O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

sexta-feira, 29 de março de 2013

POPULAÇÃO SE LEVANTA CONTRA UPP

PACIFICAÇÃO

Manguinhos: Jovem é eletrocutado por PMs e população se levanta contra a UPP


VÍDEO:

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Por
patrickgranja
FONTE: http://www.youtube.com/watch?v=6QJcXjOVtas&feature=youtu.be

terça-feira, 26 de março de 2013

UPP: REFORÇO APÓS ATAQUE CONTRA BASES DO ALEMÃO


Após ataque contra bases da UPP, Complexo do Alemão amanhece com o policiamento reforçado

Confronto entre policiais e bandidos durou aproximadamente meia hora e assustou moradores. Segundo a polícia, a ação é um represália às recentes prisões de bandidos na região. Carros particulares dos policiais também estão sendo alvos dos traficantes

GUSTAVO CARVALHO
O GLOBO
Atualizado:26/03/13 - 11h21


PMs observam o contêiner da UPP atacado por traficantes da Pedra do Sapo, no Complexo do Alemão. Fernando Quevedo / Agência O Globo


RIO - O Complexo do Alemão amanheceu com o policiamento reforçado nesta terça-feira, depois que bandidos atacaram a tiros duas bases da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e entraram em confronto com os policiais militares durante aproximadamente meia hora. O clima é de tensão na comunidade. Moradores evitam falar, e os poucos que se manifestam não se identificam. Alguns chegaram a recomendar cuidado para as equipes de reportagem que se dirigem à Pedra do Sapo. De acordo com chefe do Comando de Policiamento Pacificador (CPP), coronel Paulo Henrique de Moraes, o tráfico deve estar reagindo as constantes prisões que tem sido feitas na região. Apesar do reforço na segurança, moradores contaram que ouviram dois disparos nesta manhã.

Na noite desta segunda-feira, moradores enfrentaram uma realidade que vem se tornando comum no conjunto de favelas da Zona Norte do Rio, mesmo após a pacificação da região desde novembro de 2011. Na ação, segundo os PMs, um poste foi atingido pelos disparos, prejudicando o fornecimento de energia elétrica em algumas ruas. Casas e carros também viraram alvos. Contudo, não há registros de feridos e ninguém foi preso.

De acordo com os policiais, a troca de tiros começou por volta das 22h na Pedra do Sapo, uma das comunidades que compõem o Complexo do Alemão. Ainda segundo os PMs, um grupo de traficantes – armados, inclusive, com fuzis – seguiram pela mata e efetuaram diversos disparos em direção à base Itacorá da UPP, localizada na Rua João Rego. Durante o confronto, os policiais tiveram que se abrigar atrás de uma geladeira, já que não há qualquer tipo de blindagem no contêiner. Era possível verificar diversas marcas de tiros nos muros e nas janelas das casas.

Policiais das UPPs dos morros vizinhos e do 16º BPM (Olaria) tiveram que ser acionados para reforçar o patrulhamento no local. Segundo os PMs, somente esse mês, nove pessoas ligadas ao tráfico foram presas no Complexo do Alemão. Nesse mesmo período, uma grande quantidade de drogas e armas, entre elas uma escopeta, também foram apreendidas.

A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), através de sua assessoria de imprensa, confirmou que houve um intenso tiroteio entre policiais e traficantes na Pedra do Sapo. Entretanto, a CPP nega que houve ataque à sede da UPP.

Ataque às viaturas e aos carros particulares de policiais

Segundo policiais da UPP, o confronto armado não está sendo o único meio utilizado pelos traficantes para retaliar à ação da PM no Complexo do Alemão. Pelo menos dois carros particulares dos agentes e uma viatura foram depredados ou pichados. Há três dias, ainda de acordo com os PMs, um granada foi lançada no automóvel de um policial na Vila Cruzeiro.

Em outra área pacificada, PM tem carro e arma roubados

Esse não foi único caso de violência registrado em uma área pacificada na noite desta segunda-feira. No Morro São João, no Engenho Novo, também na Zona Norte, policiais da UPP que atua na comunidade trocaram tiros com criminosos que roubaram o carro e arma de um policial militar. O PM, que é lotado no 5º BPM (Praça da Harmonia), estava em uma oficina mecânica na Rua Condessa Belmonte quando foi rendido por quatro homens armados.

Os bandidos roubaram o carro da vítima, um Toyota Fielder, e fugiram com sua arma. – Eles notaram que eu era um policial. Tive sorte de não ser morto – comentou. A vítima acionou policiais da UPP do Morro São João, que perseguiram os assaltantes. Houve intensa troca de tiros na Avenida Marechal Rondon. Após o confronto, os criminosos abandonaram o veículo e fugiram em direção à comunidade. Após realizarem buscas no local, os PMs apreenderam duas pistolas, uma réplica dessa mesma arma, uma garrucha, além de 431 sacolés de cocaína e 14 celulares. Ninguém foi preso. O caso foi registrado na 25ª DP (Engenho Novo).

UPP apreende três fuzis na Rocinha

Na Favela da Rocinha, em São Conrado, Zona Sul do Rio, policiais da UPP apreenderam três fuzis, uma pistola, além de duas mochilas com drogas, também na noite desta segunda-feira. Cinco pessoas foram presas. O caso foi registrado na 14ª DP (Leblon).



Delegado diz que vai combater ações de traficantes em morros com UPPs. Inquéritos estarão direcionados para suposto envolvimento de agentes com tráfico de drogas

ANA CLÁUDIA COSTA
O GLOBO
Atualizado:26/03/13 - 5h00



RIO — Favelas pacificadas de Santa Teresa, da Penha, além do Complexo do Alemão, onde conflitos entre traficantes e policiais das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) acontecem com uma periodicidade incômoda à política de segurança, serão os territórios prioritários de investigações da nova equipe da Delegacia de Combate à Drogas (Dcod), capitaneada pelo delegado Márcio Mendonça. Os inquéritos estarão direcionados para o suposto envolvimento de policiais militares dessas unidades e de batalhões com o tráfico de drogas.

Para investigar tais ações e acompanhar de perto o tráfico nessas favelas, Mendonça já está se reunindo com titulares de delegacias distritais responsáveis por essas regiões. A intenção é estreitar informações e auxiliar nas investigações. Reuniões semanais já começaram a acontecer com delegados de unidades de Bonsucesso, Penha e Tijuca, todos em regiões onde há favelas ocupadas pela Polícia Militar. Encontros com os delegados que investigam e registram ocorrências em regiões como Mangueira e Santa Teresa também estão previstos.

— Na maioria das favelas ainda há o tráfico conhecido como “formiguinha”, que significa que os criminosos permanecem vendendo drogas em pequenas quantidades. Não podemos admitir a utilização de armamento pesado e pistolas e tampouco afrontas à UPP, como tem acontecido na Vila Cruzeiro e Alemão, quando traficantes atacam policiais e suas unidades — disse Mendonça, que era titular da 12ª DP (Copacabana) e assume a delegacia no lugar da delegada Valéria Aragão.

Um exemplo de integração entre investigações de delegacias distritais e a Dcod no combate às drogas aconteceu na 12ª DP, conta Mendonça. A equipe investigou a tentativa de retorno do tráfico ao Morro Chapéu Mangueira, no Leme, identificou oito criminosos e já conseguiu mandados de prisão para todos.

Segundo Márcio Mendonça, muitos dos acusados são moradores de Chapéu Mangueira, Babilônia, Pavão/Pavãozinho e Vidigal. Os indiciados, explicou o delegado, apesar de não deverem mais à Justiça, têm passagens por tráfico, associação para o tráfico, porte de armas e roubos.

Crítica a policiais corruptos

Todas as investigações concluídas culminarão em operações policiais da Dcod nessas favelas. Traçadas de modo a evitar qualquer confronto armado, as ações acontecerão em conjunto com as unidades dos bairros que estão mais perto das ocorrências, crimes e atentados nas UPPs.

— Se o tráfico bater de frente, enfrentar as UPPs, a Dcod vai entrar no circuito e agir. Não podemos admitir que o tráfico não respeite a polícia em áreas pacificadas. E menos ainda policiais envolvidos com esses grupos — concluiu o delegado.

Em 21 de janeiro, três policiais militares ficaram feridos após um ataque de traficantes aos PMs da UPP da Vila Cruzeiro, na Penha. Em junho do ano passado, uma menina de 10 anos foi atingida na perna por um tiro em confronto entre policiais da UPP Coroa/Fallet/Fogueteiro, em Santa Teresa.