O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

TIROTEIO ENTRE TRAFICANTES RIVAIS ASSUSTA MORADORES DE MADUREIRA

O DIA 25/09/2013 08:35:52

Segundo PMs, criminosos do Morro da Serrinha estariam tentando tomar o controle do Morro do Cajueiro

DIEGO VALDEVINO


Rio - Um intenso tiroteio no fim da noite desta terça-feira assustou moradores entre os morros do Cajueiro e Serrinha, em Madureira, na Zona Norte do Rio. Após quase uma hora de disparos feitos por traficantes, granadas também foram explodidas. De acordo com a Polícia Militar, as duas comunidades são dominadas por facções rivais.

Ainda segundo informações da PM, criminosos da Serrinha estariam tentando tomar o controle do Cajueiro. Militares do 9º BPM (Rocha Miranda), fizeram uma operação no local de confronto com um blindado, mas não permaneceram nas entradas das favelas.


Cápsulas de fuzil 7.62 e de pistola calibre 9 milímetros foram encontradasFoto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia

Moradores afirmam os tiros começaram por volta de 22h30. Muitos pedestres tiveram que se abrigar atrás de muros durante o tiroteio. No Cajueiro, um transformador de energia elétrica foi atingido por disparos, deixando parte da Avenida Ministro Edgar Romero, sem luz. O local foi interditado depois que uma tubulação de gás estourou.

Cápsulas de fuzil 7.62 e de pistola calibre 9 milímetros podiam ser encontradas na avenida. Operadores de trânsito da empresa Via Rio, que trabalham durante a madrugada em frente a principal entrada da Serrinha, contaram ter passado por momentos de tensão.

"Na hora dos tiros, tivemos que nos esconder atrás de containers. Trabalhar aqui é muito arriscado, pois não sabemos se vamos ser atingidos por um tiro. Todos os dias há confronto, mas hoje (terça), teve até granada", lembrou ainda muito assustado um operador de tráfego.

Ainda de acordo com ele, bandidos das duas favelas tem circulado pela região em motocicletas e com forte armamento. "Desfilam com duas pistolas na cintura e um fuzil entre as mãos. Em algumas ocasiões, a arma cai da cintura e pegam do chão. Está escancarado a ação dos marginais", avisou.

Com a possibilidade de haver a implantação de um Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na área, devido a Transcarioca, traficantes rivais das duas comunidades tem travado guerra pelo domínio da região.

APÓS NOITE DE TIROTEIO, BARRICADAS NOS ACESSOS

O GLOBO 25/09/2013 - 11:44

Após noite de tiroteio, acessos às comunidades da Serrinha e Cajueiro amanhecem com barricadas postas pelo tráfico

Extra


Um dia após a guerra entre traficantes das Favelas da Serrinha e do Cajueiro, em Madureira, Zona Norte do Rio, os acessos às comunidades estão bloqueadas por barricadas postas pelo tráfico. Sofás, latas de lixo e pedaços de árvore, impedem a entrada nas favelas. Segundo um morador do Cajueiro que, com medo preferiu não se identificar, contou, por meio do WhatsApp do EXTRA (9644-1263), que o clima na comunidade é de medo e tensão.

- Parece que a qualquer momento um novo tiroteio vai acontecer. Não aguento mais viver assim - conta.

A guerra também deixou vestígios na casa de X., de 27 anos, morador do Cajueiro. O leitor, enviou pelo WhatsApp do EXTRA (9644-1263) a imagem de um projétil de bala que foi parar na varanda de sua casa, durante o confronto, de ontem a noite, entre bandidos de facções rivais que assustou moradores e quem passava pela região. Segundo X., a troca de tiros entre bandidos acontece diariamente e, inclusive, tem hora marcada.

- Aqui é terra de ninguém, eles fazem o que querem. Os confrontos são sempre a noite, por volta das 22h. A polícia sabe e não faz nada. Todos os dias é um verdadeiro terror. Até quando os moradores vão ter que submeter a isso?- desabafa.

Ainda de acordo com X., no momento do tiroteio, faltou energia elétrica na comunidade. A situação foi normalizada no início da manhã desta quarta-feira.

Em nota, a PM informou que “o comando do 9º BPM (Rocha Miranda) está realizando um cerco policial nas comunidades do Cajueiro e Serrinha.”

sábado, 21 de setembro de 2013

NO RIO, MILÍCIA DOMINA 26 FAVELAS

REVISTA VEJA 21/09/2013 - 09:26


No Rio, milícia dá as cartas em uma região com 26 favelas. Relatório obtido por VEJA mostra que a polícia deixou um naco inteiro do Rio sob o domínio de Batman, o chefão da maior e mais poderosa milícia do país

Leslie Leitão



TERRA SEM LEI - Campo Grande, Zona Oeste carioca: numa das áreas menos policiadas da cidade, a Liga da Justiça controla até o transporte de vans (à dir.) (Fotos Marcelo Piu/Agência O Globo e Vitor Silva)

Nas franjas da Zona Oeste do Rio de Janeiro estende-se uma área de 153 quilômetros quadrados que abriga 500.000 pessoas e 26 favelas. Historicamente, o crime vicejou ali à sombra do poder público, fazendo do lugar um barril de pólvora. Conhecida como Campo Grande, a região é um deserto de policiais, escassez que um relatório interno da Polícia Militar, ao qual VEJA teve acesso, expõe com números: há nas ruas apenas um PM para cada grupo de 2.498 habitantes - menos de um terço da proporção que se vê no restante da cidade e um décimo do que a Organização das Nações Unidas (ONU) considera razoável. Por isso, espanta outro dado que corre em paralelo: em tempos recentes, em nenhum outro lugar do estado as taxas de homicídio caíram tanto, e em poucos os roubos retrocederam como lá.

A explicação para esse paradoxo é perversa. A trégua momentânea, que vem mascarada de boa notícia, não passa de estratégia da bandidagem para se manter no poder sem ser incomodada. É, por assim dizer, uma etapa evolutiva do crime organizado. “Quanto mais invisíveis as gangues conseguem ser, mais seguros e rentáveis são seus negócios, a exemplo das máfias”, diz o sociólogo Cláudio Beato, do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública. Não significa que, na surdina, a barbárie não dê as caras. A organização criminosa em questão é tida hoje como a maior milícia do país, um bando de policiais e ex-policiais que, há coisa de uma década, espantou o tráfico da região. O chefão é o ex-PM Ricardo Teixeira Cruz, o Batman. Mesmo preso, é ele que continua ditando as regras. Daí o nome da quadrilha: Liga da Justiça.

Para ler a continuação dessa reportagem compre a edição desta semana de VEJA no IBA, no tablet ou nas bancas.

domingo, 8 de setembro de 2013

PM TROCA O COMANDO DE 25 DAS 34 UPPS DO RJ




Medida tem objetivo de dar mais dinamismo ao policiamento nas favelas pacificadas
REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA BRASIL

06/09/2013 15h41



Cerimônia de troca de comando de 25 Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) das 34 implantadas em favelas do RJ desde 2008 (Foto: Tomaz Silva / ABr)


A Coordenadoria de Polícia Pacificadora, da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro(PM-RJ), trocou nesta sexta-feira (6) o comando de 25 das 34 unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) implantadas em favelas do RJ desde 2008. Na cerimônia em que nomeou os novos oficiais, o coronel Frederico Caldas, coordenador-geral das UPPs, afirmou que a medida é uma forma de dar mais dinamismo ao policiamento local. Trata-se da primeira mudança ampla de comando desde o início do programa.

"A ideia é dar uma dinâmica diferente e até apresentar um desafio. O que a gente percebe é que os comandantes são muito jovens, e jovem gosta de desafio. Muitos estavam no comando de UPPs há bastante tempo, e a gente percebeu neste primeiro mês [em que Caldas está no comando] a necessidade de fazer algumas mudanças. Alguns policiais já estavam ali há três anos e acabavam não tendo mais uma visão critica e o estranhamento necessário", disse o coronel. "A maioria dos que ficaram [nove] tinha assumido há muito pouco tempo, e sequer tinha tido a oportunidade de ter o seu trabalho avaliado. Em outras [situações], por ter um trabalho consolidado, não seria recomendável mudar".

Caldas negou que as mudanças tenham sido influenciadas diretamente por denúncias de excessos cometidos por policiais de UPPs, como no caso do pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde o dia 14 de julho, após ser levado por PMs para averiguação na unidade da Rocinha. Mas o coronel reconheceu que a situação do comandante dessa unidade, major Edson Santos, tinha se tornado insustentável:

"Esses casos foram emblemáticos, mas não tiveram uma influência direta na movimentação. Quando eu assumi, no primeiro dia, já tinha a decisão de solicitar ao comando da Polícia Militar que substituísse o major Edson. Ele é um oficial brilhante, que fez um excelente trabalho. A questão do Amarildo e essa dúvida toda que repousa sobre a ação dos policiais, por que ele foi levado para a base da UPP, sobrecarregou e deixou o major Edson numa situação insustentável. Mas não se trata de incriminá-lo. Ele é honesto, íntegro, e o desgaste que teve foi pela postura intolerante com tráfico e com o crime", disse o coordenador-geral.

>> A UPP é uma mentira?
O novo coordenador-geral das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), coronel Frederico Caldas
(Foto: Tomaz Silva / ABr)

Entre as unidades que tiveram troca de comando está a da Rocinha, que receberá a major Priscilla Azevedo, que já havia comandado a UPP do Morro Santa Marta, a primeira do projeto. Priscilla deixa o cargo de coordenadora de Projetos na Secretaria Estadual de Segurança Pública para assumir a segunda UPP.

O coronel, que está desde 8 de agosto no comando das UPPs, afirmou que será implacável com desvios de conduta, e disse que orientará os policiais a serem mais seletivos nas abordagens: "Pretendo intensificar o treinamento para que os policiais tenham um rendimento melhor. Uma questão que vou exigir muito deles é o respeito com os moradores. É preciso que o policial tenha realmente a convicção da necessidade de fazer uma abordagem, porque, muitas vezes, de uma abordagem acaba surgindo um problema interpessoal e de conflito, provocado pela própria inabilidade do policial em atuar", disse Caldas. Na ocasião, ele anunciou um reforço de efetivo da 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar, para as áreas de inteligência e correcional.

NT

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

COMANDANTE DAS UPPS VAI REFORÇAR INTERVENÇÕES


Comandante das UPPs vai reforçar intervenções dentro das comunidades pacificadas. Frederico Caldas diz que aumentará abordagem, busca de armas e patrulhamentos preventivos. Ações não usarão homens do Bope, mas de 100 a 200 policiais da própria Coordenadoria de Polícia Pacificadora. PM troca 25 dos 34 comandos de UPPs do Rio. Major Pricila, ex-comandante do Santa Marta, chefiará Rocinha

ANA CLAUDIA COSTA
O GLOBO
Atualizado:6/09/13 - 11h59

Major Priscilla assume a UPP da Rocinha / Bruno Gonzalez / Agência O Globo


RIO - Ao anunciar a troca de 25 dos 34 comandantes de UPPs, o coordenador de Polícia Pacificadora, coronel Frederico Caldas, afirmou, nesta sexta-feira, que começará, na segunda quinzena de setembro, a operação União de Paz. A ação, segundo ele, vai reforçar as intervenções dentro das UPPs, aumentando a abordagem, a busca de armas e os patrulhamentos preventivos.

Para essa operação, Caldas anunciou que não vai usar homens do Bope e sim de 100 a 200 policiais da própria Coordenadoria de Polícia Pacificadora. As três primeiras comunidades que devem receber a operação são: Rocinha, Alemão e São Carlos.

- Vamos fazer operações nas comunidades respeitando o contexto da polícia de proximidade, que é a filosofia da UPP. Não há por que usar o Bope se eu tenho um efetivo de 8.600 PMs lotados em todas as UPPs - disse o coronel.

Designada para comandar a UPP da Rocinha, a major Pricila de Oliveira Azevedo disse que chefiar a unidade da comunidade será um grande desafio, mas que pretende trabalhar com a mesma eficiência que conseguiu em sua atuação na UPP do Santa Marta, em Botafogo.

As mudanças nas UPPs surgiu após análise feita por Caldas, que durante o primeiro mês de gestão identificou a necessidade de “oxigenação” do programa UPP. Para ele, a rotatividade permite o aperfeiçoamento dos oficiais e melhor capacitação das gestões.

Anúncio da 34ª UPP

Frederico Caldas também anunciou a UPP Arará/Mandela como a 34ª unidade do estado. As duas comunidades eram atendidas, anteriormente, pela UPP Manguinhos, mas agora terão uma unidade exclusiva. O efetivo que já atendia a essas áreas foi desmembrado de Manguinhos, portanto não houve a necessidade de convocação de novos policiais.

A nova UPP conta com 273 policiais e duas bases avançadas: na Favela do Mandela (Rua Quatorze) e no Arará (Rua Carlos Matoso Corrêa).

Nomes dos novos comandantes

As nove UPPs que permaneceram com os mesmos comandantes são: Caju, Babilônia, Formiga, São João, Coroa, Vila Cruzeiro, Barreira do Vasco, Batan, Macacos.

Confira os nomes dos novos comandantes das UPPs:

Rocinha – major Pricilla de Oliveira Azevedo

Cidade de Deus – major Felipe Romeu

Providência – capitão Fabio Pereira

Santa Marta – capitão Jeimison Barbosa

Borel – capitão Carlos Eduardo Panza

Pavão-Pavãozinho/Cantagalo – capitão Douglas Ultramar

Tabajaras – capitão Almir Beltran

Salgueiro – capitão Jeferson Odilon

Turano – capitão Felipe Carvalho

Andaraí – capitão Marcio Rocha

Prazeres/Escondidinho – capitão Ronaldo Salgado

São Carlos – major Leonardo Nogueira

Mangueira – major Márcio Rodrigues

Vidigal – tenente Carlos Martins da Veiga

Fazendinha – capitão Ricardo Alves

Nova Brasília – major Glauco Schorcht

Adeus/Baiana – major Bruno Xavier

Alemão – capitão Bruno Leite

Fé/Sereno – capitão Victor de Souza

Chatuba – capitão Leo Ludolff

Parque Proletário – capitão Bruno Amaral

Jacarezinho – major Plínio César

Manguinhos – capitão Gabriel de Toledo

Cerro-Corá – tenente Leandro Carlou

Arará/Mandela – capitão Paulo Ramos

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

FUZIS PARA TRAFICANTES

G104/09/2013 11h06

PF apreende fuzis em MG que seriam vendidos para traficantes no Rio. Cinco pessoas foram presas em Governador Valadares e 2 nos EUA. Armas eram escondidas dentro de colchões e transportadas em containers.

Do G1 Vales de Minas Gerais



Quadrilha enviava fuzis de grosso calibre dos Estados Unidos para o Brasil, via Porto de Santos. (Foto: Divulgação/Polícia Federal)

A Polícia Federal prendeu sete pessoas na manhã desta quarta-feira (4) e apreendeu 22 fuzis calibre 762 e uma grande quantidade de munições numa operação para desarticular uma quadrilha que trazia armas dos Estados Unidos e revendia no Brasil, principalmente para favelas do Rio de Janeiro. Dos presos, cinco estavam em Governador Valadares (MG) e dois nos EUA.

Segundo a PF, o grupo traficava fuzis pelo Porto de Santos (SP). As armas eram escondidas dentro de colchões transportados em containêres juntamente com a mudanças de famílias brasileiras que regressavam dos Estados Unidos. A quadrilha retirava as armas dos colchões e revendiam para traficantes de drogas, principalmente, das favelas cariocas.

As cinco pessoas presas foram encaminhadas para a penitenciária de Governador Valadares.