RESPOSTA DO ESTADO. Tropas federais vão desembarcar no Rio
Agentes da Força Nacional e das Forças Armadas reforçarão a segurança
A 82 dias do início da Copa, o governo federal decidiu enviar tropas para ajudar no combate aos criminosos que têm atacado Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio. O reforço deverá contar com homens da Força Nacional de Segurança e das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica).
Enquanto o policiamento era reforçado nas 38 UPPs cariocas, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com o governador fluminense Sérgio Cabral, o vice-governador Luiz Fernando de Souza, o Pezão, e a cúpula da segurança pública do Rio, além dos ministros José Eduardo Cardozo e Aloizio Mercadante (Casa Civil). A reunião foi pedida pelo governador depois da série de ataques coordenados a quatro UPPs na noite de ontem.
A suspeita é de que as ordens tenham sido trazidas ao Rio por advogados ou parentes de chefes do Comando Vermelho que estão nos presídios federais de Catanduvas (PR) e Porto Velho (RO).
Ao receberem as ordens, segundo a polícia, traficantes se reuniram no morro do Chapadão, zona norte do Rio, e traçaram os planos dos ataques. As informações foram passadas à secretaria do Rio pelos setores de inteligência do Exército e da Marinha.
– Nós tivemos uma discussão muito profunda e produtiva e, na segunda-feira, o ministro José Eduardo Cardozo, o general De Nardi (José Carlos De Nardi, chefe do Estado Maior das Forças Armadas) estarão às 10 horas no Centro Integrado de Comando e Controle para evoluirmos no que hoje (ontem) avaliamos ser procedimentos importantes, que não posso adiantar – disse Cabral.
Contêineres de UPP foram incendiados por bandidos
Os cinco contêineres da UPP queimados na noite de quinta-feira, na favela do Mandela, no Complexo de Manguinhos, zona norte do Rio, começaram a ser substituídos ontem. Pelo menos três foram trocados no início da tarde. Duas viaturas da Polícia Militar também foram incendiadas.
O policiamento foi reforçado na entrada da favela, que fica na Avenida Leopoldo Bulhões, que corta o Complexo de Manguinhos. O clima na favela do Mandela era tranquilo. Algumas lojas, mercearias, salões de beleza e lanchonetes funcionaram normalmente, mas a maioria dos comerciantes preferiu não abrir o comércio ontem.
Pela manhã, as ruas do complexo de favelas já tinham luz, mas nas vias próximas à base da UPP do Mandela, que foi atacada, técnicos da concessionária de energia Light ainda trabalhavam para restabelecer a energia na favela. Ontem, 5.903 alunos das redes municipal e estadual ficaram sem aulas em seis escolas, duas creches e um Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI). Moradores da comunidade disseram que não puderam trabalhar porque os ônibus não passavam na Avenida Leopoldo Bulhões, mas o metrô e os trens funcionaram normalmente.
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