O Rio de Janeiro é o espelho do Brasil. O que ocorre no Rio de Janeiro fatalmente se transmitirá em cadeia para os outros Estados da Federação. As questões de justiça criminal e ordem pública não fogem desta regra. Portanto, é estratégico manter a atenção, estudar o cenário, analisar as experiências e observar as políticas lá realizadas, ajudando no alcance dos objetivos. A solução desta guerra envolve leis duras e um Sistema de Justiça Criminal integrado, ágil, coativo e comprometido em garantir o direito da população à segurança pública.

sexta-feira, 21 de março de 2014

POLICIAMENTO REFORÇADO E QUATRO MIL ALUNOS SEM AULA

G1 - 21/03/2014 12h11

Comunidades reforçam policiamento após ataques a UPPs no Rio. Unidades estão em 'alerta máximo', e folgas de PMs foram suspensas. Polícia Civil também está de prontidão, inclusive com tropas especializadas.

Do G1 Rio




Depois dos ataques às comunidades pacificadas de Manguinhos, Camarista Méier e Complexo do Alemão na noite de quinta-feira (20) no Rio, os locais amanheceram com policiamento reforçado nesta sexta-feira (21). As Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) da cidade estão em alerta máximo, segundo o comandante das bases, Frederico Caldas. Policiais militares tiveram as folgas suspensas e estão de prontidão – inclusive agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) – para eventuais operações.

Em Manguinhos, a comunidade mais prejudicada, localizada na Zona Norte, escolas e comércios não abriram nesta sexta-feira. Quatro mil alunos ficaram sem aulas. As entradas da favela têm grande movimentação policial. Além da PM, a Polícia Civil está de prontidão com todo o seu efetivo – também com tropas especializadas, como a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).

O secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, garantiu o alerta. "Estamos todos em protidão, com folgas diminuídas, ocupando espaços na cidade para evitar que haja qualquer tipo de ameaça ao cidadão carioca. Estamos com força total nas ruas do Rio de Janeiro."

Tanto o secretário quanto o governador do Rio, Sérgio Cabral, viajaram a Brasília na manhã desta sexta-feira para solicitar à Presidência da República o apoio das Forças Federais para conter ataques em áreas pacificadas.

'Vamos passar a vida resolvendo crises'

Terminada a reunião, o secretário de Segurança Pública do Rio fez severas críticas ao tratamento que se dá à segurança pública no Brasil. Beltrame qualificou como "arcaico" o sistema penal e prisional do país, falou sobre o problema do crescente uso de crack, a falta de controle das fronteiras, a maioridade penal e o uso de armas de fogo por parte da população civil.

"Se não discutirmos isso tudo de forma ampla, vamos passar a vida inteira resolvendo crises e não efetivamente resolvendo o problema da segurança pública", destacou o secretário.

Em relação aos ataques às UPPs, Beltrame voltou a enfatizar os problemas de segurança que beneficiam os criminosos. "Pessoas atiram contra agentes públicos porque, sem dúvida alguma, o crime vale a pena para elas. As pessoas agem sem o menor temor às leis. Diante dessa crise que se avizinha, que ameaça o Rio de Janeiro, nós viemos aqui e propomos um torniquete a ela. Mas, se não sanarmos o problema, não haverá solução", disse.

Quanto à atuação das Forças Federais, Beltrame afirmou que o governador pediu sigilo e que os detalhes da operação só serão anunciados após a reunião com a presidente Dilma Rousseff. Porém, o secretário adiantou que as polícias Civil e Militar estão de prontidão para garantir a segurança da população.

Sem recuo

Antes da reunião com o gabinete de crise, o governador do Rio informou, por meio de nota, que não irá recuar. Segundo ele, esse tipo de atentado equivale a "uma tentativa da marginalidade de enfraquecer a política vitoriosa da pacificação, que retomou territórios historicamente ocupados pela bandidagem para o controle do poder público". De acordo com Cabral, o governo do estado mantém o firme compromisso assumido com as populações das comunidades e com a população de todo o estado do Rio de não sair, em hipótese alguma, desses locais ocupados e manter a política da pacificação".

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