O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

CARROS INCENDIADOS EM FRENTE À UPP


Três carros são incendiados em frente à UPP no Complexo do Alemão. Ação ocorreu em represália à morte de idosa na favela Nova Brasília. No domingo, policiais e bandidos entraram em confronto. Revoltados, moradores fizeram manifestação


GISELLE OUCHANA E GUSTAVO GOULART
O GLOBO
Atualizado:28/04/14 - 12h20


Bombeiro perto de carro incendiado na Avenida Itaoca Gabriel de Paiva / O Globo


RIO - Três carros foram incendiados no fim da manhã desta segunda-feira em frente à Coordenadoria de Polícia Pacificadora na Avenida Itaoca, no Complexo do Alemão, supostamente em represália à morte da Arlinda Bezerra, ocorrida na noite deste domingo, na favela Nova Brasília. Um dos carros, um Monza, seria de um policial militar. Os outros dois carros são uma Parati e um Hyundai Tucson placa EBV- 7458. Segundo testemunhas, o alvo do ataque seria o carro do policial. Revoltado com a represália, um soldado que chegou ao local xingou moradores aos gritos, sem no entanto, se dirigir especificamente a ninguém.

O trânsito só foi interditado cerca de dez minutos depois do início do incêndio. Um policial militar tentou apagar as chamas utilizando um extintor com água e depois outro, do tipo BC (utilizado em veículos), mas as chamas só foram debeladas com a chegada das equipes do Corpo de Bombeiros. Nem mesmo os fortes estalos vindos dos carros e o risco de explosão inibiu a passagem de pedestres no local, que demorou para ser isolado. Neste momento a Avenida Itaoca está interditada.

Na manhã desta segunda-feira, o policiamento na região do Complexo do Alemão amanheceu reforçado.Cerca de 25 policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Nova Brasília, no Complexo do Alemão, procuram os traficantes que trocaram tiros na noite de domingo com PMs. Na ocasião, a idosa Arlinda Bezerra das Chagas, de 72 anos, foi baleada no abdômen e morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região.

A 45ª DP (Complexo do Alemão), que fica na estação Itararé do teleférico, tem várias marcas de tiros disparados neste domingo e em outras ocasiões. Os policiais já passaram pelo ponto onde a idosa foi baleada, no Largo da Vivi. Segundo o oficial que comanda a ação, o tiro que matou a mulher foi disparado por bandidos. Após a morte da idosa, moradores bloquearam a Estrada do Itararé, nos dois sentidos, por cerca de cinco horas. Durante a manifestação, houve confusão e homens do Batalhão de Choque (BPChoq) reagiram com bombas de efeito moral. Dois menores foram apreendidos ao serem flagrados ordenando aos passageiros que deixassem um ônibus para incendiá-lo.

No domingo, policiais militares prenderam no Parque Proletário, no complexo de favelas da Penha, Ramires Roberto da Silva, de 21 anos. Ele é suspeito de ser o autor dos disparos que mataram Leidson Acácio Alves da Silva, subcomandante da UPP Vila Cruzeiro, no dia 13 de março, e de estar envolvido na morte da soldado Alda Rafael Castilho, em fevereiro. Ramires foi capturado por policiais da UPP.


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