O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

sábado, 29 de março de 2014

AÇÃO FEDERAL MOBILIZA 1.800 HOMENS LIDERADA PELA BRIGADA PARAQUEDISTA


28/03/2014 17h25


Exército entrará na Maré no dia 5, após ação das polícias domingo. Ação federal vai mobilizar até 1.800 homens e será liderada pela Brigada Paraquedista

RAPHAEL GOMIDE


O Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. A ação do exército começa no domingo (5) (Foto: Márcia Foletto/ Agência O Globo)
O Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. A ação do exército começa no domingo (5) (Foto: Márcia Foletto/ Agência O Globo)


Na semana passada, o governador do Rio, Sérgio Cabral, pediu ajuda das Forças Armadas, em meio à crise provocada pelos ataques de criminosos a policiais e UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). A resposta do esforço conjunto estadual e federal começará efetivamente na madrugada deste domingo, com a ocupação do Complexo da Maré, em 15 favelas. Diferentemente do que se esperava, caberá às polícias Militar e Civil do Rio a primeira grande operação de tomada na região, habitada por 130 mil pessoas, e não ao Exército.

O Exército só chegará para assumir o controle do complexo no dia 5 de abril. Inicialmente, as tropas da Força Terrestre deverão ficar na Maré até julho, mês da Copa do Mundo. Há, no entanto, a possibilidade de permanecerem até o final do ano – o Exército duvida que o período se resuma aos quatro meses. A Brigada de Infantaria Paraquedista, unidade de elite e de pronto-emprego do Comando Militar do Leste, vai liderar a primeira fase. Cerca de 1600 a 1800 soldados devem ser mobilizados, até a PM conseguir implantar uma UPP no local, com 1.500 policiais.

Neste domingo, as unidades estaduais empregadas na reconquista da Maré para o Estado serão o Bope, o Batalhão de Choque, o Grupamento Aeromóvel e o Batalhão de Ações com Cães, além da Polícia Civil, com apoio da Polícia Rodoviária Federal. Trata-se de uma ação “interagências”, no jargão militar. O aparato no terreno deve reunir 1100 agentes. Para penetrar no conjunto de favelas, os policiais vão contar com oito a dez veículos blindados dos Fuzileiros Navais e lanchas, emprestados da Marinha, repetindo o modelo de sucesso das ações nos complexos do Alemão/Penha e na Rocinha.

Patrulhas do Bope já operam na Maré, e os paraquedistas fizeram voos de reconhecimento. A inteligência não acredita em resistência e já identificou a fuga de criminosos. Na quarta, a Polícia Federal prendeu o principal chefe do tráfico na região, Marcelo Santos das Dores, o Menor P, em Jacarepaguá, e a Polícia Civil apreendeu 15 quilos de pasta-base de cocaína na Maré. Embora o anúncio político da ocupação seja criticado internamente, policiais viram a medida como uma demonstração de força do Estado brasileiro. Os resultados positivos já podem ser vistos: o fim dos ataques às UPPs e a fuga de traficantes da Maré, reduto de criminosos da maior e mais violenta facção criminosa do Rio. Os próximos passos começam domingo, com a retomada da Maré pelo Estado, com as polícias, e depois, com o Exército.

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