O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

domingo, 23 de março de 2014

OPERAÇÃO COORDENADA PARA ESTANCAR ATAQUES

Tarja Rio de Janeiro
VEJA ONLINE - 22/03/2014 - 13:03


RIO DE JANEIRO - Polícia do Rio faz operação coordenada para estancar ataques em favelas


Entre a madrugada de sexta-feira e a manhã deste sábado, tropas da PM, incluindo o Bope, ocuparam Conjunto de Favelas da Maré e fizeram apreensões nos morros do Juramento, Chapadão, e Comunidade Para-Pedro; policiais da UPP do Arará apreenderam 20 litros de material inflamável


Bope e outros policiais militares ocupam o Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio (Maurício Fidalgo/Futura Press)

Uma ação coordenada da Polícia Militar resultou em operações em diversas favelas do Rio de Janeiro entre a noite de sexta-feira e a manhã deste sábado. O Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM ocupa, desde a noite passada, as ruas do Parque União e de Nova Holanda, no Conjunto de Favelas da Maré, zona Norte do Rio. A tropa já havia executado uma operação no Conjunto de Favelas do Alemão no último sábado. Segundo a assessoria de comunicação da PM, ainda não há registros de conflitos e prisões, mas foram apreendidos no local sete quilos de maconha prensada e três de cocaína, um fuzil AK 47, dois carregadores de pistola e uma granada. A operação não tem previsão para terminar.

A tropa de elite da PM atua com 120 homens e tem o apoio do Grupamento Aéreo Militar (GAM) do Comando de Operações Especiais (COE). Ainda de acordo com informações da assessoria, o objetivo é fazer uma "varredura" na área. A operação transcorre depois de uma série de ataques a bases de Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) na quinta-feira, que resultaram no apelo do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB-RJ), ao governo federal para o envio de tropas do Estado para conter os confrontos. A decisão foi tomada após reunião na sexta-feira entre o governador, a presidente Dilma Rousseff, os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Aloizio Mercadante (Casa Civil) e a cúpula de segurança pública do Rio, no Palácio do Planalto, em Brasília.

A PM afirmou ainda que o Batalhão de Choque está na Comunidade do Chapadão, próxima do bairro de Costa Barros, e apreendeu, até o momento, três motos roubadas, 100 cápsulas de cocaína e 300 trouxinhas de maconha. Um homem foi preso e encaminhado para a Delegacia de Polícia da área. No Morro do Juramento, a polícia informou que, até o momento, não houve apreensões.

Também na noite de sexta, o Batalhão de Choque realizou uma operação na Comunidade Para-Pedro, em Colégio, na zona Norte do Rio. Houve confronto com traficantes e troca de tiros. Segundo a polícia, dois homens foram atingidos e morreram, três foram detidos e um menor foi apreendido. Entre as apreensões estavam um fuzis, pistolas, uma metralhadora, três granadas de uso exclusivo das Forças Armadas, 25 cápsulas de cocaína, dois tabletes de maconha, celulares e munições para as armas.

Já na manhã deste sábado, um patrulhamento feito por volta das 9h30 na UPP do Arará/Mandela apreendeu um tonel contendo cerca de 20 litros de gasolina misturada com diesel. O material inflamável estava dentro de uma cisterna na localidade conhecida como “Mandela 3” ou “Predinhos” e foi encaminhado para 21ª DP, em Bonsucesso.

Ataques — Na noite de quinta-feira, quatro UPPs foram alvos de criminosos. Em Manguinhos, onde a ação foi mais grave, os bandidos atiraram e atearam fogo em contêineres e balearam o comandante da unidade, o capitão Gabriel Toledo. Outros três policiais ficaram feridos. A ordem do ataque, de acordo com secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, partiu de dentro de um presídio.

Plano de ação — Na próxima segunda-feira, o ministro da Justiça vai ao Rio de Janeiro para definir um plano de ação no Estado. Alegando questões de segurança, José Eduardo Cardozo não informou quais tropas federais vão ao Estado e nem a quantidade do efetivo destacado para auxiliar a polícia carioca. “Nossos órgãos de inteligência estão integrados fazendo as análises necessárias. Tudo está sendo acompanhado para que as medidas corretas sejam tomadas no seu tempo necessário”, disse Cardozo. Segundo ele, o reforço federal já estará disponível neste fim de semana, caso seja necessário.

De acordo com Cabral, o Rio conta com um efetivo de 9.400 policiais atuando nas favelas pacificadas. “Creio que só São Paulo e Belo Horizonte tenham efetivo maior nas capitais. É evidente que quando se amplia o volume de presença com bases, o risco de ataques é enorme. Mas é uma demonstração da fragilidade do crime organizado”, disse o governador. Ele afirmou que, após a pacificação, houve uma redução de 65% nos homicídios nas favelas.


Mundial – A três meses da Copa do Mundo, o governo federal afirma ter um “excelente” plano de segurança para enfrentar problemas durante os jogos e que casos como os do Rio não prejudicarão o esquema já discutido com os governos estaduais. “Isso tem a ver com uma situação imediata que estamos vivendo. Nós estamos muito seguros que teremos uma Copa com excelente padrão de segurança”, disse Cardozo.

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