O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

TRÁFICO FATURA R$ 10 MILHÕES POR MÊS NA FAVELA

EXTRA/GLOBO 10/11/13 07:00 A

Comandante da UPP da Rocinha diz que tráfico fatura R$ 10 milhões por mês na favela


Em abril de 2011, antes da ocupação da favela pela polícia, um levantamento da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) apontou que a quadrilha movimentava R$ 8 milhões Foto: Bruno Gonzalez / EXTRA


Rafael Soares


A presença de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) não foi capaz de diminuir os lucros do tráfico de drogas da Rocinha. Um ano e dois meses depois da implantação da UPP, traficantes movimentam R$ 10 milhões por mês na favela. A informação, levantada pelo setor de inteligência da unidade, foi revelada neste sábado pela comandante da UPP, major Pricilla Azevedo, em entrevista ao EXTRA. Em abril de 2011, antes da ocupação da favela pela polícia, um levantamento da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) apontou que a quadrilha movimentava R$ 8 milhões.

Segundo a major, uma ofensiva da polícia contra as bocas de fumo foi responsável pelos últimos tiroteios.

— A quadrilha fatura muito aqui e não quer perder esse montante. Informações do nosso setor de inteligência apontam para um faturamento de mais de R$ 10 milhões por mês, interno e externo — disse a oficial, que confirmou que bandidos armados de fuzis ainda circulam pela comunidade.

Pricilla também afirmou que a repercussão do caso Amarildo em meio aos moradores foi usada pelo tráfico para pôr em xeque a legitimidade da polícia. Segundo o Ministério Público, 25 PMs da UPP participaram da sessão de tortura seguida de morte de Amarildo.

— O marginal se aproveita de qualquer oportunidade para impor regras e mostrar para o morador que ainda tem poder. O que ampara as ações do tráfico é o medo que ele impõe e a consequência disso é o silêncio da comunidade. Isso pode ter diminuído o número de ações de repressão: a comunidade denunciou menos — afirmou.

Segundo o setor de inteligência da UPP, há bocas de fumo em todas as regiões da favela, inclusive no asfalto. A Via Ápia, rua mais movimentada da Rocinha, tem dois pontos de venda de droga em sua extensão.

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