O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

MILÍCIA DOMINA 45% E TRÁFICO OCUPA 37% DAS FAVELAS CARIOCAS


Milícia domina 45% das favelas cariocas, revela pesquisa.Outros 37% ainda são controladas por traficantes de drogas. UPPs estão em apenas 18% das comunidades

GUSTAVO GOULART
O GLOBO
Atualizado:3/12/13 - 23h29

Segundo pesquisa, milícias dominam as favelas cariocas Agência O Globo


RIO - A milícia já domina 454 favelas, de um universo de 1.001 localizadas no município do Rio, revela pesquisa realizada pela antropóloga Alba Zaluar, em conjunto com uma equipe do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp), da Uerj, e Christovam Barcellos, coordenador do Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (Icict), da Fiocruz. Esse número representa 45% do total de favelas do Rio.

O trabalho também mostra que 370 comunidades, ou 37% do total, ainda são controladas por traficantes de drogas. Já as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) aparecem em 174, ou 18%, das favelas. Todo o resultado da pesquisa, intitulada “Saúde urbana – Homicídios no entorno de favelas do Rio”, será apresentado na quarta-feira, das 9h às 17h, no “Seminário sobre o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora, ou como transformá-la em Polícia de Proximidade”. O evento será realizado na sede do Iesp, na Rua da Matriz 82, em Botafogo.

Segundo Alba Zaluar, o número de favelas foi tirado do Censo 2010, feito pelo IBGE.

— As milícias dominam o cenário. Mas é preciso ressaltar que as favelas têm dimensões diferentes, para mais ou para menos. E populações diferentes. Esse dado, no entanto, é importante para dimensionar o que ainda há por fazer na cidade — frisou Alba Zaluar, que coordena o seminário.

A pesquisa também mostra que apenas seis favelas que passaram por processo de pacificação não têm tráfico de drogas: Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme; Batan e Avenida Brasil (bairro Batan), em Realengo; Camarista Méier, no Engenho de Dentro; e Morro Azul, no Flamengo, segundo a pesquisadora. Esta última tem uma companhia da PM. Além disso, segundo o estudo, apenas 23 das 174 favelas com UPPs têm traficantes de drogas desarmados. O levantamento do Icict ainda busca apurar dados sobre homicídios nas favelas.

— É um projeto interdisciplinar, com o qual estamos procurando reconhecer pelo mapeamento os lugares onde há mais riscos de haver homicídios ou mortes violentas. E, com o estudo etnográfico, procurar entender o que leva as pessoas a se combaterem. Há também a reação dos moradores das favelas com a implantação das UPPs. Isso tudo para que se possa fazer uma política de estado que seja benéfica para a população — afirmou Alba Zaluar. — Pode desagradar aos chefões do tráfico, os milicianos, mas vai ser bom para proporcionar uma vida melhor para a população.

O seminário de apresentação da pesquisa terá quatro mesas-redondas: “O passado nos condena”, “O que é Polícia de Proximidade”, “Funções do comandante da UPP na favela” e “Outras instituições”. Participarão Alba Zaluar; Christovam Barcellos; Frederico Caldas, comandante da Coordenadoria de Polícia Pacificadora; Jacqueline Muniz, do Iuperj; e Flávio Mazzaro, presidente da Associação de Moradores do Fallet, entre outros.


Milícias avançam na Zona Oeste da cidade, revela pesquisa. Estudo mostra ainda que o maior número de homicídios não está nas favelas e sim no entorno delas

GUSTAVO GOULART 
O GLOBO
Atualizado:4/12/13 - 14h34

RIO - O coordenador de laboratório de informação em saúde (LIS/ICICT), Christovam Barcellos, revelou que está havendo um avanço das milícias na Zona Oeste da cidade, com forte domínio em Santa Cruz, Campo Grande e grande parte de Jacarepaguá, chegando próximo a Acari e Fazenda Botafogo. A informação foi passada, no início da tarde desta quarta-feira, no “Seminário sobre o projeto das Unidade de Polícia Pacificadora ou como transformá-la em polícia de proximidade”, que está acontecendo ao longo do dia no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP), da Uerj.

O estudo também revela que o maior número de homicídios não está nas favelas e sim no entorno delas. Segundo Barcellos, uma ampla área ao longo da Avenida Brasil tem se tornado local de confrontos entre grupos de traficantes já instalados na região e outras duas forças: milícia e Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs).

— As UPPs têm se expandido da Zona Sul em direção à Zona Norte e subúrbios da Leopoldina. O grande embate que se espera agora é entre UPPs e milícia — disse Barcellos.

O encontro mostra os resultados da pesquisa “Saúde urbana - homicídio no entrono de favelas do Rio”, feita em conjunto pela antropóloga Alba Zaluar, uma equipe do IESP e Barcellos.

Milícia domina 45% das favelas cariocas

A milícia já domina 454 favelas, de um universo de 1.001 localizadas no município do Rio, revela pesquisa realizada pela antropóloga Alba Zaluar, em conjunto com uma equipe do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp), da Uerj, e Christovam Barcellos, coordenador do Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (Icict), da Fiocruz. Esse número representa 45% do total de favelas do Rio.

O trabalho também mostra que 370 comunidades, ou 37% do total, ainda são controladas por traficantes de drogas. Já as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) aparecem em 174, ou 18%, das favelas. Todo o resultado da pesquisa, intitulada “Saúde urbana – Homicídios no entorno de favelas do Rio”, será apresentado na quarta-feira, das 9h às 17h, no “Seminário sobre o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora, ou como transformá-la em Polícia de Proximidade”. O evento será realizado na sede do Iesp, na Rua da Matriz 82, em Botafogo.

Segundo Alba Zaluar, o número de favelas foi tirado do Censo 2010, feito pelo IBGE.

A pesquisa também mostra que apenas seis favelas que passaram por processo de pacificação não têm tráfico de drogas: Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme; Batan e Avenida Brasil (bairro Batan), em Realengo; Camarista Méier, no Engenho de Dentro; e Morro Azul, no Flamengo, segundo a pesquisadora. Esta última tem uma companhia da PM. Além disso, segundo o estudo, apenas 23 das 174 favelas com UPPs têm traficantes de drogas desarmados. O levantamento do Icict ainda busca apurar dados sobre homicídios nas favelas.

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