O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

sábado, 30 de novembro de 2013

RAPAZ MORTO TERIA SIDO AGREDIDO POR 15 PMS

EXTRA - 30/11/13 08:50

Testemunhas dizem que rapaz morto em Manguinhos foi agredido por 15 PMs

Paolla Serra


Paulo: morte após agressões Foto: Bruno Gonzalez /

No Inquérito Policial Militar (IPM) que corre em paralelo com a investigação da 21ª DP (Bonsucesso) sobre a morte de Paulo Roberto Pinho de Menezes, duas testemunhas que estavam com o jovem no momento em que ele foi abordado por policiais militares da UPP de Manguinhos narram que ele foi agredido e logo depois caiu no chão desmaiado. Nesta sexta-feira, o delegado José Pedro Costa pediu a prisão dos cinco PMs que estavam no beco, baseado em laudo da Polícia Civil que constatou que o rapaz pode ter morrido em decorrência de asfixia mecânica.

De acordo com os depoimentos, aos quais o EXTRA teve acesso, Paulo Roberto estava com três amigos indo a casa da namorada de um dos jovens. Quando entraram em um beco, encontraram policiais abordando um homem. Neste momento, a vítima “esboçou reclamação” e um dos PMs foi direto para cima de Paulo Roberto.

O homem conta ainda que Paulo Roberto segurou um dos PMs pelo colete, deixando o soldado “com mais raiva”. A partir de então, cerca de 15 PMs agrediram o jovem por dez minutos. Quando Paulo Roberto caiu, um dos militares disse: “Deu merda.” Ele teria tremido e revirado o olho e depois levado um soco na boca, que o fez sangrar.

A família de Roberto na casa onde o jovem morava com os pais e os oito irmãos mais novos Foto: Bruno Gonzalez



No outro depoimento, um menor de idade conta que Paulo foi perguntado se não era ele que “estava mexendo” com os PMs no campo. O jovem negou e foi “espancado”. Nenhum dos dois depoimentos fala sobre asfixia. As testemunhas serão ouvidas pela 21ª DP na quarta-feira.

O delegado explicou que o pedido de prisão foi para “garantir as investigações”:

— Me baseei em laudo técnico. O fato é que houve a morte, mas só depois da reconstituição poderemos esclarecer a dinâmica.

Fátima, mãe de Paulo: "Parecia que meu filho estava errado". Foto: Bruno Gonzalez / Extra/Agência O Globo



Ontem, a mãe de Paulo, Fátima dos Santos, afirmou que deve entrar na justiça contra o estado:

— Meu filho foi vítima, saiu como errado na história e os PMs que o mataram saíram como certos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário