cumprir mandados de prisão nas duas localidades. A expectativa é de que até o fim de junho, a Polícia Militar já tenha substituído o Exército em todo o complexo de favelas.

O morro do Adeus atraiu a atenção da polícia durante essa semana. Na noite desta terça-feira, policiais do 16º BPM trocaram tiros com bandidos nas proximidades da escola Tim Lopes, na subida da grota do Morro do Adeus. Segundo a assessoria da Coordenadoria de Polícia Pacificadora, um morador que não quis se identificar afirmou ter visto homens armados descerem de uma van minutos antes do início do confronto. No Twitter, outros moradores relataram que ouviram tiros de fuzil entre o Morro do Adeus e o Morro da Baiana. As duas áreas ainda não foram pacificadas. O autor do perfil @Rene_Silva_RJ disse: “Voltou… tiros e mais tiros são ouvidos aqui no alemão… clima tenso, ninguém na rua, comércios fechados”.

Também na madrugada de terça-feira, policiais militares e bandidos trocaram tiros na região. O confronto ocorreu na comunidade Nova Brasília, uma das favelas que recebeu uma das duas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) instaladas no Complexo do Alemão, há uma semana. De acordo com a polícia, os PMs receberam denúncia sobre um ponto de venda de drogas em um local conhecido como Coqueirinho. Três pessoas envolvidas no tiroteio conseguiram fugir e deixaram para trás uma granada com a inscrição "morte UPP". Os policiais também encontraram munições para fuzil e cocaína.

As primeiras UPPs do Complexo do Alemão começaram a ser instaladas na quarta-feira da semana passada. A unidade na localidade da Fazendinha atenderá também as subcomunidades Relicário, Palmeirinha, Morro das Palmeiras, Vila Matinha, Parque Alvorada e Casinhas. Já a UPP Nova Brasília também será responsável pelo policiamento das localidades Ipê Itararé, Mourão Filho, Largo Gamboa, Cabão, Joaquim de Queiroz, Loteamento, Prédios, Aterro I e Aterro II. Ao todo, 660 policiais passaram a fazer parte do cotidiano de aproximadamente 40 mil moradores das 16 primeiras comunidades do Complexo do Alemão contempladas pelo programa de pacificação da Secretaria de Estado de Segurança.

O processo para a instalação das duras UPPs no Alemão, ocupado pelo Exército desde 2010, começou em março. A ação contou com 750 homens, que substituíram os militares do Exército nas favelas de Nova Brasília e da Fazendinha. As outras dez comunidades do complexo, onde o Exército mantém 1.800 militares, serão ocupadas pela PM gradativamente. Segundo o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, todo o processo de implantação das oito UPPs será concluído em 27 junho.

Assim que o processo de implantação das UPPs nos complexos do Alemão e da Penha for concluído, a base da Força de Pacificação, montada na antiga fábrica da Coca-Cola, na Avenida Itaoca, será transformada em sede do Comando de Polícia Pacificadora (CPP). Quando a sede do Bope for instalada na Maré, o CPP ocupará o atual quartel do batalhão, em Laranjeiras.

Ainda na noite de terça-feira, por volta das 20h30m, em outra área pacificada, um homem foi morto na porta de casa no Morro da Mineira, no Catumbi. O crime ocorreu em uma localidade conhecida como Beco do Gabriel. De acordo com a polícia, a vítima foi executada com três tiros. A Divisão de Homicídios (DH) assumiu a investigação. Nenhuma arma foi encontrada com o morto.

Dificuldade do processo de pacificação das comunidades

Com objetivo de conhecer de perto as dificuldades e experiências vividas pelos policiais no processo de pacificação, no dia 16 deste mês, o secretário Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, visitou as Unidades de Policia Pacificadora (UPP) da Mangueira e da Cidade de Deus. Na ocasião, Beltrame conversou com o capitão Leonardo Nogueira, comandante da UPP da Mangueira, e reafirmou que o processo de pacificação não é apenas uma questão de Segurança, mas de presença do Estado com serviços que resgatem a cidadania dos moradores. Na Cidade de Deus, o secretário caminhou pela comunidade com o major Felipe Romeu, comandante da UPP da área e conversou com alguns moradores.

domingo, 22 de abril de 2012

A GUERRA DE NITERÓI



Acuados pelas UPPs no Rio, bandidos atravessam a ponte, aterrorizam a cidade vizinha e o governo arma ofensiva para enfrentá-los. Wilson Aquino - REVISTA ISTO É N° Edição: 2215, 22.Abr.12 - 11:51


Ligada à cidade do Rio de Janeiro por uma ponte de 13,29 quilômetros sobre o mar, Niterói sempre conseguiu combinar as vantagens das cidades pequenas com as facilidades de estar bem próxima a uma metrópole. Dona da maior renda per capita do País, R$ 2.031, com 30% dos moradores na classe A, também detém o terceiro melhor índice de qualidade de vida do Brasil, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O cotidiano de seus 500 mil habitantes, porém, não é mais tranquilo como no passado. Somente na primeira quinzena do mês, cinco pessoas foram baleadas. Um médico, um universitário, uma dona de casa, um policial militar fora de serviço e um fiseoterapeuta. Os quatro primeiros morreram, o último corre o risco de ficar cego. A violência que se abate sobre os niteroienses tem a ver com a queda da criminalidade na cidade do Rio. A instalação das Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) em favelas cariocas expulsou os traficantes, que se refugiaram no município vizinho e, agora, atacam sua população. O governo estadual atentou para a situação e promete uma ofensiva à altura.

“Antes, a gente fechava o bar quando o último freguês pedia a conta. Atualmente, estamos pedindo para os clientes irem embora porque o medo nos obriga a fechar mais cedo”, lamenta Carlos Manhães, 50 anos, dono de um bar no Ingá, área nobre de Niterói, que, em 23 anos de funcionamento, nunca tinha sido assaltado. Em fevereiro, o estabelecimento sofreu dois assaltos por homens armados. De seis meses para cá, verificou-se o aumento na incidência de assaltos ao comércio, às residências e aos pedestres na cidade (leia quadro). “A gente percebe que os bandidos são ‘estrangeiros’ por causa da forma gratuita com que as vítimas são machucadas, mesmo sem esboçar reação”, diz o teólogo Antonio Carlos Costa, coordenador da Organização Não Governamental Rio de Paz e morador de Niterói. A polícia detectou que traficantes cariocas do Morro da Mangueira e da favela da Maré se instalaram em favelas do município. Na sexta-feira 13, PMs evitaram a invasão do Morro do Palácio, no Ingá, por parte de bandidos da comunidade Mandela, do Rio.

Para a antropóloga Ana Paula de Miranda, coordenadora do grupo de estudos da violência da Universidade Federal Fluminense (UFF), no entanto, a migração é apenas parte de um problema maior. “Talvez explique o acirramento dos atos violentos, que são antigos. Não vejo policiamento em Niterói há muito tempo”, afirma. A antropóloga ressalta que a onda atual teve início justamente após o assassinato da juíza Patrícia Acioli, em agosto do ano passado. “Esse crime foi um marco e revelou toda a fragilidade da cidade”, afirma. Alunos, professores e funcionários da UFF estão entre os primeiros a perceber essa vulnerabilidade. O grande número de assaltos que eles sofreram na rua General Andrade Neves, via de acesso à universidade, acabou por rebatizar o local como “Rua do Perdeu”. É que, na gíria de marginais das favelas do Rio, essa é a senha do assalto. “Eles apontam a arma para a vítima e dizem ‘perdeu, perdeu’”, explica uma aluna da universidade que prefere não ter o nome divulgado. Para evitar que alunos e funcionários transitem pela perigosa rua, o reitor Roberto Salles comprou três ônibus para transportar o pessoal entre a instituição e um terminal de barcas.

Acuada, a população tem reagido por meio de manifestações públicas. Este ano já foram quatro, a última no sábado 21, na Praia de Icaraí, organizada por universitários que fundaram o movimento Niterói Quer Paz. “Não somos contra a pacificação do Rio, mas queremos um plano de segurança para Niterói também”, explicou o estudante Raphael Costa, 17 anos. “A população cresceu e o número de policiais diminuiu”, diz Costa, referindo-se ao fato de que na década de 80 havia 1,2 mil PMs na cidade e hoje são cerca de 700. O secretário de Segurança Pública do Estado, José Mariano Beltrame, reconheceu que o município pode estar sendo invadido por criminosos cariocas e anunciou medidas de emergência para conter a violência.

A principal delas é a instalação de duas Companhias de Polícia, cada uma com 100 homens, em duas favelas de Niterói: Cavalão, na zona sul, e Estado, no centro. O policiamento motorizado também foi reforçado. Durante a inauguração de duas UPPs no Complexo do Alemão, na quarta-feira 18, o governador fluminense, Sérgio Cabral (PMDB), acenou com a hipótese de levar o projeto de pacificação para Niterói antes do previsto. “Se as medidas emergenciais não resolverem, nós vamos para a UPP (em Niterói)”, afirmou. É preciso agir para impedir que a escalada da violência manche os bons indicadores sociais e econômicos de Niterói.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

NITERÓI: OPERAÇÃO POLICIAL DEIXA DOIS MORTOS E UM FERIDO


Operação da PM em Niterói deixa dois mortos e um ferido. Com eles, foram apreendidos uma metralhadora, uma pistola e um revólver. O Globo. Rafael Galdo. 19/04/12 - 13h11



RIO - Policiais do 12 BPM (Niterói) fizeram uma operação na manhã desta quinta-feira na Vila Ipiranga, no Fonseca, considerada uma das comunidades mais perigosas da cidade. Na ação, que teve a participação de policiais que patrulham os morros do Estado e do Cavalão, dois suspeitos morreram e um menor de 17 anos ficou ferido. Um dos mortos é Janilson Silva dos Anjos, de 21 anos. O segundo morto ainda não foi identificado.

Foram apreendidos uma metralhadora, uma pistola e um revólver, além de 81 pedras de crack, 50 trouxinhas de maconha e 207 papelotes de cocaína. Os policiais contaram que faziam uma operação contra o tráfico na favela por volta das 10h, quando foram atacados a tiros na Rua Tenente Osório, a 50 metros da Alameda São Boaventura, uma das mais movimentadas de Niterói.

Depois do aumento de crimes na região, a cidade de Niterói pode ganhar uma Unidade da Polícia Pacificadora (UPP) antes do planejado. Nesta quarta-feira, durante a cerimônia das primeiras UPPs do Complexo do Alemão, o governador Sérgio Cabral afirmou que se o reforço no patrulhamento no município, que vive uma onda de violência, não funcionar, “nós vamos para a UPP”. O governador, no entanto, acredita que as medidas anunciadas para conter os problemas de segurança na cidade serão eficazes.

Na terça-feira, em uma visita surpresa, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, foi ao 12º BPM (Niterói) para checar a chegada de novos policiais ao batalhão e verificar de perto como será a distribuição dos policiais no patrulhamento do município. Segundo o comandante do 12º BPM, coronel Wolney Dias, os policias já seriam distribuídos nas companhias independentes do Morro do Estado e do Cavalão. Esse efetivo, segundo ele, será espalhado também para os bairros de Santa Rosa, Ingá e Icaraí.

Ruas de Niterói têm apenas um PM a cada 6km

Nas ruas de Niterói, a pergunta que não quer calar: onde foram parar os 366 policiais militares que, segundo anúncios recentes da Secretaria estadual de Segurança, reforçariam o efetivo do 12º BPM (Niterói)? A promessa era de que eles se juntariam aos cerca de 700 PMs que já formavam o contingente do batalhão. Mas uma equipe do GLOBO percorreu na quarta-feira 104 quilômetros de 26 bairros da cidade e, em cinco horas, das 10h40m às 15h40m, constatou o motivo dos questionamentos da população: ainda são muitos os vazios de policiamento. No trajeto por todas as regiões do município, havia apenas 17 pontos de patrulhamento, em média um a cada 6,1 quilômetros, com 42 PMs no total. E detalhe: no caminho, as sete cabines de policiamento encontradas estavam vazias.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

NOVA MEGAOPERAÇÃO PARA REPRIMIR O TRÁFICO


Polícia faz megaoperação para reprimir o tráfico de drogas no Rio. Até o momento, 12 pessoas foram presas e dois menores apreendidos. Renata Leite, Paulo Roberto Araújo, Waleska Borges, Daniela de Paula - O GLOBO 11/04/12 - 10h36


RIO - As polícias Civil e Militar realizam uma megaoperação na manhã desta quarta-feira para reprimir o tráfico de drogas em vários pontos do Estado do Rio. Batizada como Conexão Mandela, a ação foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio e da Coordenadoria de Inteligência da PM, e visa a cumprir 19 mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão na cidade do Rio; e nos municípios de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense; Teresópolis, na Região Serrana; Rio das Ostras, na Região dos Lagos; e em São Paulo. Até o momento, 12 pessoas foram presas e dois menores apreendidos. De acordo com a polícia, os denunciados são acusados de associação para o tráfico de entorpecentes e corrupção ativa.

A ação conta com apoio de cerca de 500 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoq), da CI, do Grupamento Aéreo e Marítimo (GAM), do Batalhão de Ações com Cães (BAC), do Grupo de Apoio aos Promotores (GAP), do 30º BPM (Teresópolis) e do Gaeco/SP, de quatro Promotores de Justiça do Gaeco do MPRJ; além de dois helicópteros, um blindado, uma retroescavadeira, uma pá mecânica e um caminhão munk da PM.

As investigações começaram em novembro do ano passado em Teresópolis, após traficantes tentarem subornar policiais militares para que o tráfico na região não fosse reprimido. Os PMs levaram o caso ao MPRJ, que apontou a Favela Mandela como um dos principais pontos de distribuição de drogas para diferentes bairros e municípios do Rio. De acordo com a denúncia, foi constatado que por causa da implementação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), e a prisão de muitos integrantes de uma facção criminosa, traficantes fizeram uma aliança com uma facção criminosa de São Paulo, de onde passaram a importar grande parte do material entorpecente. Segundo o Ministério Público, a Favela Mandela, recebe as substâncias ilícitas de São Paulo e distribui para as regiões Serrana e dos Lagos, além de Niterói, São Gonçalo, Duque de Caxias, Campo Grande e demais favelas do Rio dominadas pela mesma facção criminosa.

Na Região Serrana, policiais do 30º BPM (Teresópolis) com o apoio de cães do canil da PM e do (Gaeco) estão na comunidade da Coreia, a quatro quilômetros de Centro de Teresópolis. Eles buscam traficantes que migraram da Favela Mandela. O coronel Mário Fernandes, comandante do 30º BPM, lidera a operação, que conta com cerca de 50 homens. Uma grande quantidade de maconha e cocaína já foi apreendida na região.

Na Zona Norte do Rio, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque (BPChoque) estão nas favelas de Jacarezinho, Manguinhos e Mandela. A ação conta com o apoio de um helicóptero e de um veículo blindado. Há registro de tiroteio na chegada dos PMs às favelas. Ainda não há informações sobre feridos, presos ou apreensões. Em Madureira, a ação acontece no Morro da Serrinha e conta com cerca de 40 agentes da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD); da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core); dois blindados e um helicóptero. A polícia informou que dois homens morreram durante operação nas favelas do Jacarezinho e de Manguinhos. Eles estavam armados com um fuzil calibre 556 e uma pistola nove milímetros. Uma grande quantidade de drogas - ainda não contabilizada - foi apreendida e uma prensa industrial encontrada dentro de um caminhão no Jacarezinho.

No Morro do Dezoito, em Água Santa, também na Zona Norte, cerca de 30 policiais do 3º BPM (Méier) também foram recebidos a tiros na manhã desta quarta-feira. A operação, que começou às 5h45m, conta com o apoio do 4º BPM (São Cristóvão), 6º BPM (Tijuca) e 17º BPM (Ilha do Governador). Moradores que deixam a favela estão sendo revistados. Segundo o comandante do 3º BPM, tenente-coronel Ivanir Linhares, além de reprimir o tráfico de drogas na comunidade, o objetivo é combater o roubo de veículos na área. Ainda não há informações de prisões nem de apreensões.

O 9º BPM (Rocha Miranda) também está em Água Santa, no Morro do Saçu, com apoio de outros batalhões. A polícia tenta capturar o traficante conhecido como Piolho, que comanda a comunidade e o Morro do Dezoito. Ele já esteve preso, mas fugiu do Instituto Penal Sirieiro, em Niterói, em setembro de 2010. Lá, ele cumpria pena em regime semi-aberto. Na época, o Dezoito estava sob o domínio de uma milícia, que foi expulsa pelo traficante. Piolho já havia chefiado a venda de drogas na localidade anteriormente.

Na Zona Oeste da cidade, um homem suspeito de tráfico de drogas foi preso e uma submetralhadora apreendida na Favela da Coreia, em Senador Camará. Os policiais contam com o apoio de um helicóptero. Também já houve confronto, mas ainda não há informações sobre feridos.