O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

sábado, 30 de novembro de 2013

IMAGENS ESTARRECEDORAS, DIZ JUIZ

EXTRA 30/11/13 07:00

Após ver imagens de mortes na Favela do Rola, juiz não vai arquivar caso

Operação da Core deixou 5 mortos na favela do Rola Foto: Reprodução


Rafael Soares


O juiz Fabio Uchôa, da 1ª Vara Criminal da Capital, se negou a arquivar o inquérito que investiga a conduta de agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) durante a operação que deixou cinco mortos na Favela do Rola, em Santa Cruz, em agosto do ano passado. O inquérito será encaminhado ao Procurador Geral de Justiça, Marfan Vieira Martins, que vai dar a decisão final sobre o arquivamento.

Para o magistrado, as imagens reveladas pelo EXTRA em maio — que motivaram a investigação da Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) — são “estarrecedoras” e mostram “policiais fuzilando pessoas ”.

— Recebi o processo no dia 1º de novembro, mas não tinha conseguido abrir o vídeo que mostra policiais atirando nas pessoas. Pedi uma cópia para a autoridade policial e consegui assistir somente hoje. O que vi foi ali foi um filme da Guerra do Golfo. Não é possível que os promotores tenham assistido essas imagens. Fica claro que os policiais não respondem a tiros vindos dos traficantes. Eles dão os primeiros disparos — afirmou o magistrado.

A Coinpol concluiu o inquérito sobre o caso há três meses. As investigações resultaram no indiciamento de seis homens da Core por fraude processual. Homicídios foram descartados pela Corregedoria. Para o MP, porém, “não há nenhuma prova nos autos que indique que a pessoa ferida já estivesse morta quando promovido seu translado”. Ainda de acordo com o relatório, a remoção do baleado foi feita para “aguardar a oportunidade adequada para que fosse socorrido (...), ante a impossibilidade de solicitar socorro médico imediato”. O arquivamento foi assinada pelos promotores Luiz Antonio Ayres e Sergio Pinto.
Punições

Embora peça o arquivamento do caso, o MP não descarta uma punição aos agentes feita pela Polícia Civil. “O fato de não haver justa causa para deflagrar ação penal no caso não interfere na eventual imposição de sanções administrativas”.

Por conta das investigações sobre as mortes, a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, afastou, o delegado Anderson Pinto, titular da 36ª DP (Santa Cruz). Na decisão, ela alegou que o delegado descumpriu a portaria 553, que determina a presença da autoridade policial em locais de homicídio decorrente de intervenção policial. O delegado que assumiu a 36ª DP é o ex-titular da 134ª DP (Campos dos Goytacazes), Geraldo Assed.

TRAFICANTA AMEAÇOU MATAR HOMEM QUE FICOU COM UMA DE SUAS MULHERES

EXTRA 30/11/13 06:00

Traficante da Rocinha ameaçou matar homem que ficou com uma de suas mulheres

Djalma mandou matar homem que ficou com sua namorada Foto: / Divulgação / Polícia Civil


Rafael Soares


Um homem foi obrigado a fugir da Rocinha na noite da última quarta-feira por uma ordem do gerente do tráfico na parte alta da favela, Luiz Carlos Jesus da Silva, o Djalma. Na 15ª DP (Gávea), ele revelou que foi ameaçado por homens liderados por Djalma porque “teve um relacionamento com uma menor, que seria uma das mulheres de Djalma”.

Na distrital, ele registrou que teve que fugir correndo a pé da parte alta da Rocinha até a passarela, na Autoestrada Lagoa-Barra, onde foi resgatado por PMs da UPP. Ele afirmou que “caiu numa ribanceira, andou em mata fechada, pulou muros e rolou escadas e ladeiras”. Por conta das escoriações, foi encaminhado ao Hospital Miguel Couto, de onde foi liberado. Agentes da 15ª vão identificar a namorada e convocá-la para depor.

Já na madrugada de ontem, segunda com relatos de tiroteios na favela, um PM da UPP foi baleado no rosto e na mão por bandidos. O Grupo Tático de Polícia de Proximidade (GTPP) do qual fazia parte o soldado Jaderson dos Anjos foi surpreendido por traficantes armados de fuzis por volta da meia-noite quando fazia patrulhamento no Beco do Máscara, na Rua 3, parte alta da favela. O PM foi atingido por estilhaços no rosto e nas mãos, mas passa bem.

Um PM que ajudou no resgate fez contato com o EXTRA via WhatsApp (21 99644-1263) e afirmou que mais de 80 tiros foram disparados contra os PMs. Segundo ele, o reforço do Batalhão de Choque não intimida os bandidos, porque os policiais ficariam somente no entorno da comunidade.

RAPAZ MORTO TERIA SIDO AGREDIDO POR 15 PMS

EXTRA - 30/11/13 08:50

Testemunhas dizem que rapaz morto em Manguinhos foi agredido por 15 PMs

Paolla Serra


Paulo: morte após agressões Foto: Bruno Gonzalez /

No Inquérito Policial Militar (IPM) que corre em paralelo com a investigação da 21ª DP (Bonsucesso) sobre a morte de Paulo Roberto Pinho de Menezes, duas testemunhas que estavam com o jovem no momento em que ele foi abordado por policiais militares da UPP de Manguinhos narram que ele foi agredido e logo depois caiu no chão desmaiado. Nesta sexta-feira, o delegado José Pedro Costa pediu a prisão dos cinco PMs que estavam no beco, baseado em laudo da Polícia Civil que constatou que o rapaz pode ter morrido em decorrência de asfixia mecânica.

De acordo com os depoimentos, aos quais o EXTRA teve acesso, Paulo Roberto estava com três amigos indo a casa da namorada de um dos jovens. Quando entraram em um beco, encontraram policiais abordando um homem. Neste momento, a vítima “esboçou reclamação” e um dos PMs foi direto para cima de Paulo Roberto.

O homem conta ainda que Paulo Roberto segurou um dos PMs pelo colete, deixando o soldado “com mais raiva”. A partir de então, cerca de 15 PMs agrediram o jovem por dez minutos. Quando Paulo Roberto caiu, um dos militares disse: “Deu merda.” Ele teria tremido e revirado o olho e depois levado um soco na boca, que o fez sangrar.

A família de Roberto na casa onde o jovem morava com os pais e os oito irmãos mais novos Foto: Bruno Gonzalez



No outro depoimento, um menor de idade conta que Paulo foi perguntado se não era ele que “estava mexendo” com os PMs no campo. O jovem negou e foi “espancado”. Nenhum dos dois depoimentos fala sobre asfixia. As testemunhas serão ouvidas pela 21ª DP na quarta-feira.

O delegado explicou que o pedido de prisão foi para “garantir as investigações”:

— Me baseei em laudo técnico. O fato é que houve a morte, mas só depois da reconstituição poderemos esclarecer a dinâmica.

Fátima, mãe de Paulo: "Parecia que meu filho estava errado". Foto: Bruno Gonzalez / Extra/Agência O Globo



Ontem, a mãe de Paulo, Fátima dos Santos, afirmou que deve entrar na justiça contra o estado:

— Meu filho foi vítima, saiu como errado na história e os PMs que o mataram saíram como certos.

MADRUGADA DE TIROTEIO APÓS PM SER FERIDO POR TRAFICANTES


Rocinha: madrugada de tiroteio após policial ser ferido por traficantes. Confronto entre PMs e bandidos ocorreu até as 3h. Militar atingido por estilhaços no rosto e na mão estava em patrulhamento. Na quarta-feira também houve troca de tiros na comunidade pacificada

O GLOBO, COM EXTRA 

Atualizado:30/11/13 - 11h14


RIO - A madrugada de sábado foi de tensão na favela da Rocinha, devido a confronto entre traficantes e agentes do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChq) que realizavam operação na comunidade. Os policiais foram surpreendidos por bandidos armados. Segundo a coordenadoria da Polícia Pacificadora, apesar da troca de tiros, não houve regisro de feridos. O confronto durou até as 3h.

No fim da noite de sexta-feira, um policial militar da UPP da Rocinha foi ferido por estilhaços no rosto e na mão, por bandidos da favela. O soldado Jaderson dos Anjos, do Grupo Tático de Polícia de Proximidade (GTPP), foi surpreendido por traficantes armados de fuzis por volta da meia-noite, durante patrulhamento no Beco do Máscara, na Rua 3, parte alta da favela. O PM, levado ao Hospital Miguel Couto, já foi liberado e passa bem. Ninguém foi preso, e o policiamento foi intensificado na comunidade. O caso foi registrado na 15ª DP.

Um PM que ajudou no resgate do soldado, segundo o jornal Extra, afirmou que mais de 80 tiros foram disparados contra os policiais. Segundo ele, o reforço no policiamento feito pelo Batalhão de Choque na favela não intimida os bandidos, pois esses policiais ficariam no entorno da comunidade. Na manhã desta sexta-feira, agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais estiveram na comunidade, mas não trocaram tiros com bandidos.

Na noite anterior, dia da final da Copa do Brasil, vencida pelo Flamengo, moradores relataram que várias pessoas estavam na rua assistindo à final entre Flamengo e Atlético-PR quando tiros começaram a ser disparados na localidade conhecida como Roupa Suja. De acordo com informações de moradores, o confronto foi entre bandidos, que circulam armados de pistolas, fuzis, metralhadoras e granadas na parte alta da Rocinha, sem que haja intervenção de policiais da UPP. A assessoria de imprensa das unidades pacificadoras informou que a comandante da UPP da Rocinha, major Pricilla Azevedo, negou ter havido confronto no local envolvendo policiais na madrugada de quinta-feira.

Homem é obrigado a fugir da favela

Um homem foi obrigado a fugir da Rocinha na noite da última quarta-feira, por uma ordem do gerente do tráfico na parte alta da favela, Luiz Carlos Jesus da Silva, o Djalma. Na 15ª DP (Gávea), ele revelou que foi ameaçado porque “teve um relacionamento com uma menor, que seria uma das mulheres de Djalma”.

Ele registrou que fugiu a pé da parte alta da Rocinha até a passarela, na Autoestrada Lagoa-Barra, onde foi resgatado por PMs da UPP. Ele afirmou que “caiu numa ribanceira, andou em mata fechada, pulou muros e rolou escadas e ladeiras”. Por conta das escoriações, foi encaminhado ao Hospital Miguel Couto, de onde foi liberado. Agentes da 15ª vão identificar a namorada e convocá-la para depor.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

PM DA UPP É BALEADO POR BANDIDOS

O GLOBO 29/11/2013 - 13:20

Na segunda noite de tiroteio na Rocinha, PM da UPP é baleado por bandidos

Extra



Na segunda noite de tiroteios na Rocinha, Zona Sul do Rio, um PM da UPP foi baleado no rosto e na mão por bandidos. O Grupo Tático de Polícia de Proximidade (GTPP) do qual fazia parte so soldado Jaderson dos Anjos foi surpreendido por traficantes armados de fuzis por volta da meia-noite quando fazia patrulhamento no Beco do Máscara, na Rua 3, parte alta da favela. O PM foi atingido por estilhaços no rosto e nas mãos, mas passa bem.

Um PM que ajudou no resgate ao soldado fez contato com o EXTRA via WhatsApp (996441263) e afirmou que mais de 80 tiros foram disparados contra os policiais. Segundo ele, o reforço no policiamento do Batalhão de Choque na favela, não intimida os bandidos, porque os policiais ficariam no entorno da comunidade. Ontem de manhã, agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais estiveram na comunidade, mas não trocaram tiros com bandidos.

Na noite anterior, dia da final da Copa do Brasil, vencida pelo Flamengo, moradores relataram que várias pessoas estavam na rua assistindo à final entre Flamengo e Atlético-PR quando tiros começaram a ser disparados na localidade conhecida como Roupa Suja. De acordo com as informações de moradores, o confronto foi entre bandidos.

— Havia muita gente na rua. Todo mundo se deitou no chão com medo. Os becos ficaram vazios. Depois de cerca de meia hora, parou. Mas o medo continuou — contou um deles.

Segundo o morador — que teme se identificar por medo de represálias, os bandidos circulam armados de pistolas, fuzis, metralhadoras e granadas na parte alta da Rocinha, sem que haja intervenção de policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP):

— A polícia mal sobe (o morro). Já faz tempo que isso acontece e ninguém faz nada. A Rocinha está uma terra sem lei, um terror.

A assessoria de imprensa das UPPs informou que a comandante da unidade da Rocinha, major Pricilla Azevedo, nega ter havido confronto no local envolvendo policiais na madrugada de quinta-feira.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

ARRASTÕES NAS PRAIAS DO RIO ASSUSTAM BANHISTAS


Batalhão de Choque e policiais da Core atuarão na segurança da orla. Medida foi tomada após arrastões que assustaram banhistas. Agentes atuarão em Copacabana, Ipanema, Leblon e Arpoador

CÉLIA COSTA
FÁBIO TEIXEIRA 
O GLOBO
Atualizado:21/11/13 - 20h40

Confusão e correria voltaram a assustar banhistas na Zona Sul nesta quarta-feiraMarcelo Carnaval / Agência O Globo


RIO - Policiais do Batalhão de Choque (BPChq) vão reforçar o patrulhamento na orla da Zona Sul nos fins de semana. Os agentes atuarão nas praias de Copacabana, Ipanema, Leblon e Arpoador. A medida, que já vale a partir de sábado, foi tomada depois de uma onda de arrastões assustar banhistas nos feriados da Consciência Negra e da Proclamação da República. Já a Polícia Civil anunciou que, além de atuar com uma delegacia móvel no Arpoador, homens da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) serão deslocados para Copacabana. Eles circularão em carros, reprimindo ações criminosas nos locais de maior incidência.

Outra medida anunciada pela Polícia Civil é a solicitação ao Conselho Tutelar da identidade dos responsáveis pelos menores apreendidos. Segundo a polícia, eles poderão responder criminalmente por abandono material. A Polícia Militar também vai solicitar a participação dos conselhos tutelares nas operações de revistas dos ônibus que têm como destino as praias do Rio.

Em nota, a Secretaria de Segurança informou que as decisões foram tomadas após um acordo entre o governador Sérgio Cabral, o Secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, o comandante da Polícia Militar, Luís Castro, a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, o comandante da Guarda Municipal, Leandro Matielli, o secretário municipal de Ordem Pública, Alex Costa, e o subsecretário de Assistência Social, Rodrigo Abel.

Nesta quinta-feira, uma reunião no 23º BPM (Leblon) avaliou a operação realizada nesta quarta-feira nas praias de Ipanema e do Leblon, na Zona Sul do Rio. Para o tenente-coronel Luiz Octávio Lopes, comandante do batalhão, o efetivo deslocado para a orla no feriado da Consciência Negra foi ideal:

— Foram 150 policiais distribuídos na orla, sendo que alguns à paisana na areia. Na primeira avaliação, vi que a atuação dos policiais foi de pronto atendimento nas ocorrências. Na hora da saída da praia, ainda tivemos o reforço de mais 30 agentes.

Segundo o tenente-coronel, o trabalho preventivo é um dos pontos da atuação da PM. No Arpoador, por exemplo, onde ocorreram vários saltos, os policiais distribuídos na areia tinham a função de identificar e perceber o comportamento dos grupos e antecipar a abordagem. O patrulhamento na orla da Zona Sul neste feriado do Dia da Consciência Negra foi reforçado por conta da onda de assaltos registrada no Dia da Proclamação da República, na sexta-feira.

Nesta quarta-feira, a Polícia Civil explicou que o objetivo da delegacia móvel, que funcionará em um ônibus, é facilitar o registro de ocorrências, já que muitas vítimas acabam deixando de fazer a queixa. Será montado também um trailer do Instituto Félix Pacheco (IFP) para identificação dos suspeitos. A medida já havia sido antecipada na coluna de Ancelmo Gois desta quarta-feira.

Nesta quarta-feira, uma série de roubos deixou cariocas e banhistas assustados e gerou corre-corre. Grupos agiam com violência para roubar cordões, bolsas e celulares de quem estava na areia. As ações ocorreram principalmente no Arpoador e no Leblon, na altura do Posto 11. Durante a tarde, duas turistas da Argentina foram atacadas por criminosos. Pela manhã, a vítima foi uma colombiana. Segundo o comandante do 23º BPM (Leblon), tenente-coronel Luiz Octávio, 15 pessoas foram detidas, a maioria por assalto na orla. Entre elas estão dois homens que haviam roubado o celular da turista da Colômbia. A PM, no entanto, nega arrastão.

Até as 20h desta quarta-feira, dois homens foram autuados por furto qualificado na 14ª DP (Leblon). Além disso, três menores foram apreendidos por furto e um por roubo. Duas crianças de 10 anos foram entregues ao Conselho Tutelar, após furtarem duas pessoas. Todas as ocorrências registradas estão sendo investigadas para identificação dos responsáveis pelos delitos.

FERIADO DE SOL, PRAIAS LOTADAS E ARRASTÕES

JORNAL DO BRASIL 20/11 às 19h24



Os cariocas tiverem neste feriado um cenário ideal para o lazer: muito sol e calor. As praias ficaram lotadas, mas vários 'arrastões' atrapalharam a tranquilidade dos banhistas.

Pelo menos três momentos de tensão, com muito corre-corre nas areias, foram, registrados nesta quarta-feira na praia do Leblon. Cerca de 12 pessoas foram presas, incluindo alguns menores.

Apesar das imagens gravadas por uma equipe de televisão, registrando o corre-corre, policiais do 23º Batalhão e a Polícia Civil negam que tenha havido arrastão e informam que 12 pessoas foram detidas até as 17h, a maioria delas por furto na orla.


JORNAL DO BRASIL 21/11/2013

Após série de 'arrastões', orla do Rio terá delegacia móvel


O governo do Rio de Janeiro promete instalar uma delegacia móvel na orla da Zona Sul, após os 'arrastões' ocorridos nos últimos feriados. Segundo o Bom Dia Rio, uma reunião no Comando da Polícia Militar ainda vai reavaliar a quantidade de policiais envolvidos na patrulha da região que envolve as praias do Leblon, Ipanema e Copacabana.

Segundo o Bom Dia Rio, a Guarda Municipal confirmou um aumento no número de agentes na orla carioca. O número vai subir para 400 agentes em toda a cidade, sendo 140 nas três praias da Zona Sul que registraram o maior número de ataques.

Uma reunião com os policiais que patrulhavam a praia nesta quarta-feira terá como objetivo identificar os pontos mais críticos da região. Pelo menos 15 pessoas foram detidas e levadas para a delegacia no feriado desta quarta, sendo que oito foram autuados por roubo, tentativa por roubo e desacato à autoridade.

O local da nova delegacia móvel ainda não foi definido pela Polícia Civil.

ARRASTÃO NAS PRAIAS DO RIO APESAR DO POLICIAMENTO


JORNAL DO BRASIL, 21/11/2013

Rio assiste perplexo e assustado ao retorno da violência. Cabral e Paes jogam a cidade de volta à década de 90


As cenas de violência que todos os cariocas achavam que tinham ficado no passado, voltaram com força total durante o feriado de quarta-feira (20/11). Retrato do desgoverno, da falta de ação de Cabral e Paes que jogaram a cidade num túnel do tempo e conseguiram resgatar os arrastões da década de 90, quando o Rio estava entregue ao crime. Os arrastões nas praias, dessa vez, não respeitaram nem a presença de policiais que tentavam inutilmente conter a onde de assaltos cometidos por vários grupos de deliquentes,muitos deles menores de idade. Polícia prende assaltantes na praia de Ipanema


Em resposta, as autoridades insinuaram a possibilidade dessas ações serem orquestradas por grupos de oposição ao governo. Se for, cabe a pergunta: onde estava a segurança da população? Onde estava o policiamento? Se realmente foi orquestrado, serviu de teste e o estado e a prefeitura foram reprovados. O que se viu nesta quarta foi também a continuidade de uma política de segurança que vem demonstrando seu esgotamento, que recentemente matou o pedreiro Amarildo, que vem sendo responsável pelo aumento da criminalidade em todos os bairros da cidade.

ARRASTÕES EM 1992 LEVAVAM PÂNICO ÀS PRAIAS DO RIOReprodução de matéria do Jornal do Brasil publicada em 19/10/1992

A política de segurança pública implantada por Cabral, com a criação das UPPs, seguiu no rumo fácil, correu para a mídia e o que se viu foram apenas belas imagens de hasteamento de bandeiras nos morros e favelas ocupados. Essas ações, mais pirotécnicas do que efetivamente de conquistas das áreas que antes estavam sob domínio do tráfico, trouxeram prestígio ao governador,mas não se sustentavam. Não houve um trabalho de desenvolvimento social, capacitação dos moradores, estímulo ao empreendedorismo, entre tantas outras ações.

A política de segurança falhou também por não capacitar os novos policiais militares que foram lotados nas UPPs e nem investir nas atividades de inteligência da PM, fundamental para combater o crime organizado. Como resultado, moradores das favelas insatisfeitos com a intervenção da polícia em suas rotinas e total incapacidade desses policiais para lidar com o crime, que não foi eliminado definitivamente nessas áreas. Da política de segurança restou apenas a esperança de se ter um Rio melhor, sonho que a cada dia que passa vai se esvaindo.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

PM DE FOLGA REAGE ASSALTO E MATA IDOSA


PM reage a assalto e mata idosa que estava dentro de igreja no Rio. Bandidos tentaram roubar carro do policial, que estava de folga, e houve tiroteio em Bonsucesso, zona norte

11 de novembro de 2013 | 10h 06

Adriano Barcelos - O Estado de S. Paulo



RIO - Um policial militar reagiu a um assalto na noite de domingo, 10, e acabou matando uma idosa que estava em uma igreja em Bonsucesso, zona norte do Rio.

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar, o soldado Jorge André Felix de Santos, lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Turano, na zona norte, estava de folga na noite de domingo quando foi abordado por homens armados que anunciaram o roubou do automóvel.

O policial reagiu e houve tiroteio, ferindo a idosa que estava na igreja de Nossa Senhora de Bonsucesso. Maria Aldemir das Chagas Silva, de 77 anos, ainda foi socorrida e encaminhada ao Hospital Federal de Bonsucesso, mas não resistiu. A ocorrência foi encaminhada para a 21ª Delegacia de Polícia, mas a investigação deve ficar a cargo da Delegacia de Homicídios.

O TRÁFICO SENTIU O GOLPE E BUSCA ALTERNATIVAS


Secretário admite 'alguma migração' de criminosos por causa das 34 UPPs no Rio
17 de novembro de 2013 | 2h 03

MARCELO BERABA, WILSON TOSTA, RIO - O Estado de S.Paulo



Os últimos seis meses foram difíceis para o gaúcho José Mariano Benincá Beltrame, de 56 anos, secretário de Segurança do Rio desde 1.º de janeiro de 2007 e chefe de um dos projetos-chave do governo Sérgio Cabral Filho (PMDB), o das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP).




Wiltonm Junior/Estadão
Beltrame diz que pode ficar no governo caso Pezão vença as eleições em 2014



Desde junho, o setor que o delegado da Polícia Federal comanda foi duramente submetido à prova por uma sucessão de problemas, crises e pressões. As manifestações de rua, marcadas pela violência, se estenderam até outubro, com acusações à Polícia Militar que variaram da omissão ao abuso. Na Rocinha, o desaparecimento do auxiliar de pedreiro Amarildo de Souza após ser preso virou um sombrio caso de sequestro e morte sob tortura perpetrado por PMs.

Recentemente, os índices de criminalidade voltaram a crescer depois de longo período de declínio: em agosto de 2013, os homicídios subiram 38% sobre o mesmo mês do ano passado. Apesar das dificuldades e de se dizer cansado, Beltrame, pela primeira vez, admite que, se for convidado, pode permanecer no cargo.

Nos últimos meses, Beltrame também precisou resistir a pressões para transferir o título eleitoral de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, para o Rio, para tentar um cargo eletivo pelo PMDB no Estado.

Outra modificação importante foi a admissão pelo secretário de que "alguma migração" de criminosos da capital, por causa das 34 UPPs em comunidades pobres, pode ter causado aumento da criminalidade em cidades vizinhas. Beltrame afirma ainda que as passeatas representaram um fato totalmente novo para as polícias, até mesmo pelo uso, por manifestantes, de coquetéis molotov e outras armas, e questiona a ideia de que possam ser enfrentadas por meio de procedimentos "manualizados". "Eu já disse, até mesmo eu gostaria de estar na manifestação, com umas plaquinhas", brinca, sem revelar o que escreveria.

Depois de meses de queda, a criminalidade voltou a subir com força no Rio. O que está havendo? Tivemos, sem dúvida nenhuma, uma ação forte (da polícia) na capital. Tivemos uma opção pela UPP e também pelo controle de metas. Tínhamos de atacar essas duas frentes. Agora, o crime também, em uma cidade grande, pode buscar novas formas, outras alternativas. (Houve) Um pouco de migração (da criminalidade), pode ter também aí falha policial, falha na investigação, pode ter falha na supervisão, pode ter uma série de outros problemas. Mas o tráfico sentiu o golpe e pode estar procurando alguma outra maneira de suprir isso.

De que maneira essa reação do crime está impactando o programa de UPPs? Provoca algum tipo de mudança na estratégia? Não necessariamente. Em primeiro lugar, é dizer que o Estado entrou, não vai sair. Eu digo, isso que está acontecendo nas UPPs é a tirania procurando alguma coisa. Não viram uma entrevista em que o cara disse que o tráfico está perdendo dinheiro, que o tráfico está acuado, que isso é um desaforo? E isso não vai parar. Esses caras não vão entregar isso para nós de mão beijada. O que tem de fazer nesses casos é identificar as pessoas, ir lá e tirar. Mas nunca iludi ninguém de que isso seria uma solução. Acho que as pessoas precisam entender que temos hoje 9 mil policiais nesse programa, em torno de 230 comunidades ocupadas, que perfazem 34 UPPs. Isso em cinco anos. E esses 9 mil policiais não estão patrulhando a Nossa Senhora de Copacabana.

Procede a avaliação de que com as UPPs na capital houve uma grande migração de criminosos para municípios próximos, ao mesmo tempo em que tirou policiais dessas regiões? O quadro não é bem assim. Houve migração? Houve. Qual é o nosso calcanhar de Aquiles? É medir o tamanho dessa migração. As pessoas falam em migração e parece que chegaram cinco ônibus de bandidos em um lugar e tomaram conta. Só para ter uma ideia: em Niterói, tivemos, de janeiro a julho, em torno de trezentos e poucos presos... Trinta e poucos eram do Rio.

Em função dessa reação do crime nos últimos meses, pode acontecer alguma modificação no programa das UPPs? Todo planejamento é dinâmico. A gente, em 31 de dezembro, promete um monte de coisa: parar de fumar, parar de beber, emagrecer, e não consegue. Então, o planejamento tem uma margem que muda, mas não temos a intenção de mudar, vamos, até o fim do ano que vem, entregar as 40 UPPs e tem mais um número de UPPs planejadas. Agora, se tiver de fazer ajuste, a gente faz.

Houve um momento em que se juntaram números de aumento de criminalidade, problemas nas UPPs e manifestações de rua, que geraram muitas críticas à PM. Como o senhor avalia isso? A polícia tem de procurar o meio-termo. Se ela não faz, prevarica; e, às vezes, se faz, está sujeita a abuso de poder. Então, o meio disso aí é a solução. E como você chega ao meio, em um movimento totalmente caótico, em um movimento que não tem pessoas para você fazer interlocução e em um movimento totalmente novo? Nunca tivemos aqui pessoas mascaradas, coquetel molotov, estilingue incendiário, muito menos pessoas com rosto coberto. Então, teve aquele primeiro dia, em que 102 cidades do Brasil amanheceram quebradas. E acho que ali a polícia poderia ter agido melhor. Em contrapartida, tenho certeza que ela também evitou muita coisa. A polícia do Rio, de Choque, é uma das mais treinadas do País. O problema é que é uma situação totalmente diferente. Eu já disse, até mesmo eu gostaria de estar na manifestação, com umas plaquinhas, lá...

Com que placa? Não posso dizer agora, né?

Como o senhor analisa as acusações de que a Polícia Militar tem feito, nas manifestações, prisões sem prova, que levam à liberação dos acusados? Por que isso? Porque a legislação quer que tenha autoria e materialidade. Em uma situação caótica, você pode ver, em São Paulo, em outros Estados, é muito difícil. Teve um delegado que enquadrou com Lei de Segurança Nacional. Quando conseguimos pegar as pessoas com porrete com prego na ponta, com bombas, essas pessoas foram presas.

Quando manifestantes presos no Rio foram enquadrados na Lei de Organizações Criminosas, houve muitas críticas, dizendo que essa lei seria adequada para tratar de quadrilhas internacionais, envolvidas em tráfico transnacional de drogas, armas, pessoas. Houve exagero? O que vejo é (a necessidade de) uma adequação. O que estamos vendo são ações muito maiores do que o simples dano, e essas pessoas hoje estão sendo enquadradas no dano. É muito mais do que dano e menos do que organização criminosa, talvez. Mas, uma vez enquadrada, e a polícia trabalhando, nada impede que no transcorrer de uma investigação cheguemos a uma organização criminosa, ou a uma infiltração, ou à participação de outros atores.

Procedem as informações sobre a ação de ativistas ligados a partidos nas manifestações? Aí vai te falar um cara que tem 30 anos de inteligência: eu, sobre inteligência, não falo. Uma coisa é você ter a informação, outra coisa é você divulgar essa informação. Quem tem a informação é responsável pela salvaguarda dela.

Essa divulgação foi precipitada? Claro que foi.

E está prejudicando a investigação? Sem dúvida. Não é nada contra a imprensa, acho que a imprensa está no papel dela.

Um dos fatos que ajudaram a incendiar as manifestações foi o caso do Amarildo de Souza, ajudante de pedreiro desaparecido depois de preso pela PM na Rocinha. Como o senhor viu esse episódio? Muito ruim, muito triste, em especial para a família. Sem dúvida nenhuma chocou a todos nós.

Atingiu a imagem da UPP e da política de segurança? Na minha percepção, não. Porque teve ali um episódio isolado, teve uma ação da polícia representando o Estado, que apresentou os autores à sociedade, estão entregues à sociedade para responder por isso. E a gente mostrou que não tem corporativismo, tem oficiais presos, tem uma turma grande que foi apresentada à Justiça. E hoje (a Rocinha) é um lugar onde se investiga como em qualquer lugar.

Tudo indica que a morte de Amarildo foi resultado de uma sessão em que foi torturado. Por que a polícia do Rio não consegue se livrar do estigma da tortura? Acho que, em primeiro lugar, não dá para generalizar. Temos aí muitas prisões muito bem feitas. Acho que temos diariamente vidas que são salvas (pela polícia), anonimamente, ou pelo menos vocês não estão sabendo. Mas temos, sem dúvida nenhuma, uma história um pouco negativa nesse aspecto, que alguns policiais insistem, por vezes, nessa questão de abuso.

Vão achar o corpo de Amarildo? Como vou te responder isso? Tenho esperança que na Justiça, onde vamos ter o enquadramento da participação de cada um (dos PMs), tenhamos algum tipo de resultado.

O senhor até há pouco tempo dizia que seu sonho era, encerrado o atual governo, ir para a iniciativa privada. O senhor mantém essa disposição ou poderia aceitar continuar, se o vice-governador Luiz Fernando Pezão ganhar a eleição para governador no ano que vem? Se o Pezão ganhar, a gente pode continuar.

Esse 'pode continuar' é eleitoral ou é vontade? Não, não é nada eleitoral. Você tem horizontes aqui para a segurança pública que não terminam mais. Tem toda uma questão de educação, qualificação, preparo nas academias, tecnologia. A gente vê uma série de outras coisas que ainda faltam. O Rio tem uma história de violência. E talvez a gente perca uma geração para mudar esse patamar.

Passados sete anos, o senhor não está cansado? Cansado eu estou. Não tenha dúvidas de que cansado eu estou. Mas quem sabe, se eu ficar, o Pezão não vai me dar férias?

Foi difícil esse período que juntou Amarildo, manifestações, aumento da criminalidade e pressão grande sobre o senhor se candidatar? Difícil, não tenha dúvida. Muito difícil.

Na sua gestão, o senhor acha que o mais importante foi a UPP? O mais importante para mim, de tudo, foi a despolitização da secretaria.

Essa despolitização significa que o senhor não vai para a televisão pedir votos para o Pezão? Não estou pensando nisso, não estou pensando absolutamente em fazer campanha, não é comigo.

ADVOGADA E SEUS PAIS SÃO ASSASSINADOS NO RIO


Advogada e seus pais são assassinados no Rio

Bandidos foram à casa da família à procura da filha e mataram parentes a facadas, em Magé; depois a assassinaram a tiros quando ela se dirigia para o local

Adriano Barcelos - Agência Estado, 19/11/2013



Três pessoas de uma mesma família foram assassinadas na noite de segunda-feira, 18, em Magé, na Baixada Fluminense. De acordo com as investigações, até o momento a motivação mais provável para o triplo homicídio é vingança.

Os bandidos teriam ido até a casa da família no bairro Lagoa com a intenção de encontrar a advogada Lilian de Souza Serri Correia, de 35 anos. Em casa, estavam apenas os pais dela, Dornelles Serri e Cleid Alves de Souza Serri, ambos de 61 anos. Dornelles e Cleid foram mortos a facadas. Em seguida, os assassinos colocaram os corpos dos dois dentro do porta-malas do veículo da família. A 65ª Delegacia de Polícia, responsável pela investigação, ainda apura se o casal foi torturado antes de morrer - possivelmente para fornecer informações sobre o paradeiro de Lilian. Os agentes acreditam que a intenção inicial do grupo era levar os corpos dos pais da advogada para algum lugar afastado, já que os depositaram dentro do carro. Mas, por alguma razão, desistiram de transportá-los.


Já Lilian foi assassinada com vários tiros na rua Doutor Siqueira, também no bairro da Lagoa. Ela se dirigia para casa dos pais quando foi atingida. A advogada foi socorrida e levada ao Hospital Municipal de Magé, mas morreu no caminho.


Embora não descarte, a polícia não trata o caso como latrocínio, uma vez que nenhum pertence da casa da família foi levado durante o ataque.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

TRÁFICO FATURA R$ 10 MILHÕES POR MÊS NA FAVELA

EXTRA/GLOBO 10/11/13 07:00 A

Comandante da UPP da Rocinha diz que tráfico fatura R$ 10 milhões por mês na favela


Em abril de 2011, antes da ocupação da favela pela polícia, um levantamento da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) apontou que a quadrilha movimentava R$ 8 milhões Foto: Bruno Gonzalez / EXTRA


Rafael Soares


A presença de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) não foi capaz de diminuir os lucros do tráfico de drogas da Rocinha. Um ano e dois meses depois da implantação da UPP, traficantes movimentam R$ 10 milhões por mês na favela. A informação, levantada pelo setor de inteligência da unidade, foi revelada neste sábado pela comandante da UPP, major Pricilla Azevedo, em entrevista ao EXTRA. Em abril de 2011, antes da ocupação da favela pela polícia, um levantamento da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) apontou que a quadrilha movimentava R$ 8 milhões.

Segundo a major, uma ofensiva da polícia contra as bocas de fumo foi responsável pelos últimos tiroteios.

— A quadrilha fatura muito aqui e não quer perder esse montante. Informações do nosso setor de inteligência apontam para um faturamento de mais de R$ 10 milhões por mês, interno e externo — disse a oficial, que confirmou que bandidos armados de fuzis ainda circulam pela comunidade.

Pricilla também afirmou que a repercussão do caso Amarildo em meio aos moradores foi usada pelo tráfico para pôr em xeque a legitimidade da polícia. Segundo o Ministério Público, 25 PMs da UPP participaram da sessão de tortura seguida de morte de Amarildo.

— O marginal se aproveita de qualquer oportunidade para impor regras e mostrar para o morador que ainda tem poder. O que ampara as ações do tráfico é o medo que ele impõe e a consequência disso é o silêncio da comunidade. Isso pode ter diminuído o número de ações de repressão: a comunidade denunciou menos — afirmou.

Segundo o setor de inteligência da UPP, há bocas de fumo em todas as regiões da favela, inclusive no asfalto. A Via Ápia, rua mais movimentada da Rocinha, tem dois pontos de venda de droga em sua extensão.

TRÁFICO RETOMA ÁREA EM FAVELA COM UPP

EXTRA/GLOBO 10/11/13 11:07

Tráfico retoma pela primeira vez área em favela com UPP em comunidade de Copacabana


A comunidade do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana Foto: Custódio Coimbra


Carolina Heringer, Herculano Barreto Filho, Paolla Serra e Rafael Soares


Traficantes retomaram, pela primeira vez, uma área dentro de uma favela pacificada desde 2009. Há duas semanas, policiais da UPP do Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul, tentaram entrar na quinta e última estação do plano inclinado. Não conseguiram. Foram surpreendidos por oito homens com fuzis. Após 40 minutos de tiroteio, Thomas Rodrigues Martins, de 32 anos, apontado como traficante pela polícia, acabou morto. Ali é a fronteira entre o território dominado pelo Estado e a localidade conhecida como Vietnã. Segundo seis policiais ouvidos pelo EXTRA, com média de cinco anos na corporação e passagens por outras favelas pacificadas, a área — que equivale a 6% do terreno — voltou às mãos do tráfico. “O morro é deles”, reconheceu um policial, exagerando o poderio dos bandidos.

Por outro lado, o EXTRA constatou que 94% da favela contam com patrulhamento da PM. A Ladeira Saint Roman, que já foi conhecida como uma das maiores bocas de fumo da favela, tem viaturas em todos os seus acessos. Se há policiamento na parte baixa da comunidade, a equipe de reportagem foi orientada a retornar por um adolescente quando chegou à terceira estação do plano inclinado, por volta das 15h da última quarta-feira. O coronel Frederico Caldas, comandante das UPPs, diz desconhecer que haja um território dominado por criminosos na área.

Em seis dias, o EXTRA percorreu 14 comunidades pacificadas em todas as regiões da cidade, ouvindo 85 histórias contadas por policiais militares e 50 moradores. Nessas favelas, há outras 37 áreas mapeadas com histórico de confrontos com moradores ou policiais feridos e mortos neste ano. Se no Vietnã não há tiroteios entre policiais e bandidos porque os PMs nem chegam lá, nas demais áreas conflagradas a polícia ainda tenta evitar que criminosos delimitem seu território.

No Parque Proletário e Vila Cruzeiro, na Penha, há pelo menos três semanas bandidos estão, segundo PMs e moradores, tentando tomar de volta parte do território perdido com a pacificação. Há dez dias, houve dois confrontos num intervalo de 48 horas. No primeiro tiroteio, no dia 31 de outubro, policiais disseram ter sido surpreendidos por mais de 15 homens armados com fuzis na localidade da Vacaria, no Parque Proletário. Dois PMs ficaram feridos e um traficante morreu. Com ele, os policiais apreenderam um fuzil AK-47.

Dois dias depois, um policial morreu ao ser baleado num ataque organizado pelo tráfico na mesma área. De acordo com o relato dado por 20 PMs que atuam na região, não foi um caso isolado.

— Eles dão tiro de fuzil direto. A última coisa que isso aqui está é pacificado — disse um policial.

Na Macega, na Rocinha, a situação é semelhante. Segundo policiais, dia e noite, pelo menos dois traficantes com fuzis fazem a segurança da localidade, uma das maiores bocas de fumo da favela.

No Morro do São Carlos, os policiais dizem se sentir vigiados. Próximo a um contêiner da UPP, três jovens observavam os PMs.

— Meu irmão ganha R$ 150 para avisar quando os policiais estão por perto — admitiu uma moradora.

Localidade da Vacaria, onde policiais trocaram tiros com traficantes no Parque Proletário Foto: Herculano Barreto Filho



‘Vai embora, volta direto, não para’

Tarde da última quinta-feira. Encostados num barraco na região do Caratê, na Cidade de Deus, 15 homens conversam tranquilamente. Basta uma viatura da UPP chegar ao beco para o grupo sair correndo. A região mais humilde da favela é também a mais problemática: o tráfico se concentra ali, segundo os relatos de policiais e moradores.

Do outro da favela, nos Apartamentos, porém, há apenas pontos isolados de venda de drogas. Na Rua 1, quatro homens portavam radiotransmissor. Lá, frases de ódio aos militares estão pichadas num muro. Uma motorista de van orienta a equipe do EXTRA: “Vai embora, volta direto, não para para ninguém.”

Nas favelas de Manguinhos e Jacarezinho, os PMs dizem evitar pelo menos duas áreas: Coreia e Vasco Talibã. Nesses locais, contam, os criminosos circulam livremente e, a qualquer abordagem, moradores revidam, chegando a jogar garrafas nos policiais e viaturas.

No Morro dos Macacos, os policiais garantem que circulam por toda a favela. O risco maior é o ataque de traficantes na localidade da Rachadura.

— Não trocamos tiros. Recebemos — lamenta um soldado da UPP.

No vizinho São João, o Sampaio é apontado pela tropa como a pior área.

— Não é que a gente não possa entrar, mas não somos bem-vindos — ironiza o PM.

coronel Frederico Caldas, coordenador-geral das UPPs Foto: Bruno Gonzalez



‘Esses problemas são pontuais’

Entrevista com o coronel Frederico Caldas, coordenador-geral das UPPs

A política de proximidade fica comprometida com os últimos confrontos?

Isso é uma exceção. Não dá para generalizar e dizer que o processo de pacificação está sendo colocado à prova porque a gente está tendo problema no Alemão, Penha e Rocinha. Esses problemas são pontuais. Na maioria das UPPs, não temos um histórico de enfrentamento.

Os moradores do Parque Proletário contam que a UPP não foi mais à localidade da Vacaria após a morte de um policial. A pacificação está perdendo território lá?

A área passou a ser patrulhada pelo Bope. O policial foi morto porque ali havia policiais da UPP. Quanto maior a resistência (dos traficantes), maior a força (da ação policial). É o que está acontecendo na Vacaria, com a presença do Bope.

Há relatos de policiais dizendo que o fuzil engasgou nos confrontos no Parque Proletário.

Perguntei isso numa reunião com os comandantes das UPPs, na segunda-feira. Não temos qualquer relato assim. Mesmo assim, determinei que fosse feita vistoria nos fuzis.

QUADRILHA ARMADA DE FUZIL NÃO DEIXA A PM OCUPAR A PARTE ALTA DA FAVELA

EXTRA/GLOBO 12/11/13 10:34


Quadrilha com dez fuzis não deixa a PM entrar no Vietnã, parte alta do Pavão-Pavãozinho, pacificado há quatro anos


PMs do Choque na Av. Nossa Senhora de Copacabana, após o último confrointo entre bandidos e PMs no Pavão-Pavãozinho Foto: Fernando Quevedo / O Globo


Rafael Soares


No último dia 6 de julho, Adauto do Nascimento Gonçalves, de 33 anos, o Pitbull, deixou o Instituto Penal Edgard Costa após receber o benefício de Visita Periódica ao Lar. Não voltou mais para a cadeia. Depois, foi visto na Favela do Dique, em São João de Meriti, onde se juntou a um grupo de dez bandidos armados de fuzis. Há cerca de um mês, a quadrilha chegou na Zona Sul e fez de seu quartel general o Vietnã, parte mais alta da favela do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, onde, há quatro anos, uma UPP foi instalada. PMs da unidade e moradores contaram ao EXTRA que não conseguem mais circular pelo local.

Pitbull nasceu no Pavão-Pavãozinho e chefiava o tráfico no morro até 2008, quando foi preso. Ele chegou à favela para reassumir o cargo após a prisão de Anderson Camilo Fortunato, de 29 anos, o Batoré, que ocupava o posto mais alto na hierarquia da quadrilha, no último dia 10 de outubro, numa casa de shows na Barra da Tijuca. O bandido é o principal alvo do inquérito da 13ª DP (Ipanema) que, há cinco meses, investiga o tráfico na favela e, agora busca identificar os outros integrantes do grupo.

Desde a chegada da quadrilha, dois tiroteios entre bandidos e PMs aconteceram na quinta e última estação do plano inclinado — local determinado pelos traficantes como fronteira do território do tráfico. No último confronto, dia 24, um morador identificado como Thomas Rodrigues Martins, de 32 anos, apontado como traficante por PMs, morreu. Oito bandidos com fuzis atiraram contra a polícia na ocasião.

Uma semana antes, quando quatro policiais chegavam à quinta estação para checar uma denúncia anônima de som alto dentro de um barraco, um grupo de seis bandidos abriu fogo. Os PMs fugiram e não houve feridos. Segundo informações da 13ª DP, Pitbull porta um fuzil, participou de ambos os tiroteios e saiu ferido do segundo confronto.

Por esse motivo, desde então, ele e seu bando não saíram mais do Vietnã, onde o bandido se recupera. Até o dia 24, entretanto, ele saía regularmente do Pavão para ir até a Baixada.


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

TURISTA ALEMÃO BALEADO NA ROCINHA AO SER CONFUNDIDO COM PM INFILTRADO

EXTRA 04/11/13 07:00

Escutas telefônicas revelam que turista alemão baleado na Rocinha foi confundido com PM infiltrado


O turista alemão Daniel Benjamin Frank, alemão baleado na Rocinha, na época em que estava internado no Miguel Couto Foto: Marcelo Carnaval / O Globo

Carolina Heringer e Rafael Soares


O turista alemão Daniel Benjamin Frank, de 25 anos, não era o alvo do tiro disparado no dia 31 de maio, durante uma visita à Rocinha, na Zona Sul do Rio. Segundo escutas telefônicas que fazem parte do relatório da operação Paz Armada, obtidas pelo EXTRA, o objetivo dos traficantes era atingir um PM do serviço reservado (P2) da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) que, na ocasião, estava infiltrado no grupo de turistas. A prática da PM de colocar agentes para acompanhar os visitantes na comunidade foi instituída pelo ex-comandante da unidade, major Edson Santos, um dos 13 policiais presos sob a acusação de torturar e matar o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, em julho.

Num diálogo gravado no dia do disparo contra o turista, Luiz Carlos Jesus da Silva, o Djalma, gerente do tráfico na parte alta da Rocinha, diz a Rodrigo de Macedo Avelar da Silva - PM que atuou infiltrado na quadrilha durante a operação Paz Armada - que policiais à paisana estavam em meio ao grupo de turistas: “Os moleques atiraram no P2 (serviço reservado), mas ‘acabou’ acertando o gringo”.

Em seguida, Djalma afirma que o disparo foi uma demonstração de força dos traficantes, que consideraram uma “afronta” a presença de policiais na região. “Se quisessem ter tirado a vida deles, poderiam ter feito ali mesmo. Eles (os traficantes) queriam mostrar que o local não está abandonado, que, se vier, vai ficar”, continuou o bandido.

As escutas revelam ainda que os dois PMs do serviço reservado que acompanhavam os turistas - “um fortinho e outro que usa aparelho”, conforme descrição do traficante - foram identificados e ficaram em poder dos bandidos por algumas horas.

O turista alemão foi baleado na barriga por volta das 13h. Pouco mais de uma hora depois, Avelar faz algumas ligações para Djalma, perguntando se o traficante sabia que os PMs haviam sido pegos e pedindo que fossem libertados. O policial, inclusive, tentou negociar com o bandido a entrega do autor do disparo. Em troca, a polícia não divulgaria fotos do traficante. O pedido do PM foi atendido. Numa ligação, Djalma diz a Avelar que os policiais sequestrados já haviam sido liberados.

Major Edson Santos: preso acusado da morte de morador da Rocinha Foto: Nina Lima / Extra


Socorrido pelos bandidos

A Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat), que investiga o episódio no qual o turista foi baleado na Rocinha, vai pedir acesso às provas que surgiram durante a operação Paz Armada.

Ainda nas escutas telefônicas obtidas durante a investigação do caso, Djalma relata que os próprios bandidos socorreram o turista, ao perceberem que ele tinha sido baleado por engano. O traficante afirma, ainda, que o fato aconteceu quando o alemão estava passando, com um grupo, por um local da favela conhecido como Visual — região que abriga uma das bocas de fumo da comunidade. Os criminosos o teriam levado à Estrada da Gávea, segundo Djalma. Na época, a polícia divulgou que um morador teria socorrido o alemão, levando-o à UPP da Rocinha, na Rua 2. De lá, ele teria sido encaminhado para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea.

Um mês depois, um menor se entregou à Deat, dizendo ser o autor do disparo. Num dos relatórios da Paz Armada, o delegado Ruchester Marreiros afirma que o garoto foi obrigado por Djalma a se entregar, para que a polícia deixasse de fazer operações.

Em depoimento à polícia, o turista alemão contou que viu bandidos armados num beco da favela. Por isso, teria se assustado e corrido. Acompanhado de um amigo, ele havia visitado o Cristo Redentor naquele dia e resolveu conhecer a favela de São Conrado.

Operação

A Paz Armada investigou o tráfico na comunidade. No dia 13 de julho, a Polícia Civil deflagrou a operação, em conjunto com a UPP da Rocinha, na qual 29 pessoas foram presas. No dia seguinte à ação, o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza teria sido torturado e morto. De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP), os policiais da UPP da Rocinha foram responsáveis pelo crime. Eles queriam, de acordo com o MP, que a vítima entregasse um paiol de armas. Durante a operação, nenhum armamento foi apreendido. Vinte e cinco policiais militares da UPP da Rocinha foram denunciados pelo MP, acusados de participação na morte de Amarildo. Treze deles, entre eles o major Edson Santos, tiveram as prisões decretadas e estão atrás das grades.



Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/escutas-telefonicas-revelam-que-turista-alemao-baleado-na-rocinha-foi-confundido-com-pm-infiltrado-10674749.html#ixzz2jgvzpnZU

TRAFICANTE ALVO DE RESGATE CHORA EM DEPOIMENTO

EXTRA 04/11/13 06:00

Traficante Piolho, principal alvo de resgate no Fórum de Bangu, chora ao prestar depoimento à polícia


O traficante Piolho: choro durante depoimento à polícia Foto: Reprodução

Carolina Heringer


O traficante Alexandre Bandeira de Melo, o Piolho, principal alvo da tentativa frustrada de resgate no Fórum de Bangu, foi às lágrimas, no último sábado, em depoimento a policiais da Divisão de Homicídios (DH) no Complexo de Gericinó. O bandido chorou ao ver imagens da ação dos criminosos, na última quinta-feira, que terminou com a morte de um policial militar e uma criança de oito anos.

Piolho confessou que planejou o seu resgate do fórum, mas alegou que a ação não foi executada pelo seu bando, pois o combinado com os comparsas era entrar no prédio mais tarde do que ocorreu e pela garagem, e não pela porta principal, como aconteceu. Para o traficante, os criminosos que foram até o Fórum na quinta-feira queriam que ele, além de outros dois importantes integrantes da facção - Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, e Vanderlan Ramos da Silva, o Chocolate - fossem responsabilizados pelo episódio, como está acontecendo. De acordo com Piolho, a intenção dos criminosos, que pertencem à mesma facção, era dar um golpe de estado, já que os três serão levados para presídios federais fora do estado do Rio. O traficante diz ainda acreditar que os criminosos pretendiam matar o juiz Alexandre Abrahão, da 1ª Vara Criminal de Bangu, ou um dos seguranças do magistrado.

Celsinho, ao ser preso, em 2002 Foto: Domingos Peixoto / O Globo


De acordo com a Divisão de Homicídios, na tentativa de resgate de quinta-feira, Piolho era o principal alvo. Chocolate, que também estava no Fórum, e Celsinho são investigados para saber se participaram do plano. Os três foram levados para o presídio de segurança máxima Bangu1, em Gericinó, até que sejam levados para unidades federais. Celsinho e Chocolate, também ouvidos pela Divisão de Homicídios, negaram envolvimento com a fuga.

Segurança fraca

Em depoimento na última sexta-feira, dentro da sindicância interna que foi aberta pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), Piolho contou que teve a ideia do plano de fuga após ir três vezes ao Fórum de Bangu e constatar que a segurança do prédio, no final do dia, era fraca. Ele contou que o combinado com os comparsas era retirá-lo da carceragem pela garagem do Fórum entre as 19h e 19h30m, momento em que, de acordo com o bandido, há menos policiais no prédio. Ele relatou que pretendia libertar todos os presos que estavam no local para que não ficasse caracterizado que era o alvo do resgate. Piolho não soube explicar porque os três bandidos entraram pela porta principal do fórum e antes do horário previsto.

Marcas de sangue no chão do fórum 
Foto: / Reprodução


Piolho e Chocolate foram até o fórum após serem chamados pela advogada Adriana Godoy dos Santos Prado para serem testemunhas num processo de tráfico de drogas na Vila Vintém, no qual o juiz Alexandre Abrahão atua. Na hora em que eles seriam ouvidos, no entanto, Adriana desistiu de seus depoimentos. A advogada será chamada pela DH para prestar depoimento.



Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/traficante-piolho-principal-alvo-de-resgate-no-forum-de-bangu-chora-ao-prestar-depoimento-policia-10674319.html#ixzz2jgvJ1fZM

COMANDANTE DAS UPPS ADMITE QUE TRÁFICO ATUA EM ÁREAS PACIFICADAS

EXTRA 03/11/13 22:54

Após confrontos no Complexo da Penha, comandante das UPPs admite que tráfico tem fuzil nas áreas pacificadas

Policiais da UPP enfrentaram traficantes na noite de sábado 
Foto: Marcelo Carnaval / O Globo


Herculano Barreto Filho


O coronel Frederico Caldas, comandante-geral das UPPs, admitiu, neste domingo, a existência de fuzis nas mãos de traficantes em áreas pacificadas. A declaração foi dada após os confrontos que deixaram um policial militar morto, outros dois feridos e quatro moradores baleados, num intervalo de 48 horas, entre quinta-feira e anteontem, na Vila Cruzeiro e no Parque Proletário, no Complexo da Penha. Ele ainda anunciou que o efetivo das unidades deverá ser reforçado nos próximos dias.

Frederico Caldas , Comandante Geral das UPPs, esteve no enterro do soldado 
Foto: Fabiano Rocha / Extra

- Claro que é uma preocupação (fuzis com traficantes em áreas com UPPs), embora não tenhamos histórico de apreensão de fuzis em áreas pacificadas. É preciso que seja feita uma investigação para confirmar onde efetivamente os traficantes estão portando fuzis - afirmou.

O coronel esteve no enterro do policial militar Melquizedeque Basílio dos Santos, de 29 anos, sepultado ontem à tarde no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste. Mais de cem pessoas, entre amigos, parentes e policiais de UPPs, compareceram ao sepultamento. O PM foi atingido por um tiro de fuzil nas costas, no sábado à noite, na localidade conhecida como Vacaria, no Parque Proletário.

O soldado foi enterrado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap 
oto: Fabiano Rocha / Extra



Na noite de quinta-feira, no mesmo local, o traficante Fernando César Batista Filho, o Alemão, morreu num confronto que deixou dois policiais da UPP Parque Proletário feridos - um deles foi atingido por um tiro no peito e continua internado em estado grave, no Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Após o tiroteio, a PM apreendeu, perto do corpo do traficante, um fuzil AK-47, 145 cápsulas do calibre 7.62 e quatro carregadores.

Um policial acabou morrendo após o ataque dos criminosos 
Foto: Marcelo Carnaval / O Globo



Segundo a UPP, a localidade conhecida como Vacaria - que tem uma extensa área de mata - estaria sendo ocupada por traficantes armados nos últimos dias.

Sob o domínio de traficantes

A Vila Cruzeiro e o Parque Proletário, no Complexo da Penha, têm pelo menos quatro pontos com a presença de traficantes armados, segundo os policiais das duas UPPs. A principal delas é a localidade da Vacaria, onde ocorreram os últimos confrontos.

O soldado Melquisedeque Basílio dos Santos , 29 anos, foi enterrado neste domingo 
Foto: Fabiano Rocha / Extra



A área, próxima à Pedreira, é a mesma onde traficantes armados foram filmados em fuga para o Complexo do Alemão, em meio à ocupação policial que deu início ao processo de pacificação, em novembro de 2010.

Segundo policiais, também há registros de bandidos armados escondidos nos becos do bairro Treze, em frente ao contêiner da Vila Cruzeiro, na Rua José Rucas. Na área, houve um confronto entre agentes da UPP e traficantes, na quinta-feira à tarde, que deixou um morador ferido. A ação ocorreu horas antes do tiroteio que resultou na morte de um traficante, na Vacaria. Na ocasião, dois PMs ficaram feridos.

O tiroteio da noite de sábado deixou marcas no complexo 
Foto: Fabiano Rocha / Extra



De acordo com a polícia, também há concentração de bandidos armados nas ruas 10, 12 e 14, divisas entre o Parque Proletário, a Vila Cruzeiro e a localidade conhecida como Esquina do Pecado. Ainda segundo PMs, Fabiano Atanázio da Silva, o FB, chefão da Vila Cruzeiro preso no interior de São Paulo, em janeiro do ano passado, morava na Rua 12. A localidade ainda seria reduto do tráfico.


Feridos em combate

Os confrontos que deixaram um policial militar morto e outros dois feridos num intervalo de apenas 48 horas na localidade da Vacaria, no Parque Proletário, não foram atos isolados na região. Somente neste ano, pelo menos 11 policiais foram baleados em tiroteios ocorridos em áreas pacificadas dos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte. Em 21 de fevereiro, dois policiais foram baleados na Vila Cruzeiro, na Penha. Em 18 de maio, um PM se feriu no Morro da Fé, também na Penha. Em 20 de agosto, três policiais da UPP Nova Brasília, no Alemão, foram atingidos durante um ataque no Largo do Coqueiro. Em 18 de outubro, dois agentes foram baleados num tiroteio no Largo da Vivi (Alemão).



Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/apos-confrontos-no-complexo-da-penha-comandante-das-upps-admite-que-trafico-tem-fuzil-nas-areas-pacificadas-10674530.html#ixzz2jgtbW85q

TIROTEIOS EM FAVELAS DO RIO


Trocas de tiros assustaram moradores da Rocinha durante a madrugada e manhã deste domingo. Diversas pessoas entraram em contato com o Extra via telefone e redes socias informando intensa troca de tiros durante a noite e a partir das 8h30 desta manhã. Segundo as testemunhas, que não quiseram se identificar, tiroteio mais intenso durou pelo menos meia hora e ouviu-se até barulho de granada, na parte média da favela.

Pelo Whats App do Extra (21 9 9644-1263), um morador disse que os fatos o fizeram lembrar a época em que a Rocinha não era pacificada:

- Ontem eu cheguei do trabalho por volta de meia-noite e começou um tiroteio grande, que fez com que todos entrassem para as suas casa, incluindo mães com seus filhos pequenos. Durante a madrugada houve troca de tiros também, mas por volta das 8h30 era muito intenso. Dava para ouvir diferentes tipos de armas, como fuzil e pistola. Foi bem pesado mesmo, parecia até a época em que o tráfico dominava.

Pelo Twitter outro morador lamentava: "meu Deus, é muito tiro a essa hora na Rocinha pacificada". Por volta das 9h o tiroteio foi interrompido.

Segundo assessoria de imprensa das UPPs, por volta das 6h30, policiais da UPP Rocinha foram checar denúncias na Rua 1, próximo ao local conhecido como Bar do Bigode e se depararam com criminosos armados, iniciando um confronto. Ninguém foi ferido. Os criminosos fugiram e os policiais realizam buscas pelo morro.

Já de acordo com informações do 23º BPM (Leblon), a troca de tiros durante a manhã foi entre bandidos e não teria durado mais do que cinco minutos, sem feridos.


Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/tiroteios-na-rocinha-assustam-moradores-no-domingo-10671014.html#ixzz2jgtFaE4f