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domingo, 8 de setembro de 2013

PM TROCA O COMANDO DE 25 DAS 34 UPPS DO RJ




Medida tem objetivo de dar mais dinamismo ao policiamento nas favelas pacificadas
REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA BRASIL

06/09/2013 15h41



Cerimônia de troca de comando de 25 Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) das 34 implantadas em favelas do RJ desde 2008 (Foto: Tomaz Silva / ABr)


A Coordenadoria de Polícia Pacificadora, da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro(PM-RJ), trocou nesta sexta-feira (6) o comando de 25 das 34 unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) implantadas em favelas do RJ desde 2008. Na cerimônia em que nomeou os novos oficiais, o coronel Frederico Caldas, coordenador-geral das UPPs, afirmou que a medida é uma forma de dar mais dinamismo ao policiamento local. Trata-se da primeira mudança ampla de comando desde o início do programa.

"A ideia é dar uma dinâmica diferente e até apresentar um desafio. O que a gente percebe é que os comandantes são muito jovens, e jovem gosta de desafio. Muitos estavam no comando de UPPs há bastante tempo, e a gente percebeu neste primeiro mês [em que Caldas está no comando] a necessidade de fazer algumas mudanças. Alguns policiais já estavam ali há três anos e acabavam não tendo mais uma visão critica e o estranhamento necessário", disse o coronel. "A maioria dos que ficaram [nove] tinha assumido há muito pouco tempo, e sequer tinha tido a oportunidade de ter o seu trabalho avaliado. Em outras [situações], por ter um trabalho consolidado, não seria recomendável mudar".

Caldas negou que as mudanças tenham sido influenciadas diretamente por denúncias de excessos cometidos por policiais de UPPs, como no caso do pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido desde o dia 14 de julho, após ser levado por PMs para averiguação na unidade da Rocinha. Mas o coronel reconheceu que a situação do comandante dessa unidade, major Edson Santos, tinha se tornado insustentável:

"Esses casos foram emblemáticos, mas não tiveram uma influência direta na movimentação. Quando eu assumi, no primeiro dia, já tinha a decisão de solicitar ao comando da Polícia Militar que substituísse o major Edson. Ele é um oficial brilhante, que fez um excelente trabalho. A questão do Amarildo e essa dúvida toda que repousa sobre a ação dos policiais, por que ele foi levado para a base da UPP, sobrecarregou e deixou o major Edson numa situação insustentável. Mas não se trata de incriminá-lo. Ele é honesto, íntegro, e o desgaste que teve foi pela postura intolerante com tráfico e com o crime", disse o coordenador-geral.

>> A UPP é uma mentira?
O novo coordenador-geral das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), coronel Frederico Caldas
(Foto: Tomaz Silva / ABr)

Entre as unidades que tiveram troca de comando está a da Rocinha, que receberá a major Priscilla Azevedo, que já havia comandado a UPP do Morro Santa Marta, a primeira do projeto. Priscilla deixa o cargo de coordenadora de Projetos na Secretaria Estadual de Segurança Pública para assumir a segunda UPP.

O coronel, que está desde 8 de agosto no comando das UPPs, afirmou que será implacável com desvios de conduta, e disse que orientará os policiais a serem mais seletivos nas abordagens: "Pretendo intensificar o treinamento para que os policiais tenham um rendimento melhor. Uma questão que vou exigir muito deles é o respeito com os moradores. É preciso que o policial tenha realmente a convicção da necessidade de fazer uma abordagem, porque, muitas vezes, de uma abordagem acaba surgindo um problema interpessoal e de conflito, provocado pela própria inabilidade do policial em atuar", disse Caldas. Na ocasião, ele anunciou um reforço de efetivo da 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar, para as áreas de inteligência e correcional.

NT

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