O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

PM MATA DOIS SUSPEITOS EM CONFRONTO ENVOLVENDO ARMA DE GUERRA

O DIA 20/12/2013 09:32:46

PM mata dois suspeitos em confronto na Favela Para Pedro. O patrulhamento na comunidade e na região está reforçado desde sábado. Traficantes rivais tentam invadir comunidade

MARCELLO VICTOR



Rio - Dois homens ainda não identificados foram mortos a tiros em confronto com policiais do 41º BPM (Irajá), na Favela Para Pedro, em Colégio, na noite desta quinta-feira. Segundo os PMs, com eles foram apreendidos um fuzil AR-15, um carregador, uma pistola calibre 45 e cargas de cerca de 100 sacolés de maconha, cocaína e crack.

De acordo com os policiais, o patrulhamento na comunidade e na região está reforçado desde sábado. Informações dão conta que traficantes de uma facção rival vindos dos morros do Jorge Turco, em Rocha Miranda e do Chapadão, em Costa Barros, tentariam invadir o Para Pedro.


Fuzil, pistola e drogas foram apreendidas na Favela Para PedroFoto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia

Por volta das 21h, uma guarnição ouviu uma intensa troca de tiros no interior da comunidade. Os PMs entraram e se depararam com criminosos armados. Houve confronto e dois suspeitos foram baleados. Eles foram levados para o Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, mas não resistiram aos ferimentos. A polícia ainda não sabe se eles seriam traficantes do local ou de uma quadrilha invasora.

A ocorrência foi registrada na 22ª DP (Penha), central de flagrantes da região.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

UPP PRECISA DA CONFIANÇA DA POPULAÇÃO


Especialista: UPPs precisam ter a confiança da população para obter resultados. Para Alba Zaluar, traficantes tentam retomar pontos de tráfico após desmoralização da PM durante protestos

CARLA ROCHA
SÉRGIO RAMALHO
O GLOBO
Publicado:12/12/13 - 5h00


RIO - Uma pergunta que está na cabeça dos idealizadores da programa de pacificação e de especialistas em segurança é o que faz uma UPP funcionar bem numa comunidade e enfrentar resistências mais ou menos graves em outras. Responder a essa questão é o primeiro passo para que sejam feitos os ajustes necessários no projeto, que tem 36 unidades em funcionamento. Casos como o da Rocinha, onde aconteceu o assassinato do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, ou de Manguinhos, ainda palco de confrontos, acendem um sinal de alerta máximo.

Falta de policias qualificados para ocupar favelas, serviços e projetos sociais complementares à ação policial e fundamentalmente a confiança da população. O projeto das UPPs precisa de credibilidade para ter sucesso. Além do caso Amarildo, que remete a velhas práticas, a onda de protestos que teve início em junho deslocou PMs do policiamento e provocou um desgaste na imagem da Polícia Militar e do próprio governo. Para especialistas, o fenômeno tem impacto no processo de pacificação, que lida também com o imaginário coletivo.

— A Polícia Militar ficou desmoralizada nessas manifestações, foi agredida, xingada e se excedeu, criando uma animosidade. Ao mesmo tempo, o comandante da UPP da Rocinha, que era do Bope, fez aquilo. O Amarildo morreu. Os traficantes disseram: a UPP acabou, vamos retomar as bocas. As pessoas que são contra o projeto, que têm interesses eleitoreiros, se aproveitam — diz a antropóloga Alba Zaluar.

O tamanho da favela, a importância do tráfico na geração de renda na comunidade e a relação dos bandidos com moradores são outros aspectos importantes. O professor Cláudio Ferraz, do Departamento de Economia da PUC-RJ, diz que a resistência do tráfico é proporcional à lucratividade do mercado de drogas:

— A briga para manter o controle do território vai ser maior onde a lucratividade do negócio é maior. É o caso da Rocinha.

Para o sociólogo Ignácio Cano, a entrada dos investimentos sociais é muito desigual.

— Na Cidade de Deus, tem sido intensa. Mas é frágil no São Carlos e no Fallet, por exemplo — conclui, lembrando que a corrupção, quase sempre, está por trás de episódios de violência.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Um dos pilares do policiamento comunitário é a relação de confiança entre policiais e comunidade. E tem sido o maior erro dos governantes que tentam impor esta estratégia com política partidária e não com pessoas comprometidas, qualificadas e preparadas. 

REMOÇÃO DE FAVELAS


A história de uma palavra tabu. Como a remoção de favelas foi alvo de uma intensa disputa ideológica que resultou na transferência de 140 mil pessoas de 1962 a 1974

FLÁVIO TABAK
O GLOBO
Atualizado:13/12/13 - 11h27

Remoção da Favela do Pasmado em 14/01/1964. Ao fundo, o Estádio do Botafogo Arquivo O Globo


RIO - A remoção de favelas cariocas foi alvo de uma intensa disputa ideológica que ganhou força a partir de meados da década de 1940. Até hoje o assunto é polêmico, um tabu como disse o secretário José Mariano Beltrame, mesmo em circunstâncias diferentes, com as favelas já incorporadas ao tecido urbano da cidade e, algumas delas, ocupadas permanentemente pelas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). No passado, um marco histórico ajuda a entender por que o Rio transplantou milhares de pessoas das encostas de morros ou de áreas planas ocupadas irregularmente: o Código de Obras do Rio de 1937 determinou, pela primeira vez, que favelas eram ilegais.

O fato histórico é lembrado pelo antropólogo Marco Antonio da Silva Mello, coordenador do Laboratório de Etnografia Metropolitana (IFCS/UFRJ). Ele lembra que a palavra “remoção” remete a uma memória traumática da política de urbanização. Ele diz que, durante a chamada política de erradicação das favelas — promovida entre 1962 e 1974 ao longo dos governos de Carlos Lacerda, Negrão de Lima e Chagas Freitas —, foram retirados 80 assentamentos urbanos de baixa renda.

— Dessas 80 favelas removidas, 140 mil moradores foram levados para as periferias da cidade, contabilizando uma diáspora urbana forçada sem precedentes — explica o professor. — A palavra remoção é objeto de uma disputa que pode ser periodizada de várias maneiras. A mais clara está no código de obras de 1937. Se o código, que vigorou até 1970, diz que a favela é ilegal, ela é efêmera, passageira. Assim, depois deveria ser removida e “higienizada”.

Os resultados históricos da política de urbanização que mudou a cara de diversos bairros do Rio — como a Lagoa Rodrigo de Freitas, que era margeada por centenas de casebres —, passaram por intensas disputas.

Em 1948, Carlos Lacerda publicou uma série de reportagens e artigos que, explica Mello, “usavam explicitamente a ideia de remoção de favelas, de erradicação”. Na chegada dos anos 1960, mais novidades surgiram nesse debate. Com a orientação do padre Louis Joseph Lebret, uma pesquisa conduzida pelo sociólogo José Arthur Rios chamada “Aspectos humanos da favela carioca” foi publicada em dois suplementos do “Estado de S.Paulo”. A discussão estava aberta, e as veias do Rio também, com suas mazelas enquanto o país financiava, a altos custos, a construção de Brasília.

— Eles fizeram aquela que até hoje é a maior e insuperável pesquisa sobre as nossas favelas. E não falavam em remoção, mas, sim, em urbanização. Mostraram que as favelas não eram homogêneas, tinham diferentes estilos construtivos, religiosidades, expectativas de vida, consumo. O resultado foi a disputa no Rio entre remoção e urbanização, colocada no fim dos anos 1950 e começo dos anos 1960 — analisa Mello.

Assim estavam postas as condições para o que ocorreu nas duas décadas seguintes. Professor do departamento de Serviço Social da Puc-Rio e autor do livro “Favelas do Rio de Janeiro, história e direito” (PUC-Pallas/2013), Rafael Soares Gonçalves chama a atenção para uma grande mudança na política da antiga Guanabara, que resultou nas remoções e construções de conjuntos habitacionais. No início do governo Lacerda, diz ele, José Arthur Rios assumiu um cargo importante no governo, para cuidar do serviço social.

— Rios tinha uma perspectiva clara de que era necessário priorizar a melhoria das favelas com possibilidade de regularização fundiária. Quando ele assume, começa uma política de urbanização, existia um esforço. Mas, em 1962, há uma mudança radical dessa direção, com a entrada de recursos importantes dos EUA, dentro do contexto da Revolução Cubana. Uma parte dos recursos foi usada na construção de grandes conjuntos habitacionais, como a Vila Kennedy. Só que Rios foi demitido depois, e assumiu a Sandra Cavalcanti — explica Gonçalves.

A partir daí, as remoções foram aceleradas na administração Lacerda. Mas o governo seguinte, de Negrão de Lima, foi o que mais removeu. Gonçalves explica que o governador era um político de oposição, da linha trabalhista, e até urbanizou uma favela em Brás de Pina, mas existia pressão do governo militar. E ainda houve contextos específicos, como as chuvas de 1966 e 1967.

— As chuvas certamente aceleraram o processo de remoção. Negrão foi contraditório, tentava priorizar a urbanização, mas foi no seu mandato que mais se removeu. Ele teve imposições de cima, e o contexto político era mais difícil — conta Gonçalves.

Polêmicas ou não, as remoções poderiam ter dado certo, com os conjuntos habitacionais funcionando bem até hoje. Gonçalves, que estudou profundamente o tema, estabelece três principais motivos para o fracasso dessa política no Rio. As remoções, diz ele, só foram interrompidas — e deixaram de ter grande força e apoio político— em 1977, quando houve uma tentativa, fracassada, de se remover o Vidigal. O Papa João Paulo II visitou, três anos depois, o Vidigal, e a Igreja Católica teve grande participação na luta por melhores condições de vida nas favelas.

— Há, primeiramente, o problema social, porque a moradia não pressupõe apenas quatro paredes e teto, mas se articula com o bairro, uma vida e uma cidade. O impacto social foi grande. Em segundo lugar, o contexto urbanístico. Estava sendo feita uma cidade periférica, expulsando a população em vez de pensar a cidade de forma diversa. Em terceiro vem o fracasso econômico. Ao contrário de algumas remoções que acontecem hoje em dia, nesse período as pessoas não tinham indenização. Eles tinham só o direito de entrar no financiamento habitacional. E algumas dessas famílias não tinham recursos mínimos para entrar no sistema e foram para habitações provisórias, com casas minúsculas — resume o professor Gonçalves.

O QUE SERÁ DA FAVELA?


Beltrame sobre 5 anos de UPP: ‘Daqui a 20 anos, o que será da favela?’ - Secretário de Segurança do Rio diz que a reconquista de territórios é uma janela de oportunidades para a transformação. Ele alerta que é preciso um pacto capaz de acelerar as ações nessas comunidades pacificadas

CARLA ROCHA, SELMA SCHMIDT E SERGIO RAMALHO
O GLOBO
Atualizado:13/12/13 - 10h54

O secretário de Segurança José Mariano Beltrame Paula Giolito / Agência O Globo


RIO - Gaúcho de Santa Maria, José Mariano Beltrame, de 56 anos, completará em janeiro sete anos à frente da Secretaria de Segurança do Rio. Nesse período, foi um dos responsáveis pela implantação do programa de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), que, no próximo dia 19, completa cinco anos. De lá para cá, tornou-se figura fácil nas favelas pacificadas. Participa de corridas, como a da Rocinha, e eventos musicais na Providência, no Dona Marta e, recentemente, no Pavão-Pavãozinho, onde foi experimentar um prato servido num dos bares da favela. Em entrevista ao GLOBO, defendeu reformas urbanas profundas nas comunidades pacificadas, com saneamento e abertura de vias, e disse que o tema das remoções precisa entrar em pauta: “Hoje, remoção é tabu, é palavra proibida, porque colocaram ideologia no debate. Hoje há conhecimento, tecnologia e solução urbanística para dar esta guinada definitiva”.

Quais são hoje, na opinião do senhor, os principais desafios da política de segurança com relação ao programa das UPPs?

Eu acho que o maior desafio nem é o da polícia. E diria, sem exageros, nem mesmo do Poder Executivo. Para estas duas instâncias, a necessidade do projeto está bem clara e não há dúvidas quanto aos seus resultados. Ou é UPP ou é a velha lógica do fuzil na favela. Todos sabemos quais são os efeitos das UPPs no curto prazo. O morador do morro fica aliviado e o do asfalto, muito feliz com o fim dos tiros. Mas isso é apenas uma anestesia para a cirurgia maior. A grande questão que ainda está mal resolvida é o que o Rio quer fazer das UPPs no longo prazo. Daqui a 20 anos o que será da favela? A reconquista do território é uma janela de oportunidade para a transformação daquele espaço público. E não se trata apenas de escola, posto de saúde etc. Em muitas favelas a oferta desses serviços é até adequada. Mas como levar saneamento se o cano não passa? Mas como ajudar os mais pobres se eles vivem em aglomerados quase impenetráveis? Adianta levar o médico se a tuberculose vai voltar por causa das condições do ambiente? A favela precisa de acesso, de canos, de transporte coletivo, de ar livre, de uma verdadeira malha que transforme a cara desses lugares. Mudar essa realidade vai exigir que algumas famílias troquem de endereço para a obra passar. Mas os ganhos serão irreversíveis para dezenas de milhares de famílias pobres, fora os ganhos indiretos para a cidade. E, é claro, para fazer a intervenção de verdade vamos entrar na discussão das remoções. Esse assunto precisa entrar em pauta e ninguém tem coragem. Hoje remoção é tabu, é palavra proibida, porque colocaram ideologia no debate. Hoje há conhecimento, tecnologia e solução urbanística para dar esta guinada definitiva. E quem deve bancar somos todos nós, público e privado, porque o benefício é generalizado. Só que hoje o Poder Executivo não está autorizado a mover uma palha, porque os conflitos na Justiça paralisam tudo. E com tanto conflito, o gestor nem vai tentar se desgastar com isso. E quanto tempo temos? As pessoas gostaram do efeito da anestesia só que não têm coragem de encarar a cirurgia. A favela tem pressa, e estão deixando a responsabilidade só com as polícias. Precisamos de um pacto, um pacto que prima pela velocidade das soluções.

Qual a principal dificuldade em capacitar policiais para policiamento de aproximação em áreas que lembram labirintos, tão comuns em várias comunidades do Rio?

Existe um treinamento para fazer o trabalho de proximidade. Mas não se pode esperar que a polícia vá patrulhar todas as vielas da Rocinha, por exemplo. Ali é um aglomerado de 100 mil pessoas. É claro, não estou falando que toda a favela é intransponível. Mas basta que 10% deste território sejam de moradias sub-humanas para aí termos um grande problema.

Pela experiência do senhor, esse tipo de policiamento nas UPPs encontra paralelo em outros estados ou países?

Não. Eu sempre disse que o projeto foi pensado para as características do Rio. Claro, não é uma solução 100% inédita, você pega experiências de outros lugares e vai somando à sua fórmula. Mas, repito, as pessoas estão muito ansiosas em discutir policiamento, em discutir os benefícios da anestesia. Mas o conceito é muito mais amplo e, repito, vai muito além da vontade do Poder Executivo. Temos uma janela de oportunidade, mas transformar gera conflitos de outra natureza que vão parar no Judiciário. A sociedade precisa discutir muito, mas precisa dar objetividade e celeridade a esta transformação.

Qual a opinião do senhor sobre ataques a policiais em áreas com UPP?

Não chega a ser uma surpresa. O comércio de drogas e o crime que está por trás disso geram muito dinheiro. É um problema nacional, diria, do mundo. Ingenuidade seria pensar que eles desistiriam. O problema é que as pessoas imaginavam que todas as favelas seriam iguais ao Dona Marta. Só que estamos em complexos, como o Alemão, que são mais populosos que a grande maioria dos municípios brasileiros. A polícia tem mais dificuldade neste espaços acidentados e superconcentrados de gente.

A resistência percebida em algumas comunidades, como Rocinha, São Carlos, Cidade de Deus e Vila Cruzeiro, significa que as facções que dominavam esses territórios ainda contam com poder de articulação?

Se são entendidas como facções, então é porque representam alguma forma de organização e de articulação. O tráfico hoje tenta se adaptar. O crime é assim, vai mudando de acordo com a repressão. Então, de certa forma, já esperávamos. As trocas de tiros em geral acontecem à noite e naqueles lugares quase impenetráveis. Então quando se fala “tiro na Rocinha", tem que se perguntar melhor. Tiro em qual Rocinha? Em qual parte do Alemão? Isso porque estas comunidades são do tamanho de uma cidade. E há áreas totalmente integradas com a cidade formal e há áreas muito ruins, muito pobres. São nessas últimas que os criminosos se sentem seguros. A questão central da UPP é o controle do território. E disso não vamos abrir mão.

Qual a sua opinião sobre episódios como o ocorrido na Rocinha, que resultou na morte de Amarildo de Souza, e em Manguinhos, onde alguns moradores acusam policias da UPP de envolvimento nas mortes de Paulo Roberto Pinho Menezes e Matheus de Oliveira Case?

Muito ruim. Eu coloco estas questões aqui da favela para além da polícia, mas em hipótese alguma o aparato policial pode deixar de olhar para suas fraquezas, para suas mazelas, para sua cultura. A questão é que o trem não pode parar. Temos que corrigir os rumos com ele andando. Não posso conceber o Rio hoje sem as UPPs, sem os alívios que elas trouxeram. A gente deve criticar para construir melhor. Quem defende o fim delas no curto prazo, ou está mal intencionado ou vive em outro mundo.

Casos como esse resultam em mudanças no treinamento dos policiais?

Há questões relacionadas à cultura. Acho que aí são três variáveis. Treinamento adequado, punição exemplar e tempo para mudar a cabeça das pessoas. Agimos nas três vertentes. O Rio tem pressa e nós também. Só que foram tantos anos de desleixo que, como costumo dizer, talvez leve uma geração para que o Rio se recupere do estrago.

Apesar de uma significativa redução nos homicídios nessas comunidades, onde a taxa fechou ano passado menor que a média nacional, o senhor costuma dizer que ainda há pouco a comemorar. Por quê?

Por todo este cenário que tracei. A discussão precisa mudar de foco, ser mais corajosa. Quando eu falo de um pacto, é um pacto pela agilidade e isso evidentemente inclui o Judiciário, o Legislativo, o dinheiro de Brasília e do setor privado. Sozinho, o Executivo Estadual não tem força para mudar a cara da favela. Mudar de verdade, insisto. Pergunte ao Pezão quantas ações existem só porque abriram uma rua na Rocinha. Centenas. Aqui do lado, o teleférico da Providência está pronto. E tem uma ação proibindo seu funcionamento. Se não repactuarmos essa lógica, a compreensão desse tipo de espaço, não vamos mudar nada. E sabe o que vai acontecer? A sociedade vai pedir mais polícia, que mais uma vez vai ser alvo das críticas.

Com relação aos casos de desaparecimentos, os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que houve aumento de 97, em 2011, para 112, no ano passado, em 29 comunidades pacificadas. O senhor vem acompanhando essa questão?

O Instituto de segurança Pública vem analisando os números relativos às áreas pacificadas, exatamente, com o objetivo de pautar o planejamento de segurança nessas regiões. Também solicitei à direção do instituto um levantamento específico dos casos de desaparecimentos computados nos dois últimos anos para identificar a realidade de cada caso. Assim, poderemos dizer quem realmente desapareceu, quem saiu de casa por questões relacionadas à dependência de drogas, álcool ou outros problemas familiares e, claro, se algum caso tem relação com algum desvio cometido por policiais.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

GOVERNADOR ALEGA SEGURANÇA DA FAMÍLIA PARA USO PARTICULAR DE AERONAVE OFICIAL



Julio Cesar Guimaraes - 28.jul.13/UOL



FOLHA.COM 10/12/2013


Cabral volta a usar helicóptero oficial com a família nos fins de semana


HANRRIKSON DE ANDRADE
DO UOL


O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), voltou a utilizar o helicóptero oficial do Estado para se deslocar entre a capital fluminense e o município de Mangaratiba, na região da Costa Verde, onde ele possui uma casa de veraneio em um luxuoso condomínio.

O governador havia parado de se deslocar com a família desde a discussão em torno de suas viagens com o helicóptero oficial do Estado, reveladas em uma reportagem da revista "Veja", em julho deste ano. Pressionado, o chefe do Executivo estabeleceu regras para o uso de aeronaves por meio do decreto 44.310, publicado no Diário Oficial no dia 5 de agosto.

De acordo com os relatórios de controle de aeronaves da Secretaria Estadual da Casa Civil, Cabral viajou na companhia da mulher, Adriana Ancelmo, dos dois filhos e da babá das crianças em cinco domingos consecutivos --no período entre os dias 13 de outubro e 10 de novembro. Os relatórios informam que as viagens foram justificadas por "recomendação da Sub-Secretaria Militar", departamento vinculado à Casa Civil.

Em nota, o subsecretário militar da Casa Civil, Fernando Messias, afirmou que o uso dos helicópteros do Estado "tem ocorrido de acordo com o decreto regulamentador", e disse não abrir mão do uso de aeronaves nos deslocamentos do governador e da família em função de eventuais riscos.

"O processo de enfrentamento da criminalidade no Estado do Rio nos últimos anos, que tem tido como resultado a queda de todos os índices, acarreta riscos para os seus responsáveis, em especial o governador do Estado, que é, em última análise, o comandante desse processo. A Subsecretaria Militar da Casa Civil, com base em relatórios sigilosos, não abre mão do uso de helicópteros nos deslocamentos do governador e de sua família para a sua residência, em especial levando em conta a regularidade de dias, horários e destino das viagens", informou o órgão.

Nos primeiros meses após a regulamentação, Cabral utilizou apenas uma vez o helicóptero de prefixo PR-GRJ, modelo Agusta AW109 Grand New, para fazer o trajeto Mangaratiba-Rio. A viagem ocorreu no dia 29 de setembro, domingo, às 8h28, quando ele desembarcou no heliponto da Lagoa, na zona sul da cidade, na companhia de um de seus assessores, a fim de comparecer à inauguração da Cidade da Polícia.

Uma semana após, no dia 6 de outubro, domingo, às 8h25, Cabral viajou novamente na companhia de um assessor para acompanhar a ocupação policial no Complexo do Lins, na zona norte da capital fluminense, que mais tarde receberia uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).

Do dia 11 de outubro em diante, o peemedebista utilizou a aeronave em todos os fins de semana para ir a Mangaratiba, sempre viajando sozinho na ida e regressando com a família aos domingos. O registro da movimentação aérea de novembro não incluía a segunda quinzena do mês. A assessoria do governo do Estado informou, após a publicação desta reportagem, que o relatório já foi atualizado.

A última viagem relatada ocorreu no dia 14, quinta-feira, véspera do feriado da Proclamação da República. Na ocasião, Cabral viajou sozinho do Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na zona sul do Rio, para Mangaratiba, às 18h35. Não há registro quanto ao retorno.

REGRAS

As regras para utilização de aeronaves oficiais --definidas pelo próprio governo estadual-- determinam, de acordo com o decreto 44.310, que apenas o governador, o vice-governador, os chefes do Legislativo e do Judiciário, os secretários de Estado e os presidentes de autarquias e empresas públicas estão autorizados a voar.

A medida foi aprovada e publicada no Diário Oficial depois de uma reportagem da revista "Veja" que denunciava o suposto uso ilegal por parte do governador. De acordo a publicação, o peemedebista utilizou o helicóptero PR-GRJ para transportar familiares de Cabral, as babás dos filhos e até o cachorro de estimação.

Na ocasião, os deputados estaduais Marcelo Freixo (PSOL), Paulo Ramos (PDT) e Luiz Paulo (PSDB) chegaram protocolar na presidência da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) uma denúncia por crime de responsabilidade e quebra de decoro, e pediram o impeachment do governador. Porém, o procedimento não avançou.

As viagens seriam, segundo texto publicado no DO, "exclusivamente no âmbito da administração pública estadual, direta e indireta, para desempenho de atividades próprias dos serviços públicos".

Além disso, sempre que possível, as aeronaves devem "ser compartilhados por mais de um dos titulares dos cargos" que possuem direito a deslocamentos. As viagens precisam ser previamente aprovadas pela Secretaria Estadual da Casa Civil, o que só ocorre, na versão do governo, "em missão oficial ou por questões de segurança".

As autoridades preenchem um formulário de solicitação indicando data e horário do voo, além do tempo de permanência previsto na localidade de destino, o trajeto a ser percorrido, o motivo do deslocamento e a relação de eventuais acompanhantes.



FOLHA.COM 10/12/2013 - 14h01

Cabral defende uso de helicóptero e se diz ameaçado pelo tráfico


DO RIO



O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), defendeu nesta terça-feira (10) o uso de helicópteros oficiais do Estado para viajar com a família nos fins de semana.

Ele se disse ameaçado pela "marginalidade" e pelo tráfico de drogas ao justificar o uso das aeronaves para se deslocar com parentes até sua casa de veraneio em Mangaratiba (RJ).

"Infelizmente, o fato de ser governador me impõe para enfrentar a segurança pública, a marginalidade, o tráfico de drogas", disse Cabral, em solenidade de formação de policiais no ginásio Maracanãzinho.

"Para ganhar esse jogo, que é um jogo muito difícil, de muita luta, o Gabinete Militar impõe a mim e à minha família restrições. Eu tenho que segui-las por uma questão de segurança", disse o governador.

Reportagem do UOL mostrou nesta terça que o peemedebista continua a usar helicópteros do Estado em viagens de lazer. De acordo com relatórios oficiais, ele viajou com a mulher, Adriana Ancelmo, dois filhos e babá em cinco domingos consecutivos entre 13 de outubro e 10 de novembro.


O subsecretário militar da Casa Civil do governo do Rio, Fernando Messias, também saiu em defesa do governador. Ele disse em nota que "não abre mão" de que Cabral use os helicópteros com a família.

"O processo de enfrentamento da criminalidade no Estado do Rio nos últimos anos, que tem tido como resultado a queda de todos os índices, acarreta riscos para os seus responsáveis, em especial o governador", disse o subsecretário.

"A Subsecretaria Militar da Casa Civil, com base em relatórios sigilosos, não abre mão do uso de helicópteros nos deslocamentos do governador e de sua família para a sua residência, em especial levando em conta a regularidade de dias, horários e destino das viagens", acrescentou Messias.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

PM DE UPP RECÉM-INAUGURADA É BALEADO EM CONFRONTO

O Estado de S. Paulo 09 de dezembro de 2013 | 11h 50

PM da comunidade Camarista Méier, na zona norte do Rio, está internado; no fim de semana, houve confrontos entre bandidos e policiais das unidades da Rocinha e Cidade de Deus

Thaise Constancio 



RIO - Um policial militar da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Camarista Méier, zona norte do Rio, levou um tiro no peito após troca de tiros com criminosos armados. Ele está internado no Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), no Estácio, zona norte, e não corre risco de morte.

Segundo o comando das UPPs, o confronto aconteceu às 23h40 do domingo, 8, quando 12 policiais da UPP Camarista Méier patrulhavam o Morro do Gambá. Eles foram surpreendidos pelos criminosos que atiraram contra os agentes. Durante a troca de tiros, o PM ainda não identificado foi baleado. O tiro atravessou o colete balístico e ficou alojado no peito. Os bandidos conseguiram fugir.

O policial foi encaminhado para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, zona norte, e depois transferido para o HCPM. O caso foi registrado na 26ª DP (Todos os Santos).

O policiamento foi reforçado por agentes de outras UPPs e, no momento, o clima é de tranquilidade na comunidade. A comunidade Camarista Méier foi retomada pelas forças de segurança em 6 de outubro e a UPP foi inaugurada no dia 2 de dezembro. No fim de semana, houve confrontos entre bandidos e policiais das UPPs da Rocinha e Cidade de Deus.


07 de dezembro de 2013 | 11h 50

Dois PMs e dois moradores são baleados em tiroteios na Rocinha. Favela do Rio sofre quinto dia consecutivo de confronto entre policiais e criminosos


Marcelo Gomes - O Estado de S. Paulo


RIO - Dois policiais militares e dois moradores foram baleados durante uma série de tiroteios registrados desde a noite dessa sexta-feira, 06, na Favela da Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro. O último caso ocorreu por volta das 8h deste sábado, 07, quando um PM foi ferido no ombro na localidade conhecida como Via Ápia. Moradores da comunidade relatam em redes sociais que há intensa troca de tiros neste sábado. Este é o quinto dia consecutivo de confrontos na favela, ocupada pelas forças de segurança em novembro de 2011. A Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) foi inaugurada em setembro do ano passado.

Segundo a Polícia Militar, policiais da UPP patrulhavam a Via Ápia quando se depararam com um homem em atitude suspeita. O homem efetuou disparos contra os PMs e fugiu. Um dos policiais foi ferido no ombro e encaminhado ao Hospital Municipal Miguel Couto, no Leblon. Ele não corre risco de morte.

Por volta das 19h30 de sexta-feira, os PMs foram recebidos a tiros por traficantes na localidade conhecida como Rua 2, na parte alta da favela. Os policiais revidaram e houve confronto. Um policial foi ferido por estilhaços de bala na mão e na perna. Dois moradores também foram baleados: um na perna e outro no braço e no abdômen. Todos os feridos também foram levados ao Miguel Couto e passam bem. Os traficantes conseguiram escapar.

A Coordenadoria de Polícia Pacificadora informou que o efetivo foi reforçado na Rocinha com homens de outras UPPs e dos batalhões de Choque e de Ação com Cães. Os PMs fazem uma varredura na favela à procura de criminosos, armas e drogas.

02 de dezembro de 2013 | 13h 49

Ataques a UPPs são tentativa de retomar território, diz Cabral. Unidades de Polícia Pacificadora de São Carlos, de Manguinhos e da Rocinha foram alvos de bandidos nos últimos dias


ADRIANO BARCELOS - Agência Estado


O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou nesta segunda-feira, 2, que os ataques às Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) de São Carlos (no domingo, 1º), em Manguinhos (na quarta-feira passada) e na Rocinha, onde tiroteios foram registrados no sábado, são tentativas de retomar territórios.

"É uma tentativa do poder paralelo sempre de enfrentamento e retomar territórios. Cabe a nós respondermos. E temos respondido permanentemente. E são situações distantes. Gente, não vamos nos iludir. A Rocinha tem 100 mil habitantes. Talvez tenha sido o maior entreposto urbano de venda de droga da América Latina, ao lado do maior poder aquisitivo da cidade. Estamos com a presença permanente lá trazendo enormes prejuízos aos negócios dos traficantes e portanto há uma reação deles. Estamos lá para enfrentá-los", afirmou o governador.

Já o coronel Frederico Caldas, coordenador das UPPs, acredita que a presença dos policiais militares é que tem provocado a reação dos criminosos.

"A presença constante da PM nas comunidades faz com que os confrontos aconteçam. Hoje há 250 comunidades ocupadas e não se pode reduzir o processo de pacificação a apenas um confronto. É preciso compreender que esse processo leva tempo. Temos que conviver com algumas realidades. Seria ótimo acabar com o tráfico por decreto, mas não é assim. O consumo da droga só aumenta no Brasil e no mundo. E os confrontos são inevitáveis. Mas as respostas dadas pela polícia são rápidas e imediatas", disse.

Na noite de domingo, 1º, a UPP de São Carlos, na zona norte, foi atacada a tiros. Nenhum policial foi ferido. O incidente ocorreu depois de um intenso tiroteio entre traficantes no local e a intervenção dos policiais militares. 

sábado, 7 de dezembro de 2013

É GRAVE ESTADO DE BALEADA NA LINHA AMARELA EM TENTATIVA DE ASSALTO


Estado de baleada na Linha Amarela é grave; amiga será enterrada nesta tarde. Ações ocorreram durante tentativa de assalto; pelo menos 11 disparos foram feitos em direção ao carro das vítimas

LEONARDO BARROS
ANA CLÁUDIA COSTA 
O GLOBO
Atualizado:7/12/13 - 12h33

Mulher é morta durante tentativa de assalto na Linha Amarela; carro foi atingido por 11 tiros Fernando Quevedo / O Globo / Reprodução internet


RIO - Após ser baleada na barriga durante uma tentativa de assalto na Linha Amarela, na altura de Del Castilho, na Zona Norte, no fim da noite de sexta-feira, Luana Pereira Amaral dos Reis, de 24 anos foi operada no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, na Zona Norte, e o estado dela é grave. O corpo da amiga, a química Daniela Alves Coelho, de 38 anos, morta durante o incidente, será enterrado às 16h deste sábado no cemitério São João Batista. As vítimas estavam num Onix preto, placa LQR-6378, atingido por pelo menos 11 disparos. Diretora de produção da fábrica Coca-Cola, em Jacarepaguá, Daniela dirigia em direção a Búzios, para passar o fim de semana com a amiga.

Daniela chegou a ser socorrida, mas morreu ao dar entrada no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Ela foi atingida por um tiro que atravessou o pescoço.

De acordo com os policiais militares do Batalhão de Policiamento de Vias Expressas (BPVE), o veículo foi abordado por um grupo de assaltantes, que estavam em outro carro, um Fox prata. Como não pararam, os bandidos atiraram contra as vítimas. O Onix ainda seguiu por alguns metros, mas Daniela não conseguiu mais dirigir. As marcas dos dos tiros ficaram na lateral do carro.

Apesar de a polícia informar que teria sido uma tentativa de assalto, os pais de Daniela informaram que nada foi levado das duas. A Divisão de Homicídios investiga o caso. Policiais periciaram o local do crime, e não foi informado se os pertences das vítimas foram levados pelos bandidos.

NOVO TIROTEIO NA ROCINHA DEIXA UM PM E UM MORADOR BALEADOS


Na noite de sexta-feira, outro policial e dois moradores foram atingidos

MAÍSA CAPOBIANGO
O GLOBO
Atualizado:7/12/13 - 11h14

Clima tranquilo na comunidade da Rocinha após troca de tiros na noite de sexta e na manhã deste sábado; na foto, policiais da UPP na entrada da comunidade Márcia Foletto / O Globo


RIO — Um novo tiroteio foi registrado na manhã deste sábado, na Rocinha. Por volta das 8h, um policial militar e um morador foram baleados. O PM levou um tiro no ombro. Na noite de sexta-feira, outro policial e dois moradores foram atingidos. Todos os feridos foram socorridos e levados para o Hospital Municipal Miguel Couto.

De acordo com moradores, recentemente um dos traficantes da comunidade teria trocado de facção, e, desde então, os tiroteios têm sido frequentes, apesar da presença da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

A UPP da Rocinha confirmou que uma operação está em curso no local. Agentes do Batalhão de Choque foram enviados à comunidade para reforçar a ação.

No dia 29 de novembro, um policial militar foi ferido em um tiroteio nas proximidades da UPP da Rocinha, também durante operação. Durante essa semana, pelo menos dois enfrentamentos entre PMs e traficantes foram registrados na comunidade. Nas duas ocasiões, ninguém ficou ferido, segundo a polícia.


PMS E MORADORES SÃO BALEADOS DURANTE TIROTEIOS NA ROCINHA

FOLHA.COM 07/12/2013 - 12h29

PMs e moradores da Rocinha são feridos durante confrontos


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO



Dois policiais militares da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, na zona sul do Rio, e dois moradores foram baleados durante tiroteios ocorridos nas últimas 12 horas.

Todos os feridos foram atendidos no Hospital Miguel Couto e passam bem, segundo o comando das UPPs. Ninguém foi preso. Os nomes dos PMs e moradores baleados não foram divulgados.

Por volta das 20h da sexta-feira (6), policiais foram recebidos a tiros quando patrulhavam uma rua da Rocinha. Durante o confronto, um PM foi atingido por estilhaços na mão e na perna.

De acordo com a assessoria das UPPs, a troca de tiros já havia se encerrado quando foram ouvidos disparos no alto do Beco da Máscara, na mesma comunidade. Dois moradores foram baleados, um na perna e outro no braço e no abdômen.

Na manhã deste sábado (7), um policial foi atingido no ombro por tiro disparado por um homem na localidade da Rocinha conhecida como Via Ápia. O atirador fugiu.

Até as 12h deste sábado, permanecia em andamento na Rocinha a operação de procura de criminosos, armas e drogas iniciada na noite de sexta-feira por policiais da UPP, com reforço de agentes do Batalhão de Choque, do Batalhão de Ações com Cães e de PMs de outras UPPs.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

MILÍCIA DOMINA 45% E TRÁFICO OCUPA 37% DAS FAVELAS CARIOCAS


Milícia domina 45% das favelas cariocas, revela pesquisa.Outros 37% ainda são controladas por traficantes de drogas. UPPs estão em apenas 18% das comunidades

GUSTAVO GOULART
O GLOBO
Atualizado:3/12/13 - 23h29

Segundo pesquisa, milícias dominam as favelas cariocas Agência O Globo


RIO - A milícia já domina 454 favelas, de um universo de 1.001 localizadas no município do Rio, revela pesquisa realizada pela antropóloga Alba Zaluar, em conjunto com uma equipe do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp), da Uerj, e Christovam Barcellos, coordenador do Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (Icict), da Fiocruz. Esse número representa 45% do total de favelas do Rio.

O trabalho também mostra que 370 comunidades, ou 37% do total, ainda são controladas por traficantes de drogas. Já as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) aparecem em 174, ou 18%, das favelas. Todo o resultado da pesquisa, intitulada “Saúde urbana – Homicídios no entorno de favelas do Rio”, será apresentado na quarta-feira, das 9h às 17h, no “Seminário sobre o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora, ou como transformá-la em Polícia de Proximidade”. O evento será realizado na sede do Iesp, na Rua da Matriz 82, em Botafogo.

Segundo Alba Zaluar, o número de favelas foi tirado do Censo 2010, feito pelo IBGE.

— As milícias dominam o cenário. Mas é preciso ressaltar que as favelas têm dimensões diferentes, para mais ou para menos. E populações diferentes. Esse dado, no entanto, é importante para dimensionar o que ainda há por fazer na cidade — frisou Alba Zaluar, que coordena o seminário.

A pesquisa também mostra que apenas seis favelas que passaram por processo de pacificação não têm tráfico de drogas: Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme; Batan e Avenida Brasil (bairro Batan), em Realengo; Camarista Méier, no Engenho de Dentro; e Morro Azul, no Flamengo, segundo a pesquisadora. Esta última tem uma companhia da PM. Além disso, segundo o estudo, apenas 23 das 174 favelas com UPPs têm traficantes de drogas desarmados. O levantamento do Icict ainda busca apurar dados sobre homicídios nas favelas.

— É um projeto interdisciplinar, com o qual estamos procurando reconhecer pelo mapeamento os lugares onde há mais riscos de haver homicídios ou mortes violentas. E, com o estudo etnográfico, procurar entender o que leva as pessoas a se combaterem. Há também a reação dos moradores das favelas com a implantação das UPPs. Isso tudo para que se possa fazer uma política de estado que seja benéfica para a população — afirmou Alba Zaluar. — Pode desagradar aos chefões do tráfico, os milicianos, mas vai ser bom para proporcionar uma vida melhor para a população.

O seminário de apresentação da pesquisa terá quatro mesas-redondas: “O passado nos condena”, “O que é Polícia de Proximidade”, “Funções do comandante da UPP na favela” e “Outras instituições”. Participarão Alba Zaluar; Christovam Barcellos; Frederico Caldas, comandante da Coordenadoria de Polícia Pacificadora; Jacqueline Muniz, do Iuperj; e Flávio Mazzaro, presidente da Associação de Moradores do Fallet, entre outros.


Milícias avançam na Zona Oeste da cidade, revela pesquisa. Estudo mostra ainda que o maior número de homicídios não está nas favelas e sim no entorno delas

GUSTAVO GOULART 
O GLOBO
Atualizado:4/12/13 - 14h34

RIO - O coordenador de laboratório de informação em saúde (LIS/ICICT), Christovam Barcellos, revelou que está havendo um avanço das milícias na Zona Oeste da cidade, com forte domínio em Santa Cruz, Campo Grande e grande parte de Jacarepaguá, chegando próximo a Acari e Fazenda Botafogo. A informação foi passada, no início da tarde desta quarta-feira, no “Seminário sobre o projeto das Unidade de Polícia Pacificadora ou como transformá-la em polícia de proximidade”, que está acontecendo ao longo do dia no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da Uerj.

O estudo também revela que o maior número de homicídios não está nas favelas e sim no entorno delas. Segundo Barcellos, uma ampla área ao longo da Avenida Brasil tem se tornado local de confrontos entre grupos de traficantes já instalados na região e outras duas forças: milícia e Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs).

— As UPPs têm se expandido da Zona Sul em direção à Zona Norte e subúrbios da Leopoldina. O grande embate que se espera agora é entre UPPs e milícia — disse Barcellos.

O encontro mostra os resultados da pesquisa “Saúde urbana - homicídio no entrono de favelas do Rio”, feita em conjunto pela antropóloga Alba Zaluar, uma equipe do IESP e Barcellos.

Milícia domina 45% das favelas cariocas

A milícia já domina 454 favelas, de um universo de 1.001 localizadas no município do Rio, revela pesquisa realizada pela antropóloga Alba Zaluar, em conjunto com uma equipe do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp), da Uerj, e Christovam Barcellos, coordenador do Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (Icict), da Fiocruz. Esse número representa 45% do total de favelas do Rio.

O trabalho também mostra que 370 comunidades, ou 37% do total, ainda são controladas por traficantes de drogas. Já as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) aparecem em 174, ou 18%, das favelas. Todo o resultado da pesquisa, intitulada “Saúde urbana – Homicídios no entorno de favelas do Rio”, será apresentado na quarta-feira, das 9h às 17h, no “Seminário sobre o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora, ou como transformá-la em Polícia de Proximidade”. O evento será realizado na sede do Iesp, na Rua da Matriz 82, em Botafogo.

Segundo Alba Zaluar, o número de favelas foi tirado do Censo 2010, feito pelo IBGE.

A pesquisa também mostra que apenas seis favelas que passaram por processo de pacificação não têm tráfico de drogas: Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme; Batan e Avenida Brasil (bairro Batan), em Realengo; Camarista Méier, no Engenho de Dentro; e Morro Azul, no Flamengo, segundo a pesquisadora. Esta última tem uma companhia da PM. Além disso, segundo o estudo, apenas 23 das 174 favelas com UPPs têm traficantes de drogas desarmados. O levantamento do Icict ainda busca apurar dados sobre homicídios nas favelas.