O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

sábado, 29 de novembro de 2014

MILITAR DA FORÇA DE PACIFICAÇÃO LEVA UM TIRO NA CABEÇA E MORRE




Do G1 Rio 28/11/2014 19h34

Vídeo mostra socorro a militar após levar tiro na cabeça na Maré. Nome do ferido e hospital para onde foi removido não foram informados. Força de Pacificação está na Maré desde o dia 5 de abril.






Um vídeo divulgado pelo RJTV mostra um militar do Exército no momento em que é socorrido após ser baleado na cabeça enquanto fazia um patrulhamento no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, nesta sexta-feira (28). Também na região, um blindado caiu num canal em outro ataque de criminosos.

O veículo blindado da Força de Pacificação que estava em patrulhamento na Região do Conjunto Esperança recebeu tiros de supostos envolvidos com facções criminosas.


Segundo a assessoria de imprensa da Força de Pacificação, os policiais responderam aos disparos e, ao manobrar o veículo, colidiram com o meio-fio e caíram no Canal da Avenida 2. O militar ferido recebeu os primeiros-socorros e foi levado para o hospital para receber cuidados médicos. O veículo não sofreu maiores danos. Um rádio transmissor foi apreendido.

O nome do ferido e o hospital para onde ele foi removido não foram informados pela Força de Pacificação por motivo de segurança.

Blindado perdeu o controle após ataque na Maré (Foto: Reprodução / Globo)

Ocupação desde abril


A Força de Pacificação está na Maré desde o dia 5 de abril, quando 2,7 mil militares ocuparam 15 comunidades do conjunto de favelas. Mas os confrontos têm sido frequentes. Desde o início da ocupação, mais de 400 pessoas foram presas e 158 menores apreendidos. Nas operações de combate ao tráfico, além de drogas, os militares também apreenderam veículos, motos, armamento e munição.


 Do G1 Rio 29/11/2014 13h25

Após morte de cabo, Pezão quer pedir permanência de Exército na Maré, Rio. Governador do RJ afirmou que pretende conversar com a presidente. Força de Pacificação está na Maré desde o dia 5 de abril.



Michel Mikami era de Vinhedo, no interior de São
Paulo (Foto: Reprodução / Facebook)

O governador Luiz Fernando Pezão afirmou neste sábado (29) que pretende conversar com a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que a Força de Pacificação permaneça no Complexo da Maré após dezembro, prazo inicialmente previsto. Segundo Pezão, por conta da dificuldade que a comunidade representa, a ideia é que a Força de Pacificação continue ocupando a região até que novos policiais militares se formem no Rio.

"Uma comunidade ao lado da Avenida Brasil, da Linha Vermelha, perto do Galeão, que tinha um nível de violência inimaginável. Uma região que o tráfico dominou por mais de 30 anos. Isso mostra a dificuldade que nós temos. E, se não fosse essa parceria com a presidenta Dilma e as Forças Armadas, dificilmente conseguiríamos ter êxito na nossa política de pacificação", ressaltou o governador, durante inauguração das obras de ampliação do sistema de abastecimento de água de Piraí.

De acordo com o governador, com o apoio da Força de Pacificação na Maré, os policiais militares poderão continuar reforçando os batalhões do interior do estado. Pezão garantiu ainda que mais mil PMs serão formados até o fim deste ano.

Pesar da presidente

A presidente da República Dilma Rousseff também expressou seu pesar por meio de nota. O comunicado ressaltou que o militar "morreu no cumprimento do dever, na missão de pacificação empreendida pelo Exército Brasileiro". "Quero expressar minha dor e minha solidariedade à família e aos amigos de Michel", disse a presidente.

Ocupação desde abril

A Força de Pacificação está na Maré desde o dia 5 de abril, quando 2,7 mil militares ocuparam 15 comunidades do conjunto de favelas. Mas os confrontos têm sido frequentes. Desde o início da ocupação, mais de 400 pessoas foram presas e 158 menores apreendidos. Nas operações de combate ao tráfico, além de drogas, os militares também apreenderam veículos, motos, armamento e munição.

Militares se preparam para participar de operação da PM na Maré (Foto: Mariucha Machado/G1)

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

SARGENTO DA MARINHA GUARDAVA ARSENAL DE GUERRA DO TRÁFICO

Do G1 Rio 27/11/2014

Sargento da Marinha é preso com fuzis e metralhadoras do tráfico. Paiol foi encontrado na casa dele, em Padre Miguel. Material pertencia ao tráfico e drogas da comunidade Vila Vintém.





O sargento da Marinha Jerônimo Ronaldo Severino Pereira, de 42 anos, foi preso, nesta quinta-feira (27), por policiais da 6ª DP (Cidade Nova). Na garagem de sua casa, em Padre Miguel, na Zona Oeste do Rio, foram encontrados 10 fuzis, duas metralhadoras, nove pistolas e muitas munições. O material pertencia ao tráfico e drogas da comunidade Vila Vintém.

Material pertence ao tráfico e drogas da comunidade Vila Vintém (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Armas foram apreendidas na garagem do sargento da Marinha (Foto: Divulgação/Polícia Civil) 

sábado, 22 de novembro de 2014

POLICIAIS SÃO ATACADOS EM SEGUNDO DIA DE TIROTEIO NA ROCINHA

O DIA 22/11/2014 17:31:31

Policiais são atacados em segundo dia seguido de tiroteio na Rocinha. O pedido de encerramento de um baile onde estariam sendo vendidas drogas teria sido o estopim para o confronto armado

Nonato Viegas



Rio - Durou cerca de meia-hora a troca de tiros entre PMs da UPP da Rocinha e traficantes, na tarde deste sábado. É o segundo dia seguido de confronto. Não há informação de feridos, e equipes do Bope estão no local, fazendo varredura na região conhecida como Terrerão. Segundo informações da Coordenadoria das UPPs, traficantes chegaram a usar granadas contra os policiais, que pediram reforço.

O troca de tiros ocorreu quando oito PMs faziam patrulhamento a pé na Rua 1, Terrerão, quando foram atacados por bandidos armados por volta das 15h30.

Segundo a reportagem apurou, haveria um baile no local, e traficantes aproveitariam o evento para vender drogas. A Coordenadoria das UPPs, no entanto, informa que a unidade local não foi procurada com pedido de autorização para a realização do baile.


Tiroteios têm sido constantes na comunidade Foto: Foto: Fabio Gonçalves / Arquivo Agência O Dia

O confronto começou, segundo testemunhas, quando os policiais determinaram o desarme das caixas de som, que já começavam a ser instaladas.

O Bope ocupará a Rocinha até pelo menos domingo de manhã. Há relatos de que tem havido frequentes trocas de tiro entre PMs e traficantes.

Na sexta-feira, pela manhã, também houve tiroteio e o comércio fechou as portas. Em artigo publicado na edição de sábado do DIA , o coordenador do Movimento Popular de Favelas, William de Oliveira, afirmou que, morando há 43 anos na Rocinha, nunca ouviu tantos tiros diários na favela.


"O tiroteio voltou a fazer parte da rotina de uma das maiores favelas do Brasil", escreveu.

Até o fechamento desta reportagem, a Coordenação das UPPs não se pronunciou sobre o aumento dos confrontos entre PMs e traficantes no local.

Imprensa é recebida a tiros

Uma equipe de reportagem do jornal 'O Globo' foi recebida a tiros na manhã desta sexta-feira na Favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul.

Os jornalistas chegavam ao local para fazer uma matéria sobre desapropriações provocadas pelo alargamento de uma via na comunidade, parte das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2).




O Dia 22/11/2014 00:06:05

William de Oliveira: Rocinha em pé de guerra

Moro na Rocinha há 43 anos e nunca ouvi tantos tiros diários desde a guerra vivenciada em 2004, com a disputa de facções rivais



Rio - Moro na Rocinha há 43 anos e nunca ouvi tantos tiros diários desde a guerra vivenciada em 2004, com a disputa de facções rivais. O tiroteio voltou a fazer parte da rotina de uma das maiores favelas do Brasil. Sei que isso não acontece só na Rocinha, porque leio os jornais e acompanho os relatos de moradores da Maré, do Alemão e de outras comunidades consideradas “pacificadas”. No dia 13, completou três anos da pacificação e também de mais uma semana inteira de violência na Rocinha.


Não é fácil viver no meio de uma guerra travada como essa. O que devemos fazer para levar nossos filhos à escola? O que devemos fazer pra ter mais segurança? Como vamos sair para trabalhar? Escolas e creches não abrem. Equipamentos comunitários, comércio e instituições públicas também não.


É difícil acordar com o som do helicóptero, logo após os tiros e os fogos. A trilha sonora do horror ainda inclui os latidos de cachorros, a gritaria das crianças e, às vezes, alguns gritos de adultos. Sinto minha casa tremer com a passagem dos helicópteros dando seus voos rasantes pelas nossas lajes. Graças a Deus não houve uma tragédia maior. Não quero imaginar o que aconteceria se um deles caísse em cima das casas.


Para se andar pelos becos e vielas da favela é preciso estar com o alerta ligado todo tempo, independente de o céu estar repleto de estrelas ou infestado de balas traçantes. Depois do tiroteio, se ninguém foi alvejado por uma bala perdida, chega a hora de calcular os prejuízos, de contar os furos nas paredes, nas portas e nos produtos expostos dentro das lojas, que foram destruídos. Até hoje, ninguém pagou esse prejuízo.


Ao andar pelas ruas da minha comunidade, fico assustado com as dificuldades da vida do morador de favela. Fico me perguntando o porquê de tanta desigualdade. Durmo sem luz e acordo sem água no meio do tiroteio sem poder sair de casa. A Rocinha está ocupada desde 13 de novembro de 2011. Mas a pacificação ainda é um sonho distante. Além disso, o trabalho precisa ir mais além. Precisa incluir investimento na educação, em saneamento e na criação de oportunidades para a transformação social. É impossível resgatar a cidadania e trazer a paz para lugares abandonados por décadas apenas usando a força policial.


William de Oliveira é coordenador do Movimento Popular de Favelas