O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

NA MARÉ, A PRIMEIRA MORTE EM ENFRENTAMENTO COM AS FFAA

ZERO HORA 14 de abril de 2014 | N° 17763


APÓS OCUPAÇÃO. Maré tem primeira morte. Segundo moradores de complexo na zona norte do Rio, rapaz de 18 anos foi confundido com bandido



Ocupado pelas Forças Armadas há uma semana, o Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, registrou uma morte no sábado. Segundo militares, um traficante resistente à investida do Exército e da Marinha reagiu a uma abordagem e foi morto na favela Vila dos Pinheiros, uma das 15 do conjunto que estão ocupadas. Já os moradores afirmam que o rapaz era funcionário de um lava-jato que foi confundido com um bandido.

O homem baleado foi identificado como Jeferson Rodrigues da Silva, 18 anos, conhecido como Parazinho. Os militares informaram que chegaram a chamar equipes de primeiros socorros, mas o rapaz não resistiu aos ferimentos.

Os moradores protestaram contra a ação, fechando a Linha Amarela por duas vezes. Eles sustentam que os militares “plantaram” uma arma ao lado do corpo para justificar a morte e tentaram incendiar um banco de automóvel na via, mas foram coibidos pela Polícia Militar.

Na sexta-feira de manhã, um menor suspeito de atuar junto ao tráfico foi ferido na perna com um tiro de fuzil, disparado por militares da Força de Pacificação no Conjunto Esperança, outra comunidade da Maré. Segundo os militares, o menor atirou neles, que revidaram.

Mesmo após a morte de sábado, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, defendeu os resultados alcançados ao fim da primeira semana de ocupação policial nas favelas do complexo da Maré. Também descartou a possibilidade de aumentar o número de policiais e de militares para controlar a situação na região.

– Se for preciso reforçar, vamos reforçar. Mas não é o caso. A ocupação começou há apenas uma semana, em um local antes comandado por duas facções do tráfico, além de milicianos. Não é fácil. Não é trivial – disse Pezão, que esteve na manhã de ontem na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro dos Prazeres, em Santa Teresa.

De acordo com o Ministério da Defesa, a Força de Pacificação atuará até 31 de julho em uma área de aproximadamente 10 quilômetros quadrados no Complexo da Maré. A ação é comandada pelo general de brigada Roberto Escoto, comandante da Infantaria Paraquedista, uma unidade de emprego estratégico do Exército.

No primeiro fim de semana de ação, oito pessoas foram detidas, três menores apreendidos, e armas e drogas foram localizadas. A comunidade da Maré fica localizada em um ponto estratégico da cidade, na rota do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, entre a Avenida Brasil e a Linha Vermelha.

Antes de pacificação, local era controlado por facções

Desde a entrada das forças de segurança, houve uma série de ataques aos militares espalhados pela região, antes controlada por facções de traficantes e milicianos.

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