O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

NOVA MEGAOPERAÇÃO PARA REPRIMIR O TRÁFICO


Polícia faz megaoperação para reprimir o tráfico de drogas no Rio. Até o momento, 12 pessoas foram presas e dois menores apreendidos. Renata Leite, Paulo Roberto Araújo, Waleska Borges, Daniela de Paula - O GLOBO 11/04/12 - 10h36


RIO - As polícias Civil e Militar realizam uma megaoperação na manhã desta quarta-feira para reprimir o tráfico de drogas em vários pontos do Estado do Rio. Batizada como Conexão Mandela, a ação foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio e da Coordenadoria de Inteligência da PM, e visa a cumprir 19 mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão na cidade do Rio; e nos municípios de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense; Teresópolis, na Região Serrana; Rio das Ostras, na Região dos Lagos; e em São Paulo. Até o momento, 12 pessoas foram presas e dois menores apreendidos. De acordo com a polícia, os denunciados são acusados de associação para o tráfico de entorpecentes e corrupção ativa.

A ação conta com apoio de cerca de 500 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoq), da CI, do Grupamento Aéreo e Marítimo (GAM), do Batalhão de Ações com Cães (BAC), do Grupo de Apoio aos Promotores (GAP), do 30º BPM (Teresópolis) e do Gaeco/SP, de quatro Promotores de Justiça do Gaeco do MPRJ; além de dois helicópteros, um blindado, uma retroescavadeira, uma pá mecânica e um caminhão munk da PM.

As investigações começaram em novembro do ano passado em Teresópolis, após traficantes tentarem subornar policiais militares para que o tráfico na região não fosse reprimido. Os PMs levaram o caso ao MPRJ, que apontou a Favela Mandela como um dos principais pontos de distribuição de drogas para diferentes bairros e municípios do Rio. De acordo com a denúncia, foi constatado que por causa da implementação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), e a prisão de muitos integrantes de uma facção criminosa, traficantes fizeram uma aliança com uma facção criminosa de São Paulo, de onde passaram a importar grande parte do material entorpecente. Segundo o Ministério Público, a Favela Mandela, recebe as substâncias ilícitas de São Paulo e distribui para as regiões Serrana e dos Lagos, além de Niterói, São Gonçalo, Duque de Caxias, Campo Grande e demais favelas do Rio dominadas pela mesma facção criminosa.

Na Região Serrana, policiais do 30º BPM (Teresópolis) com o apoio de cães do canil da PM e do (Gaeco) estão na comunidade da Coreia, a quatro quilômetros de Centro de Teresópolis. Eles buscam traficantes que migraram da Favela Mandela. O coronel Mário Fernandes, comandante do 30º BPM, lidera a operação, que conta com cerca de 50 homens. Uma grande quantidade de maconha e cocaína já foi apreendida na região.

Na Zona Norte do Rio, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque (BPChoque) estão nas favelas de Jacarezinho, Manguinhos e Mandela. A ação conta com o apoio de um helicóptero e de um veículo blindado. Há registro de tiroteio na chegada dos PMs às favelas. Ainda não há informações sobre feridos, presos ou apreensões. Em Madureira, a ação acontece no Morro da Serrinha e conta com cerca de 40 agentes da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD); da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core); dois blindados e um helicóptero. A polícia informou que dois homens morreram durante operação nas favelas do Jacarezinho e de Manguinhos. Eles estavam armados com um fuzil calibre 556 e uma pistola nove milímetros. Uma grande quantidade de drogas - ainda não contabilizada - foi apreendida e uma prensa industrial encontrada dentro de um caminhão no Jacarezinho.

No Morro do Dezoito, em Água Santa, também na Zona Norte, cerca de 30 policiais do 3º BPM (Méier) também foram recebidos a tiros na manhã desta quarta-feira. A operação, que começou às 5h45m, conta com o apoio do 4º BPM (São Cristóvão), 6º BPM (Tijuca) e 17º BPM (Ilha do Governador). Moradores que deixam a favela estão sendo revistados. Segundo o comandante do 3º BPM, tenente-coronel Ivanir Linhares, além de reprimir o tráfico de drogas na comunidade, o objetivo é combater o roubo de veículos na área. Ainda não há informações de prisões nem de apreensões.

O 9º BPM (Rocha Miranda) também está em Água Santa, no Morro do Saçu, com apoio de outros batalhões. A polícia tenta capturar o traficante conhecido como Piolho, que comanda a comunidade e o Morro do Dezoito. Ele já esteve preso, mas fugiu do Instituto Penal Sirieiro, em Niterói, em setembro de 2010. Lá, ele cumpria pena em regime semi-aberto. Na época, o Dezoito estava sob o domínio de uma milícia, que foi expulsa pelo traficante. Piolho já havia chefiado a venda de drogas na localidade anteriormente.

Na Zona Oeste da cidade, um homem suspeito de tráfico de drogas foi preso e uma submetralhadora apreendida na Favela da Coreia, em Senador Camará. Os policiais contam com o apoio de um helicóptero. Também já houve confronto, mas ainda não há informações sobre feridos.

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