O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

sábado, 29 de março de 2014

RIVALIDADE E PREOCUPAÇÃO


ZERO HORA 29 de março de 2014 | N° 17747


SUA SEGURANÇA | Humberto Trezzi



Existem duas razões para que a PM antecipe a ocupação do Complexo da Maré, formado por 16 favelas situadas na zona norte do Rio de Janeiro. A primeira é a velha rivalidade entre fardados: o Exército tinha previsto ocupar a área dia 7, em combinação com o governo do Estado.

Ao chamar as Forças Armadas, o governador – mesmo que involuntariamente – melindrou os brios dos PMs fluminenses, que fazem no cotidiano o patrulhamento da conturbada região da Maré, onde informes de inteligência estimam que vivam mais de 500 bandidos do Comando Vermelho e do Terceiro Comando Puro, as maiores facções criminais cariocas.

Desde que se anunciou no último domingo que as Forças Armadas vão ocupar o Complexo da Maré em abril, é sintomático que tenham aumentado as ações da PM naquele bairro. E como aumentaram. Não passa um dia sem que diversas unidades policiais façam incursões favela adentro.

Buscas e apreensões de drogas e armas foram feitas pelo Batalhão de Guardas e seus cães, Batalhão de Operações Especiais – o temido Bope – 22º Batalhão de Polícia Militar (BPM) e até a tropa de elite da Polícia Civil, a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), que se distingue dos outros agentes civis por usar uniformes. Hoje, mesmo esses policiais civis estão na Maré.

Natural que a PM se disponha a colocar seus mil homens numa ocupação já neste domingo, antecipando em uma semana a chegada dos 4 mil militares do Exército (ação que também está mantida).



SUBINDO A MARÉ. Forças ocuparão o complexo amanhã

Na zona norte do Rio de Janeiro, policiais farão operação simultânea em pelo menos 16 favelas



Cerca de mil homens de batalhões especializados da Polícia Militar (PM) ocuparão, no fim da madrugada de amanhã, as favelas do Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro. Os policiais terão o apoio de blindados da Marinha e veículos aéreos não tripulados (Vants) da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Polícia Federal (PF).

Helicópteros da PM também serão utilizados na incursão – inclusive o modelo blindado, conhecido como “Caveirão do Ar”. Participarão PMs do Batalhão de Operações Especiais (Bope), a tropa de elite da corporação, além de agentes dos batalhões de Choque e de Ações com Cães, e do Grupamento Aeromóvel. A PF vai ajudar com informações de inteligência. Já a Polícia Rodoviária Federal vai realizar batidas nos principais acessos, como a Avenida Brasil e as linhas Vermelha e Amarela, para evitar a fuga de criminosos.

As forças de segurança entrarão simultaneamente nas 16 favelas da Maré, assim que o dia começar a clarear. Como já ocorreu nas ocupações de outras grandes favelas da cidade (como Alemão e Rocinha), os primeiros a ingressar nas vielas serão os blindados da Marinha, que conseguem transpor barricadas.

Depois que o território passar para o controle das forças de segurança, os blindados da Marinha sairão. Apenas os PMs vão permanecer na região.


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