O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

TIROTEIO NO PAVÃO-PAVÃOZINHO


Rua Sá Ferreira tem lojas fechadas após tiroteio no Pavão-Pavãozinho. Mesmo com o policiamento reforçado, o clima ainda é tenso. Homem que morreu em confronto é traficante, segundo polícia. Baleado foi levado para esquina do bairro, e morreu no local

ANA CLÁUDIA COSTA
LEONARDO BARROS 
O GLOBO
Atualizado:24/10/13 - 12h03


Lojas no entorno do Pavão-Pavãozinho fecham as portas Márcia Foletto / Agência O Globo


RIO — Depois de um tiroteio que terminou com um morto no Morro do Pavão-Pavãozinho, durante a madrugada, o comércio não abriu as portas nesta quinta-feira na Rua Sá Ferreira, em Copacabana, Zona Sul da cidade. Mesmo com o policiamento reforçado, o clima ainda é tenso no entorno da comunidade, que conta com uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Policiais reconheceram o homem morto como um dos integrantes da quadrilha que atirou contra eles, iniciando um confronto. Ele foi identificado como Thomas Rodrigues Martins, de 33 anos. Segundo a polícia, ele era gerente do tráfico na comunidade, com duas passagens por tráfico de drogas e uma por roubo. Moradores dizem, no entanto, que o homem era trabalhador e não tinha envolvimento com o traficantes. O corpo de Thomas foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML).

O comércio nas comunidades do Pavão-Pavãozinho e no Cantagalo também está fechado. No entanto, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, os estabelecimentos abriram normalmente. De acordo com o comandante do 19º BPM (Copacabana), coronel André Beloni, todos os comerciantes da região moram no morro e se dizem inseguros em abrir as portas, mesmo com a garantia da polícia. Na comunidade, moradores evitam falar sobre o assunto. O coronel disse que cerca de 30 policiais do 19º BPM (Copacabana) e 23º BPM (Leblon), além do Batalhão de Choque, fazem o policiamento no entorno do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo. Policiais de outras UPPs também atuam no reforço da segurança na comunidade.

Segundo a PM, o confronto começou na madrugada quando policiais da UPP se depararam com um grupo de traficantes em um beco. Houve um intenso confronto, que assustou os moradores. A PM informou que, ainda durante a madrugada, foram realizadas buscas em hospitais da cidade por outras vítimas do tiroteio, mas ninguém foi encontrado. Um outro homem, que também seria traficante do Pavão-Pavãozinho, teria ficado ferido, e conseguido fugir, mas a assessoria da UPP não confirma a informação.

Segundo moradores, o homem que foi baleado morreu porque o socorro não subiu a favela para prestar atendimento. Carregando a vítima ainda viva em uma maca improvisada eles seguiram pela Rua Sá Ferreira até o cruzamento com a Avenida Nossa Senhora de Copacabana, por volta de 4h30m. Uma ambulância dos bombeiros chegou a atender o baleado no local, mas ele não resistiu aos ferimentos e morreu na calçada. Em nota, os bombeiros informaram que vão apurar as circunstâncias do atendimento.

Revoltadas, cerca de 50 pessoas desceram a comunidade e iniciaram um protesto ainda de madrugada. Os manifestantes gritavam palavras de ordem contra a UPP e criticavam a atuação da Polícia Militar. O grupo tentou fechar o trânsito, mas foram impedidos por policiais do 19º BPM. Por causa da confusão, os funcionários do único estabelecimento comercial aberto naquele momento fecharam as portas da loja. Profissionais da imprensa que estavam cobrindo a ocorrência também foram hostilizados.

A ambulância chegou ao cruzamento da Sá Ferreira com Nossa Senhora de Copacabana por volta das 5h. Como a vítima acabou morrendo, o corpo foi levado para Instituto Médico-Legal (IML) em seguida. Às 6h30m, o Batalhão de Choque chegou ao local, mas o protesto já havia terminado.

Um dos moradores, que não se identificou, afirmou que nunca tinha ouvido um tiroteio tão intenso desde que a UPP foi instalada na comunidade, há quatro anos. Ele contou ter escutado até explosões. O policiamento nas ruas de Copacabana foi reforçado logo no começo da manhã. Segundo a assessoria das UPPs, o caso foi registrado na 12ª DP (Copacabana).

TIROTEIO INTENSO DEIXA UM MORTE E UM FERIDO EM FAVELA DO RIO


Tiroteio deixa um morto e um ferido em favela na zona sul do Rio. Comunidade de Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, recebeu Unidade de Polícia Pacificadora há quatro anos

24 de outubro de 2013 | 9h 45

ADRIANO BARCELOS - Agência Estado



Um tiroteio na Favela do Pavão-Pavãozinho (Copacabana, zona sul do Rio) deixou uma pessoa morta e outra ferida na madrugada desta quinta-feira, 24. A comunidade recebeu uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) há quatro anos e, segundo relato de moradores, este foi o tiroteio mais intenso desde então.

A vítima fatal não foi identificada até o momento. Moradores da favela dizem que ele não tinha conexão com o tráfico e se revoltaram porque o socorro teria demorado tempo demais. Como a ambulância não conseguiria subir a comunidade, eles tiveram de improvisar uma maca para conduzir a vítima até a esquina da Rua Sá Ferreira com a Avenida Nossa Senhora de Copacabana, mas quando a equipe de saúde chegou com a ambulância o baleado já havia morrido. A outra pessoa, que teria ligações com o tráfico, foi ferida com gravidade, mas fugiu do local.


Policiais do 19º Batalhão de Polícia Militar (Copacabana) tiveram de intervir para evitar que o trânsito fosse fechado pelos moradores do Pavão-Pavãozinho.