O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

sexta-feira, 28 de março de 2014

BOPE TER]A TRÊS BASES DE APOIO NA MARÉ


Bope terá três bases de apoio durante ocupação da Maré. Cerca de mil homens da PM vão entrar nas 16 favelas que formam o complexo de favelas na madrugada de domingo. Nesta sexta-feira, o clima é tenso na região

ANA CLÁUDIA COSTA 
O GLOBO
Atualizado:28/03/14 - 14h50

Policiais militares durante patrulhamento na Maré. Na foto, umas das ruas do complexo de favelas praticamente vazia Marcos Tristão / Agência O Globo


RIO - O Batalhão de Operações Especiais (Bope) terá três bases de apoio durante a ocupação do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Considerado um ponto estratégico no complexo de favelas por ser alta e ter observação privilegiada das linhas Vermelha e Amarela, a Ilha dos Macacos será uma das bases montadas pelo Comando de Operações Especiais (COE) da PM durante a ocupação. A sede do COE, que funciona onde era o antigo Batalhão de Infantaria do Exército, na entrada da Ilha do Governador também servirá de base para a tropa. Um outro ponto de apoio, mas próximo à Vila do João será montado pela tropas da PM.

Cerca de mil homens da Polícia Militar, incluindo o Bope, Batalhão de Choque (BPChoqu) e Batalhão de Ações com Cães (BAC) vão ocupar as 16 favelas que fazem parte do complexo a partir da madrugada deste domingo. O uso dos blindados da Marinha e da Aeronáutica está sendo negociado para a ocupação. A ação na Maré será realizada nos mesmos moldes do Complexo do Alemão. O efetivo da Polícia Militar será substituído, aos poucos, pelas tropas federais, que ficarão por tempo indeterminado na Maré.

Nesta sexta-feira, o clima é tenso no Complexo da Maré. Nos acessos às favelas Nova Holanda e Parque União, na Avenida Brasil, equipes do 22º BPM (Maré) fazem patrulhamento e abordam carros. Policiais do Bope fazem operações no interior dessas comunidades. Moradores informaram que as escolas da região pediram que as crianças que não tiveram aulas evitem ficar circulando pelas ruas.

Nesta quinta-feira durante reunião com representantes da Maré, subcomandante do Comando de Operações Especiais da Polícia Militar, tenente-coronel Rodrigo Sanglard, garantiu que não haverá excessos e pediu que qualquer problema seja denunciado.

O oficial disse ainda aos moradores que, diferentemente do foi divulgado pelo Ministério Público Militar, não haverá um mandado de busca e apreensão coletiva. Segundo o tenente-coronel, as casas só serão revistadas se houve um mandado judicial específico, se o morador permitir ou se estiver ocorrendo um crime no local.

Desde o anúncio de que o Rio receberia o apoio de tropas federais no combate à violência em regiões pacificadas, na semana passada, a Polícia Militar reforçou o policiamento com cerca de 120 homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) em favelas da Maré e iniciou operações simultâneas.

O pedido de ajuda do governo federal veio após os ataques às bases das UPPs de Manguinhos e Camarista Méier. Na ocasião, dois policiais ficaram feridos, incluindo o comandante da UPP da região, o capitão Gabriel de Toledo, baleado na virilha. Bandidos atearam fogo em cinco bases da UPP de Manguinhos. Dois carros da PM também foram destruídos. Desde fevereiro, o tráfico vem orquestrando ataques a regiões pacificadas. Este ano, somente no Complexo do Alemão, quatro PMs de UPPs já foram mortos em ataques do tráfico. Além disso, já foram registrados cerca de 30 tiroteios na Favela da Rocinha, na Zona Sul.


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