O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

OPERAÇÃO PM TEM SEIS MORTOS E DOIS PM FERIDOS


Operação da Polícia Militar no Morro do Juramento tem seis mortos. Dois policiais militares também foram baleados na ação que visa a localizar bandidos que atacaram UPP do Parque Proletário. No ataque à unidade da Vila Cruzeiro, no domingo, uma soldado morreu. Nesta terça-feira, três pessoas foram baleadas em ações em outras comunidades do Rio

TAIS MENDES
BRUNO AMORIM
O GLOBO
Atualizado:4/02/14 - 15h11

PM organiza armas e drogas apreendidas durante operação no Morro do JuramentoMarcos Tristão / O Globo


RIO - Policiais do 41º BPM (Irajá) fizeram uma operação, nesta terça-feira, no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, na Zona Norte do Rio. Oito suspeitos foram baleados. Seis deles morreram a caminho do Hospital estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes. Dois policiais militares também foram atingidos. São eles: Vinícius Telles de Oliveira e Mauro Batista dos Santos. Os policiais também foram socorridos no Salgado Filho e transferidos em seguida para o Hospital Central da Polícia Militar, no Estácio, onde permanecem internados.

Na ação, os policiais apreenderam quatro fuzis AK-47, duas pistolas, granadas e material para embalar drogas, além de entorpecente que ainda será analisado. Por medida de segurança, a PM chegou a interditar por alguns minutos o trânsito na Avenida Pastor Martin Luther King, um dos acessos ao Juramento. A via já foi liberada.

A operação visa a localizar os bandidos responsáveis por um ataque contra a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Parque Proletário, na Vila Cruzeiro, na Penha, também na Zona Norte, no último domingo. Na ocasião, a soldado Alda Rafael Castilho, de 26 anos, morreu. O também soldado Marcelo Giliardi ficou ferido, assim como dois moradores.

Além do Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, policiais militares fazem operações em outras quatro comunidades do Rio: Jorge Turco, em Rocha Miranda , Vila Kennedy, em Bangu, Favela do Rola, em Santa Cruz, e Morro do Banco, na Barra da Tijuca. No Morro do Banco, no Itanhangá, policiais do 31° BPM (Recreio dos Bandeirantes) prenderam cinco suspeitos e apreenderam uma pistola 9mm e drogas não contabilizadas. Na comunidade do Rola e Antares, foram encontradas uma pistola e uma mochila com drogas não contabilizadas. Dois suspeitos ficaram feridos e foram encaminhados para o Hospital municipal Pedro II, em Santa Cruz. Já na comunidade 48, na Vila Kennedy, dois homens foram presos por policiais militares do 14° BPM (Bangu) e um ficou ferido. Também foram apreendidos um fuzil AR15 e drogas não contabilizadas.

Nesta segunda-feira, policiais civis e militares realizaram operações em 12 comunidades do Rio sob domínio da facção criminosa que controlava a venda de drogas nos complexos do Alemão e da Vila Cruzeiro, respectivamente, em Ramos e Penha, na Zona Norte. A ação foi determinada pelo Secretaria de Segurança Pública, a partir da confirmação de que a troca de tiros, onde morreu a soldado Alda Rafael, foi orquestrada por integrantes quadrilha. Os policiais descobriram que um dos carros usados no ataque foi roubado em Vicente de Carvalho, o que poderia ter sido uma ação para prejudicar a imagem da Unidade de Polícia Pacificadora. Entre as favelas que estão sendo alvo de operação estão os morros do Juramento, Cajueiro e Chapadão.

Já são oito PMs mortos em áreas com UPP

Baleada domingo num ataque à base da Unidade de Polícia Pacificadora do Parque Proletário, no Complexo do Alemão, Alda Rafael Castilho, de 26 anos, que era soldado, é o oitavo policial militar morto em confrontos em áreas com UPP desde 2012. Na Polícia Militar há dois anos e nove meses, ela, que cursava psicologia, foi atingida pelas costas por um tiro, supostamente de fuzil, disparado de um carro em alta velocidade. Levada para o Hospital Getulio Vargas, na Penha, Alda não resistiu ao ferimento. Das oito mortes de PMs registradas em áreas ocupadas pela polícia, metade aconteceu em favelas que integram os complexos do Alemão e da Penha.

Fabiana Aparecida de Souza, de 30 anos, também soldado, foi a primeira policial lotada numa UPP a ser morta em serviço, na Favela Nova Brasília, em julho de 2012. No mesmo ano, em dezembro, outro policial — Fábio Barbosa da Silva, de 38 anos — morreu em confronto na região. Dois meses antes do ataque de domingo passado, o soldado Melquizebeque dos Santos Basílio, de 29 anos, também morreu ao ser baleado por bandidos no Parque Proletário. As outras mortes aconteceram na Rocinha, no Morro da Coroa, em Santa Teresa, na Favela do Batan, em Realengo, e na Cidade de Deus.

Desde o início do processo de retomada dos territórios que integram os complexos do Alemão e da Vila Cruzeiro, em novembro de 2010, a polícia encontra resistência dos remanescentes da facção que tinha na localidade seu principal reduto. Em meio à ocupação, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que os bandidos tinham transformado a área no QG da facção.

Nos últimos 30 dias, disparos voltaram a ser ouvidos com muita frequência por moradores do Alemão. Semana passada, duas sedes e três postos de UPPs do complexo foram atacados a tiros. O prédio que fica atrás da estação Alemão do teleférico também foi atingido por dois disparos de fuzil. Os bandidos ainda arremessaram bombas de gás lacrimogêneo. No último dia 31, um coquetel molotov foi jogado em frente à 45ª DP (Alemão), inaugurada no fim do ano passado, ao lado do teleférico da Favela Nova Brasília. O artefato atingiu dois veículos particulares estacionados. Uma granada tinha sido lançada na delegacia dias antes. Nenhum suspeito dos ataques foi preso.

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