O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

domingo, 28 de setembro de 2014

UPP: NÃO ACHO A POLÍTICA UMA GUERRA


Luiz Fernando Pezão: governador é candidato a reeleição pelo PMDB
Luiz Fernando Pezão: governador é candidato a reeleição pelo PMDB Foto: Simone Marinho / O Globo

‘Não acho a política uma guerra’, diz Pezão

Guilherme Amado

Apoiado por Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão (PMDB) assumiu o cargo em abril. Mas, por ter sido o braço direito de seu antecessor, cabe a ele defender cada gesto do ex-governador. Em entrevista ao EXTRA, foi aplicado. Assinou embaixo do valor gasto no Maracanã, referendou a polêmica composição do conselho da agência reguladora dos transportes e disse que as UPPs estão no rumo certo. Mas não apontou nenhuma proposta concreta para melhorar a transparência pública, medida fundamental para combater a corrupção.

O senhor foi secretário do governo Rosinha. Não é incoerente que, agora, o senhor critique ela e o marido?
Respeito os dois. Tive parcerias. Vim para o governo da Rosinha, fui secretário durante dois meses em 2006 para tentar ajudar na governabilidade, no relacionamento com os prefeitos. Fui presidente da associação de prefeitos, e sempre foi uma prática minha cuidar dos movimentos municipalistas. Eu critico as políticas públicas que deram errado, que não tinham a minha visão.

Por que não se insurgiu na época e deixou, então, o governo?
Saí com dois meses e fui ser candidato a vice-governador com o Sérgio Cabral.

Mas o senhor saiu para ser candidato com o apoio deles.
Tive o apoio, como o Sérgio também teve do PMDB. Mas vim pelos meus méritos.

Lindberg Farias disse que o senhor seria um governador manipulado por Cabral, Jorge Picciani e Eduardo Cunha.
Lamento. Lindberg foi um senador apoiado por nós, por esse grupo que ele critica hoje.

Caso ele não vá para o segundo turno, pedirá seu apoio?
Do Lindberg, não. Vou conversar com o PT. Converso com os partidos. Eu não acho a política uma guerra.

Em agosto, foram registrados oito mil roubos de rua. São 11 por hora no estado. Como diminuir isso?
Temos que discutir o Código Penal. Lamento que os meus adversários não tenham feito isso no Congresso. Chegam agora cheios de propostas, dois senadores e um deputado federal. A gente tem prendido... batemos recordes de prisões em agosto, na história do ISP, mais de três mil prisões. Só que está aí o tráfico, recrutando cada vez mais menores, gente que tem ficha limpa, para assaltos.

Mas, se aumentam as prisões e a taxa de roubos, a solução não seria outra?
Vamos colocar até o fim do ano mais 1.600 PMs nos batalhões. Abri concurso para mais seis mil. Vou ajudar as cidades a equipar centros de comando e controle próprios, o que tem gerado resultados, e melhorar a integração com as guardas municipais.

Temos PMs de UPPs corruptos e que estupram. No que os policiais das UPPs se diferem do restante da PM?
Eles têm uma formação diferente. A gente está mudando a cultura da Polícia Militar, que teve sua história preparada para a guerra. Não podemos julgar dez mil policiais que estão em UPPs hoje por causa de 50 ou cem que se desviaram. Vamos fazer a academia das UPPs.

A academia das UPPs é prometida desde 2011. O que faz o eleitor acreditar agora que ela realmente sairá do papel?
O governo é um carro em movimento, ainda há uma série de ações que a gente tem que fazer. Mas vamos fazer.

A UPP não precisava ser consolidada antes de avançar?
Acredito que a gente está no caminho certo. A gente enfrentou as dificuldades.

O Rio tem R$ 4,2 bilhões de orçamento em Saúde durante todo o ano. Considerando que só o Maracanã custou R$ 1,2 bilhão, o que houve? Pouco para a Saúde ou muito para o Maracanã?
O estádio foi sede da Copa do Mundo, vai servir para as Olimpíadas, tem a maior taxa de utilização no Brasil. A gente fez o investimento na Saúde. Em quatro anos são quase R$ 16 bi. O Maracanã merecia isso.

As UPAs passam por problemas semelhantes à toda a rede pública, como falta de médicos e longas esperas. Como reverter isso?
Contratar médicos e botar a gestão sob organização social (OS). Estamos fazendo as duas coisas. As OSs facilitam a contratação de especialistas, e os médicos que faltam podem ser demitidos. Quero criar UPAs específicas, uma só de pediatria, por exemplo. Eu vou fazer os municípios terem consórcio de saúde e terem atenção básica à saúde. Vou fazer um programa forte. Eu fiz e vou fazer. Outra parceria que estamos fazendo é reabrir a Santa Casa.

Cabral indicou como conselheiro da agência reguladora dos trens e do metrô Arthur Vieira Bastos, ex-tesoureiro do PMDB. Ele hoje fiscaliza empresas que doaram para ele no PMDB. Vai mexer na composição da Agetransp?
Não. Não vou mudar porque os conselheiros foram escolhidos, os seus nomes o governador escolhe e submete à Assembleia Legislativa. Eles foram aprovados.

Mas quem escolheu foi o ex-governador Cabral.
Ele escolheu, submeteu à Assembleia. O Arthur tem competência. Todos os processos do estado passavam pela mão dele. Seguimos a lei. Nunca houve tanta multa.

O senhor prometeu pôr o Rio em primeiro lugar no ranking nacional do Índice de Educação Básica (Ideb), que avalia a qualidade do ensino. Como?
Vou continuar a investir na Educação, valorizar o professor, valorizar a rede de apoio. Construir novas escolas. Botar ensino médio com ensino profissionalizante. Quero também investir em mais centros de vocação tecnológica e na Faetec.

O valor das multas não é baixo? A multa para o caos de janeiro, quando o sistema de trens parou, foi de R$ 868 mil.
Não sei o valor de multa. Isso, os órgãos de fiscalização submetem e eu aprovo, e eu só sanciono. Eu sei que a gente segue estritamente a lei. A Agetransp é um órgão que está cada vez mais formando mais seus técnicos, melhorando para fiscalizar cada vez mais os transportes concedidos.

O senhor tem alguma proposta concreta para melhorar a transparência?
Não. Sou a favor de continuar a melhorar, a colocar todos esses instrumentos à disposição da população pra nos cobrar e nos fiscalizar cada vez mais.

De 2011 a 2013, o governo do Rio de Janeiro gastou R$ 831 milhões em publicidade. Por que tanto?
A gente vê no que o estado se comunicar se comunicar. Uma operação da Lei Seca, campanhas na Saúde, principalmente da dengue. Eu acho que é um gasto razoável para um governo que tem um orçamento de R$ 84 bilhões , como o deste ano. Nós não estamos nada diferente. Eu procurei até ver esses dias, eu estava vendo que o governo da Bahia gasta até mais do que o Rio.

Nem sempre o dinheiro é para campanhas de interesse público. O ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes e o subsecretário de Comunicação Social Ricardo Cota foram condenados por usar dinheiro da Saúde em propaganda.
O dinheiro foi usado pra campanha de saúde, e houve uma falha na defesa, a gente recorreu, e eu tenho certeza que serão comprovados os gastos. Houve uma falha na defesa, mas os gastos foram feitos em campanhas de saúde.

Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/brasil/eleicoes-2014/nao-acho-politica-uma-guerra-diz-pezao-14069274.html#ixzz3Ece9wlre

sábado, 20 de setembro de 2014

MANGUEIRA VAI REABRIR QUADRA APÓS FIM DE SEMANA DE CONFRONTOS

JORNAL EXTRA 19/09/14 10:17



Quadra foi fechada no último sábado 14/09/2014 Foto: Fábio Guimarães / Extra


Igor Ricardo


Depois de ter cancelado a disputa de samba no último fim de semana por causa da guerra do tráfico, a Mangueira enviou comunicado afirmando que neste sábado ocorrerá normalmente a festa. A regra permanece a mesma da que foi adiada, com nove sambas se apresentando, em que três serão cortados pelos jurados. Na manhã desta sexta-feira, funcionários da agremiação realizaram trabalho de lavagem do espaço.

- Estão lavando e preparando toda a quadra para a noite de amanhã (sábado). A equipe trabalha forte para deixar tudo em seu lugar. Estamos afinando os detalhes e preparando uma belíssima noite de samba - afirmou Junior Schal, diretor de carnaval da Mangueira.


Funcionários preparam quadra da Mangueira para festa neste sábado Foto: Junior Schall

No último sábado, a festa foi cancelada por causa da guerra de traficantes no Morro. A decisão de cancelar o evento foi tomada pelo presidente da escola de samba, Chiquinho da Mangueira.

- Achei prudente não continuar diante do problema no alto do morro. Foi uma decisão minha para preservar a todos - afirmou Chiquinho, no último domingo, que frisou: - Esse clima não tem atrapalhado em nada os nossos ensaios.


 Mangueira afirmou que vai reabrir espaço neste sábado Foto: Picasa / Fernando Azevedo / Divulgação

Na ocasião, por volta das 20h, policiais da UPP da localidade trocaram tiros com traficantes na região conhecida como Candelária, que fica na parte baixa da comunidade, levando tensão a moradores e frequentadores. Durante a tarde de sábado, uma feijoada ocorreu normalmente na quadra da Verde e rosa.


Disputa na Mangueira após morte de Tuchinha


Mangueira cancelou a festa por causa de problema de segurança pública Foto: Reprodução Facebook

Moradores relatam que os confrontos na região se intensificaram após a morte do ex-traficante Francisco Paulo Testas Monteiro, o Tuchinha. Ex-chefe do tráfico na Mangueira nas décadas de 1980 e 1990, Tuchinha foi assassinado no dia 2 deste mês, a tiros e golpes de faca. Ele foi surpreendido por dois homens numa moto, na Rua da Prata, um dos acessos à comunidade, quando esperava seu carro, um Land Rover Discovery avaliado em R$ 110 mil, ser lavado.

Desde 2011 Tuchinha trabalhava de carteira assinada na ONG AfroReggae. Sua função era incentivar jovens a deixar o mundo do crime, por meio de palestras motivacionais. A Divisão de Homicídios investiga a morte do ex-traficante.

Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/mangueira-vai-reabrir-quadra-apos-fim-de-semana-de-confrontos-13983670.html#ixzz3Drq9CWyU

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

MORRE COMANDANTE DA UPP DO ALEMÃO BALEADO COM CONFRONTO COM BANDIDOS

JORNAL EXTRA , 11/09/14 23:39


O comandante foi baelado durante um confronto com bandidos


Extra

A violência em Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) fez nesta quinta-feira a sua primeira vítima entre oficiais da PM: o capitão Uanderson Manoel da Silva, de 34 anos, comandante da UPP Nova Brasília, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, morreu após ser atingido por um tiro no peito. O confronto foi na localidade conhecida como Largo do Vivi e começou por volta de 17h30, durando aproximadamente 30 minutos.

O policial foi encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Complexo do Alemão e, em seguida, para o Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha. Segundo a direção da unidade de saúde, o comandante foi levado para o centro cirúrgico, onde passou por uma cirurgia no tórax, mas não resistiu aos ferimentos.

O policial foi levado para o Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu Foto: Rafael Moraes / Extra



O capitão Uanderson Manoel da Silva, de 34 anos Foto: Foto do leitor / Via WhatsApp



Um áudio gravado por um PM, que circulou por redes sociais de policiais e foi enviado ao WhatsApp do EXTRA (21 99644-1263 e 21 99809-9952), relata a situação tensa na Nova Brasília no momento em que o capitão foi baleado. “O mundo está se acabando em bala”, diz o autor do áudio. A informação de que outros PMs também teriam ficado feridos não se confirmou, assim como a de que o tiro teria partido de um fuzil.

O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foi convocado para reforçar a segurança no conjunto de favelas e auxiliar na busca pelos atiradores.

De acordo com a nota enviada pela Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), Uanderson estava há 11 anos na Polícia Militar. Antes de assumir o comando da UPP Nova Brasília, há três meses, ele trabalhou nos seguintes batalhões: 14º BPM (Bangu), 15º BPM (Caxias) e 41º BPM (Irajá).

O policiamento foi reforçado no Complexo do Alemão Foto: Rafael Moraes / Extra


Veja a íntegra da nota enviada pela CPP:

“Por volta das 17h30 desta quinta-feira (11/9), policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Nova Brasília, no Complexo do Alemão, encontraram com bandidos armados na localidade conhecida como Largo da Vivi. Houve um confronto e o comandante da UPP, capitão Uanderson Manoel da Silva, de 34 anos, foi atingido. Ele foi socorrido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alemão e transferido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. O oficial não resistiu aos ferimentos. O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) faz buscas na região na tentativa de localizar os atiradores.

O capitão Uanderson estava há 11 anos na Polícia Militar. Ele trabalhou no 14º BPM (Bangu), 15º BPM (Caxias) e 41º BPM (Irajá). Ele comandava a UPP Nova Brasília há 3 meses. O PM era casado e tinha uma filha. Ainda não há informações sobre o enterro do policial”.


Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/morre-comandante-de-upp-baleado-no-alemao-13908444.html#ixzz3D7Neeei3


JORNAL EXTRA 12/09/14 11:23

Polícia prende suspeito de ter participado da morte de comandante de UPP no Alemão




Cassiano da Silva Harris é suspeito de ter participado do confronto que matou comandante Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo


Igor Ricardo

Policiais da 22ª DP (Penha) prenderam, na madrugada desta sexta-feira, Cassiano da Silva Harris, de 20 anos, um dos suspeitos de ter participado do confronto que terminou com a morte do comandante da UPP Nova Brasília, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. Cassiano foi preso na Vila Cruzeiro, no Complexo do Penha. Ele já teve o pedido de prisão temporária de 30 dias aceito pela Justiça do Rio. De acordo com o delegado-assistente Carlos Eduardo Rangel, Cassiano teria arremessado um artefato explosivo contra uma viatura da PM.


- Ele foi reconhecido pelos agentes dessa viatura. Por causa de um defeito no cordão de detonação, o artefato não explodiu. Já identificamos os suspeitos desse ataque que vitimou o capitão Uanderson. Estamos na rua atrás de outros envolvidos - garantiu Carlos Eduardo Rangel.

Cassiano vai responder por tráfico de drogas, associação para o tráfico e homícidio simples. Na decisão assinada pelo juiz Vinicius Marcondes de Araujo, da Vara do Plantão Judicial, Cassiano é identificado como um dos principais homens de resistência ao processo de pacificação na região. Sendo sua prisão necessária para “continuidade das investigações sobre o fato e sobre a associação ao tráfico”.


Na manhã desta sexta-feira, a esposa do capitão Uanderson Manoel da Silva, de 34 anos, esteve no Instituto Médico Legal (IML), no Centro do Rio, para a liberação do corpo do marido. Em entrevista para à Rádio Globo, Bianca Neves Ferreira da Silva, de 30 anos, contou que trabalhava na mesma unidade de polícia pacificadora do marido. Ela é secretária dos coronéis da UPP e conhecia Uanderson há 11 anos.

"Nós nos conhecemos na academia de polícia. Eu ainda estou sem chão, não consegui dar a notícia para a nossa filha", revelou Bianca para a Rádio Globo.



Bianca Neves esteve no IML na manhã desta sexta-feira Foto: Rafael Moraes / Extra



Morte de capitão

O comandante da UPP Nova Brasília morreu após ser atingido por um tiro no peito. O confronto foi na localidade conhecida como Largo do Vivi e começou por volta de 17h30, durando aproximadamente 30 minutos. O policial foi encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Complexo do Alemão e, em seguida, para o Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha. Segundo a direção da unidade de saúde, o comandante foi levado para o centro cirúrgico, onde passou por uma cirurgia no tórax, mas não resistiu aos ferimentos.



Movimentação policial na porta do Hospital Getúlio Vargas, na Penha 11/09/2014 Foto: Rafael Moraes / Extra


De acordo com a nota enviada pela Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), Uanderson estava há 11 anos na Polícia Militar. Antes de assumir o comando da UPP Nova Brasília, há três meses, ele trabalhou nos seguintes batalhões: 14º BPM (Bangu), 15º BPM (Caxias) e 41º BPM (Irajá).

O policiamento na região do Complexo do Alemão segue reforçado nesta manhã. O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) faz operação para reforçar a segurança no conjunto de favelas e auxiliar na busca pelos suspeitos do crime.


Policiamento reforçado no Alemão no dia seguinte após a morte do comandante da UPP Nova Brasilia Foto: Fabiano Rocha / Extra